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Mostrando postagens com o rótulo Poesias

Preta em Traje Branco | Trinca de Versos de Valéria Mendonça

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Coluna 20 Trinca de Versos de Valéria Mendonça Ela chega de mansinho Abrindo caminho,  curando feridas De almas oprimidas Mentes acorrentadas Liberando dores,  antes encurraladas A poesia liberta. Pensamentos aprisionados, sentimentos sufocados Traz a tona o que estava escondido Palavra por palavra Passa a fazer sentido A poesia salva Como remédio  em doses homeopáticas A poesia ampara Vira acalento Nesses tempos sombrios Como um cobertor Em dias de frio  ***************************** Odoyá, minha mãe Minha mãe, Odoyá Minha gratidão Rainha do mar Dona do meu Ori Que me traz a luz Em meio a escuridão Seca minhas lágrimas E me faz sorrir Na beira das águas Faz uma transformação em mim Lava todo o ódio e rancor Tira tudo que é de ruim Me acolhe  e me enche de amor Odoyá, minha mãe Minha mãe,  Odoyá ***************************** Passa tempo Tempo passa E como passa Cabelos brancos, nascem Quilos aparecem O co

Preta em Traje Branco | Duo de Versos de Vanessa Kayren

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Coluna 19 Fonte: pixabay.com / geralt Duo de Versos de Vanessa Kayren TEXTO 1 É quando mergulho neste mundo eu Que me perco em dores e lamentos E viajo  até o mais profundo ser -Que sou- E quanto mais me acho Mais me perco em mim mesma. E é nessa sede saber o que não sou Que acabo por me achar perdida E desgarrada daquilo que um dia eu fui... Mágoas e ressentimentos,  fracassos, medos Me encontrando e me perdendo  a cada busca, À procura do que sou. Cavando cada vez mais fundo Como um poço dentro de mim Cavando e caindo Nesta solidão ardil que me persegue Dia após dia, noite após noite, Madrugada a dentro...     TEXTO 2 Teu olhar disparou - Me acerta – Eu sem pensar caí -Me entrego- Eu mergulho em você Te construo e reconstruo Pedaços possíveis de nós Trechos e sonhos loucos -Remonto Se me sorrir -Eu tremo Se te escutar -Derreto E volto de novo Arredia em suspiros Destemida em desejos -Despida O teu corpo no meu -Quente, nu e sem s

Preta em Traje Branco | Versos, Pão e Favela de Lu Amor Spin

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Coluna 18 Foto By @ Versos, Pão e Favela  Mulher simples, humilde, Diante das pedras no caminho Nunca se curvou, Por mais que carregasse da vida Muito rancor. Driblou a fome, a miséria, Cravou sua marca, Em escritos feitos no papel, jornal, Era o que aliviava Viver no barraco de pau. Era chuva, era sol, adoecer nem pensar, Tinha bocas para alimentar, Seguia sua rotina, para garantir o pão, Nas andanças pelas ruas Deu rasteira na humilhação. Um dia sem esperar, A sorte foi lhe encontrar, Sua jornada viria a mudar, Os escritos de Bitita, Começariam a voar. Fez história no Canindé, O sonho que parecia impossível realizou, O pobre também pode, Carolina nos mostrou.     Bitita seguiu viagem, Hoje se inspira em outro lugar, Sem preocupar-se com uma casa para morar, Ou vizinhos para implicar. Seu legado continua, Versos, favela, fome, miséria, Escrita potente, feito rocha, Permanece atual. O corre no dia a dia do pobre Pra co

Preta em Traje Branco | Dueto de Oyá

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  Coluna 17 Dueto de Oyá Mulher preta .   Quero a liberdade de me querer, Me bastar Me valer Quero a liberdade de me amar Me apetecer Me vencer Quero a liberdade de me tocar Sem vergonha Sem enlouquecer Tirar meus próprios espinhos. Quero me amar, Me apaixonar por mim Pq sou mulher  Preta, Preta assim… De verdade. **************************   Sou   Sou de Oya, De ver, De experimentar. Várias paixões estão no meu caminho, Gosto de viver intensamente cada uma delas, mesmo que tenham espinhos. Todos os amores por mais óbvios, em mim despertam o prazer do desconhecido, Mais que viver , eu gosto de sonhar, Porque sou de quem sou e não posso mudar Nas asas da borboleta No clarão do Raio a cair do céu Pelo rio que passa Com o vento a soprar Sou contraditória certeza Sou de ver, Sou de querer Sou de experimentar Por que sou... filha de  Oya. Ana Paula de Oyá,  é Mulher, filha e mãe preta. Tem como principais formaçõe

Preta em Traje Branco | Versus in Veritas de Valéria Rufino

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Coluna 16 Versus in Veritas de Valéria Rufino Fonte: pixabay.com Sonhos Toc, toc, toc são passos Tocando o assoalho de um velho casarão Da escadaria rola um corpo Gotas de vinho chileno Lambuzam o cálice Na mão de uma criança Que olha a cena Sentindo calafrios Tremendo as mãos e os olhos Chora um sorriso fingido...   Sensores Ouvido tem, Cabeça sem orelhas. Armado tem, O nariz que não cheira. O gosto tem, Sabores de não... O pão que levo à boca Tem o odor derretido Da tua saliva. Tragará a dor De me ter, Sem a mim dar valor.                           Valor...                           Valores... ... A tradição                    Que não queria                    Está presente ...Inconsciente... Fim Este é o fim... Entre linhas  o vazio Preenchido pelo obscuro laço da prisão A palavra envolve a mente Como a forca degola a força A altivez do homem Onde a tinta não chega A alma poética Marca sua presença O fim está nas linhas Traça

Preta em Traje Branco | Dois Textos de Joyce Dias

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| Coluna 15 | Texto 1 Fonte: @BeliloLeandro As políticas de ação afirmativa, no Brasil, tomaram corpo após a realização da 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e formas correlatas de Intolerância promovida pela ONU, em 2001, em Durban, na África do Sul. Ou seja, começaram a pensar na situação efetiva dos negros no século XXI. Na ocasião, o país comprometeu-se, oficialmente, na  superação do racismo, promulgando políticas concretas para superação das diferenças por questão de raça social. Além das cotas, lei 12.990/14, ação mais conhecida, há também: a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR); a lei 10.639/03, que altera a LDB ,  11.096/2005, que institui o Programa Universidade para Todos (PROUNI); e a Lei 12.288/10, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. Tudo feito a partir da promulgação de leis, pois o princípio de igualdade, disposto no art 5º da Constituição, que versa sobre  tratar a t

Preta em Traje Branco | Dueto de Paixões de Susana Malu Cordoba

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Coluna 14 Dueto de Paixões  de Susana Malu Cordoba Texto 1 Amar e me jogar aos abismos Uma obra de arte e sua tragédia Porque é na queda que sente vivo É em queda livre que se sente A lâmina afiada, o derradeiro corte É lá que se morre É lá que as mulheres queimam de tanto amar Em queda livre que o amor Nos vira do avesso e nos espalha... Nossos eus… pequenos pedaços É na queda livre que o amor nos consome E nos leva a fina camada de pele, Corrompe o tutano dos ossos E lambe lentamente o líquido de nossa vaidade E sem cautela, amamos E com urgência, amamos E com bravura, amamos Amamos sem outras garantias Que não a sensação de estarmos vivos   ************************ Texto 2   Sim, todas as vezes que o amor me bater à porta Me encontrará sentada à sua espera Me entregarei ao ato de amar Afundarei irremediavelmente em bocas Provarei do mel desses corpos que queimam Sim, todas as vezes que o amor me bater à porta Agarrarei tornozel

Preta em Traje Branco | Isolamento e Pandemia: Tempo de Repensar Por Lu Amor Spin

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Coluna 13 Fonte pixabay.com Isolamento e Pandemia: Tempo de  Repensar Nunca passou pela minha cabeça viver o que estamos vivendo, a pandemia nos colocou cara a cara com nós mesmos. Nossos medos, incertezas, amores, dores, chacoalhou nossos pensamentos, planos, projetos. Enfim, tivemos que nos reinventar e nos adaptar a inúmeras situações. Como diz na letra dos Titãs “É preciso saber viver”. O ano de 2020 para muitos foi de muita decepção, desemprego, perda de parentes, amigos, e no peito aquela amarga sensação. Conviver sem abraços, sem uma conversa com amigos no barzinho ou um almoço em casa, sem poder ir ao cinema, teatro, parques, enfim, daremos valor a todas essas coisas. E em meio a esse caos da pandemia, com medo do vírus, teve até quem partiu para a agressão.  Nas padarias, farmácias, mercados, ops... Tossiu, espirrou, te olham de cara feia, e teve até quem apanhou!  Vários casos repercutiram em rede nacional, nervos a flor da pele, suicídio, estresse, depressão. É fácil di