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Podcast - Pod Ser MulherArte

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Pod Ser MulherArte  por Chris Herrmann O Podcast da Revista Ser MulherArte é uma das novidades que reservamos para todas e todos que têm acompanhado nosso trabalho coletivo no site, no Instagram e no Facebook. Autoras e leitoras/leitores: agora teremos também ouvintes. Nosso Podcast está hospedado no site Anchor.fm e também está disponível no Spotify. A URL do Pod Ser MulherArte é: http://anchor.fm/podsermulherarte e o link para o Spotify: AQUI Podemos ser ouvidas lá e aqui na revista também, como trago abaixo as duas primeiras faixas: minhas boas-vindas e a segunda, o poema ‘Fendas’ lido pela autora Maya Falks . Nosso Podcast está disponível nas seguintes plataformas: Esperamos que apreciem nosso Podcast que, em breve, estará com muitas novas faixas de autoria de mulheres, seja no gênero poesia, crônica, conto, prosa poética, humor,  bem como música.

Uma crônica dos sentidos, por Nic Cardeal

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(imagem do Google) LISTA DE DESEJOS por Nic Cardeal Eu não quero só a flauta. Eu quero a música que mora dentro da flauta. Cada nota escondida em sustenidos sentidos. Eu quero os acordes da poesia virando canção - e a voz que a faz palavra entoada. Sim, sou egoísta por querer a flauta e a moradora da flauta.  Eu também quero a vida que atravessa a palavra. Sorver até a última gota esse silêncio que sufoca a garganta e impede a voz de ser o órgão febril da palavra. Eu não quero apenas a mão que ergue a caneta e escreve a palavra. Eu quero a alma que percorre a mão, eu quero o gesto, o verbo, a liberdade voando solta nas asas da palavra - tão fugidia. Esguia. Esgueirando-se sorrateira no teu olhar de mistérios. Sorrisos soltos em silêncios tão sérios. Eu não quero apenas a roupa da carne. Eu quero o corpo, o osso, a veia repleta de vivo vermelho, a seiva que alimenta o peito e lateja o doce e o amargo. Eu quero conhecer tua ferida. O corte da pele, o sangue jorrand

Ouvindo Mulheres 06 - Os bons propósitos

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Ouvindo Mulheres - 06 por Cris Lira Olá, leitoras e leitores! A coluna de hoje traz uma novidade: o canal " Vamos ler o Mulherio? " acaba de criar uma nova playlist na qual incluirá textos de diversas autoras. Embora o canal continue tendo como objetivo a divulgação dos textos do Mulherio das Letras, em vista dos pedidos para leitura de outros textos, inicio este novo projeto com a certeza de servir de ponte para trazer mais vozes para o nosso alarido. Hoje, tenho o imenso prazer de trazer uma tradução minha do poema "Los buenos propósitos" que dá título ao poemário de Ana Merino, autora espanhola que recentemente ganhou o prestigioso prêmio Nadal, e com quem tenho a alegria de trabalhar na Universidade de Iowa. Espero que a leitura desse poema tão delicado sirva de convite para que conheça a obra de Merino, especialmente o romance vencedor do Nadal, El mapa de los afectos . Deixo um abraço, Cris Lira Obrigada  por me escutarem. Obrigada por

Resenha do livro de Márcia Maia, ONDE A MINHA ROLLEIFLEX?

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A FOTOGRAFIA DA POESIA por Nic Cardeal    ONDE A MINHA ROLLEIFLEX? (Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2012) é um livro escrito por MÁRCIA MAIA , ganhador do 'Prêmio Eugênio Coimbra Junior - Poesia' (Recife, 2008), que reúne poemas que parecem fotografar, além da realidade, a própria imaginação da autora. De um texto suave, delicado, amoroso, mas também forte - também político - como bem diz Amador Ribeiro Neto, ao prefaciar a obra: "(...) Não é preciso um tratado de fotografia ou de astronomia lunar para alumbrar-se com a poesia concisa, miúda, delicada de Márcia Maia. Mas, ao mesmo tempo, poesia forte como um touro madrileno. O que a mão esquerda lhe ensinou, o poeta aprendeu com Miró. A mão direita já nascera picassiana (...)" (MAIA, 2012, p. 6). Enquanto os olhos viajam pelas páginas, a mente inclusive é capaz de 'fotografar' os poemas de Márcia, tamanho o mergulho nas ondas dessa 'rolleiflex' imaginária! Imaginação que

A poesia "diva" de Líria Porto - seis poemas

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Luciane Valença bardo tal qual um menino procura brinquedos lá vai o poeta a tinta as letras tal qual passarinho no uso das asas lá vai o poeta o voo as palavras tal qual a canoa por cima do rio lá vai o poeta o remo a rima tal qual marinheiro no rumo do mar lá vai o poeta a bússola a poesia tal qual lavra_dor na lida da terra lá vai o poeta : lavai o sangue Aquarela sobre papel de Luciane Valença uno eu não sou eu sou nosotros formamos um coletivo lutamos todos por todos por semelhantes motivos tua fome é minha fome teus medos meus calafrios somos homens somos bichos nasceu de ti é meu filho (couro pele pena escama precisamos proteger-nos dos terríveis predadores de todo e qualquer perigo)                     "Amor não é palavra" de Luciane Valença deliriar de manhã fazer um verso à tarde com_por um n_ovo à noite haver-se in_verso a aninhar-se em alcova

Uma Crônica sobre mulheres - por Rejane Souza

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MULHER LENDO de Aaron Shikler (1922) LIVRO E EMPODERAMENTO FEMININO por Rejane Souza Em pleno período de Carnaval, fui desafiada a escrever uma crônica que tivesse conexão entre o livro e a mulher. Não é uma tarefa fácil, pois o ambiente externo chega através das batidas do pedreiro exercendo seu ofício. De outra banda, os sons das conversas dos vizinhos misturados a músicas, e a inspiração vem e some... Mas pegando o fio da História, sabe-se que o livro, por muito tempo, foi considerado um bem cultural de pouca circulação na sociedade. E o acesso, na Idade Média, era restrito a uma casta privilegiada nos lugares secretos dos Mosteiros. Nesse tempo, o livro, além de ser matéria perigosa, somente ao gênero masculino de notório saber e nobreza, cabia o direito de desfrutá-lo. Todavia, no curso do percurso, as vozes femininas, em épocas diversas, desafiaram o silêncio e ousaram, através dos escritos, soltar ao vento as suas ideias, denúncias e pensamentos. Nesse roteiro, um

Resenha - Conversa de jardim por Mariana Belize

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Resenha do livro “Conversa de jardim” de Maria Valéria Rezende e Roberto Menezes por Mariana Belize “Vamos confundir não só o tempo, vez ou outra, vamos confundir nossas falas também.” Nessa quarentena, muitos autores liberaram para download gratuito suas obras. Uma das que aproveitei para conhecer foi Conversa no jardim, de Maria Valéria Rezende e Roberto Menezes, que está ainda disponível na Amazon para download gratuito. Os dois autores são romancistas: Maria Valéria lançou Quarenta Dias e outros romances, assim como Roberto Menezes lançou Pirilampos cegos, Palavras que devoram lágrimas, entre outros títulos. E cito aqui os romances já pra deixar recomendada a leitura, hein? Os dois, no entanto, têm estilos bem diferentes, o que é muito interessante de se observar na leitura de Conversa de jardim. Já desde o título, como também a proposta do próprio livro, não é de modo algum ter algum flerte com a biografia (vou falar disso, conforme o texto avança).

Um conto poético - por Aidil Araujo Lima

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Desenho por W Patrick Caminho do viver Aidil Araujo Tão jovem ainda e perdeu as pegadas do caminho. Desiludido destino, abusado de esperar andança, deixa o corpo entregue à sina, esquecido da conta dos dias, desvalido, num faz de conta de viver. A velha mãe inventava força, preparava alimento que deitava no banquinho junto à cama. Um dia a encontra com pálpebras levantadas, pede que troque de lugar com ela, uma vez que já tinha provado os gostos da vida, casou, ficou viúva, teve filha e ela, tão nova, ali encalcada na cama, desacostumando o viver.  Ela fecha os olhos, disfarce adormecido, não carecia de vontade trocar palavra com a mãe. Pedia ajuda em silêncio, de alguém desse mundo ou do outro, alento para encontrar o caminho de existir. Passou o tempo, até que numa noite, ouviu de relance voz não conhecida lhe chamando pelo nome, num espanto abriu os olhos, uma mulher negra reluzente estava a sua frente, parecia ser anjo, levantou-se, vestiu casaco, saiu com cuidad

A doce e bela poética de Jéssica Kauana: seis poemas

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Man Ray teus traços inspiram-me esboços poéticos salientam teu corpo ardente ousado em queimar a pele em lava nesse meu vulcão de desejos enquanto afogo-me em lágrimas e me debruço sobre esse abismo casual te falo meus anseios soprando em tua orelha o quanto quero sentir teus beijos expelindo doçura nos meus lábios escaldantes Tarsila do Amaral toda lua eu lembro... estávamos você eu e ela a flutuar pelo horizonte... Toulouse porventura escrevi: que teus lábios contêm doçura e, dos teus beijos, o néctar expele da tua boca com indescritível pólen ao meu paladar poeta Regina Velloso a luta é todo dia é contínua, é consonante andando ora fora, ora nos trilhos em direção de múltiplas liberdades ser e pensar o quê/como eu desejar enquanto eu viver, pregarei pelas vozes das mulheres e seus clitóris a gozarem cosmos. sem anotação de autoria faça sua música com vinho am