Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Literatura contemporânea

Coluna 06| Fala aí...Marli Dias Ribeiro (Brasil)

Imagem
                                        |coluna 06| ARRISQUE-SE A ESCREVER: escrever é não desistir de estar presente no mundo  Por Marli Dias Ribeiro (autora convidada)           Quando pensamos em um livro, geralmente imaginamos um conjunto de folhas impressas em papel. Nossa ideia de livro está associada ao material concreto, à técnica de impressão, a capa, ao desenho, à costura. Quando juntamos textos escritos à mão ou lemos no computador parece-nos fugir a materialidade do livro. Os tempos mudaram, temos hoje, E-boockers, Blogs, Vlogs, redes sociais, páginas e tantos outros escritos, diversos e únicos. Infinitas possibilidades...               Mas, creiam nem sempre foi assim! De onde vem o termo, a palavra "livro"? Ela vem da forma latina  liber , que era o nome da camada externa da casca das árvores, onde se escrevia antigamente.           Os livros nem sempre tiveram o formato atual. Foi durante a Idade Média que passaram a ter um aspecto parecido aos de hoje. Antigam

Coluna 05 | Fala aí... Carlota Marques Canha (Portugal)

Imagem
| coluna 05 | A saudade de já não ter ou poder é bem maior por Carlota Marques Canha                                            (autora convidada)  Tanto se fala de “ sau.da.de” como aquele sentimento de nostalgia que corrói, que dilacera sem nos apercebermo-nos como e quando surge, mas está lá bem presente dentro de cada um de nós. Dói bem mais do que uma ferida aberta que nunca cicatriza ou um trambolhão num dia qualquer que nos deixa uma lesão, embora efémera, é desconfortante, é penetrante, até esgotante e imensurável quando se pensa que vai passar como tantas coisas, mas não passa, agudiza-se a cada hora, a cada dia. Só de pensarmos ou idealizarmos algo pelo qual norteamos a nossa atenção e pensamento e que não conseguimos atingir pelas barreiras que defrontamos, pelas vicissitudes da vida que temos de suportar e viver com, é uma sensação tão agreste de saudade, pelo motivo de já não ter ou de poder que o tempo e nós mesmos já não vamos conseguir recuperar. Ter saudade do tempo,

Coluna 04 | Fala aí... Terezinha Malaquias (Alemanha)

Imagem
                                                  | coluna 04 | Banzo por Terezinha Malaquias                                                       (autora convidada) Acordei-me hoje bem mais cedo do que eu gostaria. Perdi o sono em algum lugar e não consegui encontrá-lo no sofá da sala, onde sentei-me para rezar e meditar. Esse é o meu ritual diário há muitos anos, mas principalmente na pandemia.   Depois fiz abdominais, e dancei um pouco sem música. Queria mesmo era acordar o meu corpo para o novo dia que amanheceu para mim. Fui para a cozinha e fiz bolachinhas de polvilho inspirada na receita que  minha avó materna  fazia e ensinou para a minha mãe.   Mamãe não me ensinou porque eu não quis aprender a fazê-las. Nunca me interessei antes porque prefiro comer salgados do que doces.   Mas nesse ano atípico, eu fiz pela segunda vez essa receita que passa pelo ao menos por  três gerações de mulheres da minha família materna. Coloquei-as no forno para assá-las e rapidamente o perfume  bom

Coluna 01 | Fala aí... - Apresentação, por Adriana Mayrinck

Imagem
| coluna 01 | Apresentação da nova coluna Fala Aí A coluna Fala aí... (nome da autora) foi criada para você, que apoia as iniciativas da In-Finita e/ou do Mulherio das Letras Portugal , para expor as suas opiniões sobre qualquer tema, sob a ótica do universo feminino. A intenção é fortalecer a literatura contemporânea, divulgar a escrita e ações das autoras lusófonas ou que escrevem em língua portuguesa. Conhecer um pouco mais sobre o que pensa, em prosa, crônica, conto, opinião. Pode também falar sobre seus projetos, eventos ou livros. Peço que evite poesia, pois temos o grupo Mulherio das Letras Portugal, Mulherio das Letras União Europa ou Mulherio das Letras na Lua e também, as coletâneas e colecções organizadas pela In-Finita ou parceiras para essa finalidade. Divulgue-se! Seja Bem-Vinda!   Um abraço Adriana Mayrinck   Para participar: Requisito: Fazer parte do Mulherio das Letras Portugal ou participar de uma das iniciativas da In-Finita (livros individuais, assessor

Coluna 01 - In-Confidências - Apresentação, por Adriana Mayrinck

Imagem
| coluna 01 | Estreando minha coluna na Revista! por Adriana Mayrinck As árvores balançam suavemente nesse final de tarde, através da janela acompanho a vida que passa pelas ruas desertas, em mais um estado de emergência e confinamento em Portugal. Mas com outro olhar, outra percepção do que aconteceu em março de 2020. Atravessei todas as situações e emoções, sentidas e vividas através da janela, do ecrã, dos livros, filmes ou lives, nesse tempo. Em março vai fazer um ano, em qua as únicas pessoas que tenho contato físico são os que moram comigo (família), ou desconhecidos em supermercados, fármácia, médicos, dentista ou correios. Quase um ano sem encontrar amigos, parceiros, autores, leitores. No início, ainda almocei com dois amigos e tomei um café com outro. No mais, aprendi a conviver entre o distânciamento físico, mas tão perto virtualmente ou por telefone e a vontade de desconectar e dar um tempo das redes sociais. Aprendi a superar antigos paradigmas, despertar os meus sentidos,

PodPapo 04 | entrevista com a professora e escritora Divanize Carbonieri

Imagem
|  PodPapo 04  | PodPapo - Entrevista com a professora e escritora Divanize Carbonieri por Chris Herrmann A quarta edição  da nossa coluna de entrevistas em formato de áudio é com a escritora Divanize Carbonieri . Foram 24 minutos de uma conversa deliciosa sobre a produção literária da autora desde o seu início e outros assuntos ligados às suas atividades profissionais e culturais. A entrevista foi realizada na data de hoje, via WhatsApp. Para ouvir clique na seta abaixo do nosso Podcast: Divanize Carbonieri é paulista, residente em Cuiabá/Mato Grosso. É autora dos livros de poesia Entraves (2017), agraciado com o Prêmio Mato Grosso de Literatura, Grande depósito de bugigangas (2018), selecionado pelo Edital de Fomento à Cultura de Cuiabá/2017, A ossatura do rinoceronte (2020) e Furagem (2020), além da coletânea de contos Passagem estreita (2019), selecionada pelo Edital Fundo 2019/Cuiabá 300 anos. No Prêmio Off Flip, foi segunda colocada na categor

Uma colher de chá pra ele - Gilucci Augusto

Imagem
| uma colher de chá pra ele - 07 | Poemas da obra ainda  no prelo:   QUINTAL: DIÁRIO PARA VAGA-LUMES EM DIAS DE CHUVA Foto de  pilipoff  em  flickr Tinha um jardim no meio do meu quintal No meio do meu quintal tinha um jardim Tinha um mangue no meio do jardim do meu quintal No meio do jardim do meu quintal tinha um manguezal Tinham homens sangrando acorrentados no meio do mangue do jardim do meu quintal No meio do mangue do jardim do meu quintal tinham homens sangrando acorrentados Tem óleo preto nos mangues e jardins dos nossos quintais O óleo subiu a praia Subiu o morro Manchou a rosa do povo Destruiu Jardins Manguezais Agora No meio do asfalto ardente Se esforça a rosa doente A brotar A crescer Imagem Pinterest Que tristeza não ter um pequenino riacho No quintal. Poder sentir e ver a lua deitar-se Leitosa como a nata do leite que Vó deixava descansar Após ferver sem derramar, Logo cedo quando

A magia do conto de Luciane Monteiro

Imagem
Imagem Pinterest A caixa e o sonho por Luciane Monteiro Como é lindo, disse ela ao olhar o seu silêncio que resplandecia em sorrisos. Ninguém via, mas ela apenas sentia que crescia e se tornava esplêndido o seu mais doce mistério. Talvez devesse revelar, mas o que via era tão bonito que, egoísta, não quis dividir. Guardou numa caixinha e escondeu embaixo de um sonho amanhecido. Aquele sonho já estava bem desbotado e, por isso, ninguém o percebia mais. Correu, então, furtiva por debaixo de suas encostas. Atracou-se com um desejo ardente sob a penumbra da sala. Os pés tocavam descalços o tapete macio; sentiu prazer. Queria voltar, mas não conseguia deixar de pensar na caixa guardada debaixo do sonho adormecido. Conteve-se ao ouvir o barulho no telhado e ficou atenta, porém somente o gato miou. Sentiu pelo corpo um arrepio gélido e quis miar também, mas apenas ronronou baixinho e riu sozinha um riso tão cheio de cores que luzes foram acesas na vizinhança. Fez silêncio