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Mostrando postagens com o rótulo Luh Oliveira

ERA UMA VEZ 7 I De mãe leitora à escritora: a literatura infantil de Silvia Delázzari

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“Quando acordo e vejo o sol Dou mil pulos de alegria Bola, bonecas, barquinhos Brincar muito – que euforia!   Porém, se a chuva aparece, Nunca fico triste, não. Logo encontro o que fazer Dominó, xadrez, pião.   Esse lindo poema está no livro Catarina – a tartaruga poetisa da escritora paulista Sílvia Delázzari cuja temática é a resiliência. Esta é abordada a partir da perda de uma olimpíada de matemática e de um concurso de desenho sofridos pela protagonista, o que a deixa com raiva e muito muito triste.   Com a ajuda de seu melhor amigo, Calopsildo, Catarina vai compreendendo que altos e baixos fazem parte da vida e, assim, resolve seu conflito interno ao mesmo tempo que descobre seu maior talento. Silvia Delázzari iniciou sua produção na Literatura Infantil por causa da maternidade, a primeira história foi criada com e para a sua filha. Na época, ela passava muito tempo fora de casa, então encontrava uma maneira de estreitar os lações afetivos com a filha,

Era uma vez 4I A valorosa literatura infantil da baiana Ana Fátima

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  Parreira-medusa  Tem folhinhas nos olhos Da Medusa da vizinha...   Na blusa? Uvas! Já sei! A parreira deu fruta.   As uvinhas, hoje roxinhas, Se abrigaram nas folhas Que voaram Até os olhos da vizinha Com cabelos de Medusa.   Se assusta?! Que nada! Acho é graça Das cobrinhas em sua cabeça Balançando ao vento.   Que tal brincarmos de sementes? Cada uva tem uma E de cada uma sai brotinhos, Como eu e você. [...] Mas acho que vi hoje Saindo dos olhinhos da vizinha. Duas uvas bem roxinhas.   (Poema publicado na antologia de textos infantis “Pirlim pim pim”, página 13) A escritora Ana Fátima nasceu aos 8 anos de idade quando começou a escrever os primeiros poemas sobre natureza, infância e sonhos. Aos 10 anos, após incentivo de uma professora da escola, passou a fazer os contos infantis a partir do seu olhar enquanto criança e adolescente. Infelizmente, aos 15 anos parou de produzir as histórias por ouvir de muitos adultos que “ser

Coluna I Era uma vez 3 - A magia da literatura infantil de Edith Lacerda

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"Hoje, quando olho o mar e minha vista se perde nos longes do horizonte, eu a imagino nadando além da rebentação, cantando para o céu forrado de estrelas. E penso que o mar com seus mistérios deve protegê-la. E acho que assim está bem. Ter uma filha sereia... pode ser mesmo encantador! E se isso é seu maior desejo e a faz tão feliz, por que não?" Esse é um trecho do livro Sereia em Segredo, da escritora Edith Lacerda. Edith Lacerda é mediadora de leitura, contadora de histórias, professora e escritora. Apaixonada por leitura e por crianças desde sempre. O interesse pela literatura para a infância foi uma consequência natural. Escrever faz parte da leitora que se encanta com a palavra. Alunos são fonte de inspiração. Trabalhar em biblioteca de escola é estímulo permanente para o processo de escrita. Livros publicados para público infantil e juvenil (Escrita Fina Edições do Grupo Editorial Zit) - Sereia

Coluna I Era uma vez 2 - A delicada literatura infantil de Palmira Heine

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Palavras trocadas Um dia acendi os sapatos E calcei depressa a luz Devagar fui andando bem rápido Vi um gato de capuz Vi um peixe de gravata Um passarinho a nadar Uma zebrinha sem listra E um leão a miar Vi um  sapinho de terno Uma girafa baixinha Um morcego bem moderno E uma tartaruga rapidinha Tomei um susto  medonho Só então que percebi Que tudo o que eu via era sonho Eu acordei e sorri. ********* Palmira Heine é escritora, professora universitária, poetisa. Desde criança mostrou inclinação para a produção de poemas e pequenos contos e, aos dezoito anos publicou o primeiro livro com ilustrações em preto e branco numa época onde a publicação de livros era bastante inacessível em comparação aos dias atuais. Hoje, além de uma vasta obra acadêmica, é autora de diversos livros infantis dentre os quais se destacam:  O pontinho desapontado, O reino todo amarelo, O autor é você, Amendoim, a tartaruguinha encantada, O lápis mágico, Uma amizade no mundo dos números e Chapeuzinho no Pelô, Mila

Coluna I Era uma vez 1 - A literatura infantil

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A LITERATURA INFANTIL Meu contato com o mundo mágico da literatura se deu bem cedo, nem era alfabetizada ainda e minha mãe já contava histórias de diversos livros. Lembro-me de um livro “Tesouro para crianças” que continha diversos contos além de uma coleção de livros de capa dura nos quais os contos de fadas davam asas à imaginação. As minhas avós também gostavam de contar histórias, muitas vezes inventadas por elas ou sobre alguma lenda antiga, tudo oralmente, o que me deixava ainda mais fascinada. Durante toda minha infância tive contato com livros, já que minha mãe era professora primária e exigia leituras diárias. Com todo esse incentivo, é natural que eu tenha me tornado uma leitora assídua. Infelizmente essa não é a realidade de muitas crianças. Grande parte não tem acesso aos livros em casa e só vão se familiarizar com a literatura quando vão para a escola, a qual muitas vezes não dá conta desse letramento literário por diversos motivos que não cabem citar nesse text

Cinco poemas da baiana Luh Oliveira

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Aquarela de Luciane Valença livra-me de tudo que é falso avulso analto farsa carma sigma livra-me de tudo que é cinza ** teu fetiche um corpo nu com scarpin vermelho o meu uma alma nua que reflete no espelho Aquarela de Luciane Valença sou feita de lágrimas secreções e orgasmos nada em mim es cor re em vão ** É um rasgar-se constante para cobrir feridas que a pele camufla é um abrir fendas Em desconforto silente que agoniza e aterroriza todo o encantar do arrebol Ainda bem que não existe o pra sempre ** todo aquele medo instalado no ventre feito novelo sem ponta para desenlaçar dissolve-se na noite toda vez que a lua cheia vem saudar a poesia que se esconde em mim ** Luh Oliveira é baiana, mãe, poeta, professora de Língua Portuguesa, Mestra em Letras. Ocupa a cadeira de número 03 da Academia de Letras de Ilhéus. Sempre gostou de escrever verso