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Todas as artes de Cristina Arruda

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Todas as Artes de Cristina Arruda por Chris Herrnann pintura - desenho - ilustraçãodelivros - poesia - bordados - porcelana - colchaderetalhos- livroinfantil A arte tem seus caminhos e curvas, tem seu destino. A arte busca com necessidade intuitiva até encontrar. A arte encontra em Cristina Arruda sua manifestação plena: delicadeza em estado bruto, lírica transformada em todo tipo de arte. Poeta, artista plástica, artesã, mal se percebe onde Cristina começa verso e acaba imagem. Rebento Cristina Arruda As vezes paro  Penso nos meus traços Absorvo Mastigo Rio E choro Acatando a dor e o riso Que me provocam Não tenho a vida inteira Para os devaneios  Da minha linha Mas marcarei em ti Algo que salta de mim  Como um tinir penetrante E brincam no papel desenhos feitos com canetinha e nanquim, lápis de cor, giz pastel seco ou  pintura em aquarela e tinta acrílica.  Pelas mãos de Cristina vão surgindo personagens

Meus anos de hikikomori | Marilia Kubota

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MOSAICO Coluna 03    –  Crônica Meus anos de hikikomori  por Marília Kubota Nos anos 2000,  o psicólogo Tamaki Saitô criou o termo hikikomori. A palavra japonesa designa a pessoa, em geral jovem do sexo masculino, que fica isolada em casa, com apetrechos eletrônicos.  O fenômeno começou a ser observado com a popularização de computadores pessoais e celulares. No Japão, hikikomori são um problema de saúde pública. Com o isolamento social compulsório da pandemia , lembrei. Também tive minha  época de hikikomori. Durante três anos morei numa chácara, em bairro nos limites de Curitiba. Vendi  um apartamento no centro da cidade. Era uma fase de instabilidade emocional, motivada pela depressão. Não me entusiasmei a comprar um novo imóvel. Uma amiga médica ofereceu abrigo. A nova casa era o paraíso. Tinha  bosque, pomar, horta e  animais domésticos. Cachorros, gatos e coelhos conviviam com um cavalo, carneiros e pavões. De noite, grilos, sapos e corujas cantavam,  à luz de um

Até onde as palavras nos levam - Chris Herrmann

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Crônicas que as lembranças me embrulham de presente - 07 Até onde as palavras nos levam  - elocubrações & improvisos por Chris Herrmann Em 1989 passei por uma das situações mais engraçadas, e ao mesmo tempo, mais constrangedoras da minha vida. Participei de um concurso de frases de humor promovido pela Rádio Antena 1, do Rio de Janeiro. Mandei pelo correio cerca de 110 frases no tema proposto ("eu sou do tempo que...") e venci. Ganhei um aparelho de videocassete que eu tanto sonhava. Naquele tempo era novidade e custava caríssimo. Meu companheiro, na época, filho de portugueses, não se importou da frase vencedora ser uma sátira justamente com portugueses! Eu não imaginava (embora desejasse muito) ganhar o concurso, muito menos que aquela frase seria a escolhida. Então, dias depois, num almoço de aniversário na casa da tia dele, toda a família portuguesa estava reunida. Eles me deram os parabéns pelo prêmio e meu companheiro insistiu para eu contar sobre a fra

Ouvindo Mulheres 08 - Entre afagos e suspiros

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Ouvindo Mulheres - 08 por Cris Lira Olá, leitoras e leitores! Como vocês estão neste momento tão peculiar que estamos vivendo? Do meu lado, há muito trabalho e a tensão entre ceder à loucura de mergulhar completamente nele ou fugir para outros mundos possíveis. Não está sendo fácil lidar com o conteúdo disponível para nos adormecer on-line e a pressão para produzir, produzir, produzir. Mas... estou escapando do assunto... Eu gostaria de ter começado essa coluna dizendo simplesmente que, como comentei com vocês na minha biografia, sou professora na Universidade de Iowa. Entre as minhas pesquisas recentes, estou mapeando a produção em prosa do Mulherio das Letras para identificar quem são as autoras e quais são os temas recorrentes. Se você tem acompanhando o meu canal, Vamos ler o Mulherio? , no Youtube já ouviu mais de 30 contos e com certeza já deve ter uma ideia de um dos temas recorrentes na Coletânea I e II do Mulherio das Letras (Mariposa Cartonera, 2017). Hoje, na Ouvind

Resenha do livro infantojuvenil de poemas, POEMEAR DE PERNAS PRO AR, de Adriana Barretta Almeida

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(ilustração da capa: Thomas Almeida Warren) PORQUE A POESIA QUER CAMBALHOTAS DE FAZER ENORMES ALEGRIAS! por Nic Cardeal  POEMEAR DE PERNAS PRO AR (Curitiba/PR: Insight, 2018) é um lindo livro infantojuvenil de poesia, escrito por ADRIANA BARRETTA ALMEIDA  e incrivelmente ilustrado por seu filho THOMAS ALMEIDA WARREN . Não é um livro lindo só para crianças, também é livro lindo de encantar adultos (e suas crianças que moram por dentro!). Adriana tem o dom de 'poemear' as palavras de um jeito tão bonito, que qualquer coisa vira verso, e depois do verso fica delicioso fazer desenho - na própria folha, no verso ou até no avesso do verbo! Ou ao contrário: um desenho surge de repente do menino Thomas e, já sai logo animando toda a turminha das palavras moradoras da Adriana! Bem faceiras - as palavras e a Adriana! -, querem logo 'poemear' a brincadeira! Porque Adriana sabe "(...) que poema colore a gente/com a cor do pirilampo/em dia que a noite venta./

O Voo Poético de Vânia Melo - Seis Poemas

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Mosaico - Carole Choucair Do que não sei nomear por ser muito pequena ou Poema para o Silêncio. Sempre quis escrever histórias de silêncio Seja um poema ou um transe Que se recite ou que se dance Seja canto, ponto, ladainha ou reza É o poema, é o àṣẹ que interessa Mas não me chega todo, certeiro Seria mais lindo se viesse inteiro? Penso. Talvez esteja chegando. Do jeito dele, num ritmo lento... Mas quem sou eu pra entender de ritmo se não alcanço o tempo? E ele me chega em silêncio... Em sua cadência, trazia consigo um som perfeito Mas como um som delicioso Se era um poema silencioso? Mas quem sou eu pra entender de som se a ancestralidade detém o ritmo do que eu ainda estou aprendendo que trago comigo? Um som tão bom. Um som de amor. Um som de palha de curar toda dor. Palha por palha cada uma dançava E que cheiro bom de casa de taipa Que cheiro bom e acolhedor aquele som me revelava. E eu sigo... com muita fé pra desenvolver Com muita bênção

A trajetória musical de Kareen Mendes

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Kareen Mendes é menina baiana que desde muito pequena, esteve em contato com a música através de um tio e, quase simultaneamente, aprendeu a falar e cantar. Sua base, a música que ela ouvia em casa, sempre foi MPB e Kareen passeia com maestria, pelas mais diversas vertentes que a nossa música oferece. Essa mulher tão jovem, contabiliza mais de vinte anos de carreira. Trilhou vários caminhos, bandas, parcerias e a partir de 2011, inaugurou sua carreira solo. Compositora de mão cheia, além de cantora de voz refinadíssima, lançou em 2013 o seu EP Passeio, com seis faixas, sendo quatro composições suas. Ao longo dos anos, elaborou vários shows com excelente produção e sempre acompanhada de ótimos músicos. Em 2014, Kareen e eu, estabelecemos algumas parcerias bonitas. Ela criou o show SUBVERSIVA, no qual apresentava canções só de mulheres que tinham representatividade com relação às lutas que travamos. De Rita Lee a Gal Costa, estavam no repertório e eu fui convidada a fazer interfer