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Poemia 01 | Tempo - por Chris Herrmann

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| coluna 01 | Estreando esta nova coluna, onde trarei sempre dois poemas autorais e uma imagem artística. Hoje quero falar do tempo... O tempo o que me assombra não é o tempo que perdi reverenciando inutilidades, nem a imagem refletida que tiveram de mim. me assombra é o tempo, o que se perdeu na carcaça, que me fez caça e prisioneiro, que não mais me serve. mais ainda me assombra não é a sombra que eu era, mas a que ficou vazia e só nas águas de um tempo ido. Aquarela de Lu Valença Muda nunca tive a certeza das árvores vi minhas raízes crescerem nômades, avançar rios, lágrimas cachoeiras sem eira nem beiras fazer cabo de força de mim entre continentes e oceanos nunca tive a certeza dos troncos mas a dos trancos e barrancos das tempestades sem fim a certeza, eu aprendi foi com a muda que teve a planta dos pés queimada e as folhas arrancadas por outonos atrevidos a muda me ensinou a falar para sobreviver à próxima estação me ensinou também a ter a certeza de que tudo muda.

Coluna 06 | LIVREMO-NOS! A CAIXA PRETA de GEÓRGIA ALVES (Brasil)

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coluna 06 A coluna LIVREMO-NOS apresenta com imensa satisfação o livro recém lançado, A CAIXA PRETA da querida e gentil escritora e jornalista GEÓRGIA ALVES. Évora é moça de origem simples, classe média, pai professor, mãe costureira. Por causa de sua figura longilínea, se tornou modelo. Em dado momento da carreira, trocou tudo pelo casamento e filhos, pois sofreu severo trauma nesta realidade desconhecida. Nesse período, passa a sobreviver do curso de secretariado, até conseguir bolsa de estudos e mestrado em Fotografia. Por trás das câmeras, vai compreender melhor o mecanismo da caixa-preta. Em meio a tantas descobertas, ela conta com a ajuda de Haia, a professora estrangeira, o colega de classe, Basílio, a amiga basca, Esmeralda, e até mesmo a mocinha da secretaria da escola, Ludmila. Assim, Évora desvenda arranjos familiares que ataram sua existência dela à do seu pai, Virgílio, assim como à de sua mãe, Judite, e ao irmão, Jacques. Book Trailer Onde encontrar: Editora Viseu Geórgi

Nietzsche conto! 02 | Eu conto ou você conta? por Chris Herrmann

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| coluna 02 | EU CONTO OU VOCÊ CONTA? por Chris Herrmann Allan Põe palavras: “ainda tô contando os corvos.“ Simone de Bom Ar: “o conto é misógino... por que não uma conta?“ Boka Lokowski: “só conto comigo e o meu cigarro“ Manoel João de Barros: “um passarinho me contou“ Freude-se: “já lhes contei que a culpa é da mãe“ Bispo Mais Sebo: “estou escrevendo o conto do vigário“ Fernando Mil Pessoas: “eu conto com os outros que há em mim“ Drums Mond: “antes eu contava as pedras enquanto caminhava. agora são elas que me contam, enquanto me diluo nesse caminho infinito de poeira cósmica“ Rubizão: “amanhã eu conto“ Garotão: “só conto pro meu advogado e pra mamãe“ Neverson Rodrigues: “eu conto e canto outras“ Delator premiado: “eu conto tudo que você quiser que eu conte“ Trumpeiro: “eu só conto com a minha superioridade!“ Ih, Manuel: “não kant comigo!“ Temeroso: “conto com a minha aposentadoria“ Morro: “e eu com a minha, Temeroso. Só não conte a ninguém os meus planos pra 2022” Maluca Mulher: “já

Preta em Traje Branco | Isolamento e Pandemia: Tempo de Repensar Por Lu Amor Spin

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Coluna 13 Fonte pixabay.com Isolamento e Pandemia: Tempo de  Repensar Nunca passou pela minha cabeça viver o que estamos vivendo, a pandemia nos colocou cara a cara com nós mesmos. Nossos medos, incertezas, amores, dores, chacoalhou nossos pensamentos, planos, projetos. Enfim, tivemos que nos reinventar e nos adaptar a inúmeras situações. Como diz na letra dos Titãs “É preciso saber viver”. O ano de 2020 para muitos foi de muita decepção, desemprego, perda de parentes, amigos, e no peito aquela amarga sensação. Conviver sem abraços, sem uma conversa com amigos no barzinho ou um almoço em casa, sem poder ir ao cinema, teatro, parques, enfim, daremos valor a todas essas coisas. E em meio a esse caos da pandemia, com medo do vírus, teve até quem partiu para a agressão.  Nas padarias, farmácias, mercados, ops... Tossiu, espirrou, te olham de cara feia, e teve até quem apanhou!  Vários casos repercutiram em rede nacional, nervos a flor da pele, suicídio, estresse, depressão. É fácil di

Coluna 06 - In-Confidências por Adriana Mayrinck

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                                                                    coluna 06 Mengão do meu coração! Vou confessar que desde que vim para Portugal, em 2017, os jogos do Flamengo não faziam mais parte da minha rotina, andava mesmo desiludida com o meu clube, desde a época da má administração da Patrícia Amorim e já que tinha deixado a família, os amigos, a minha praia, e tantas outras coisas que faziam parte de mim, para trás, o meu time do coração, também ficou fora da mala, deixei ali, junto com todas as outras coisas, em um relicário de lembranças. Até que... Em junho de 2019, alguma coisa mudou dentro de mim. Aquele senhor, ex-técnico do Sporting, time luso que adotei como meu para sentir-me parte integrante de uma nova vida, me causou extrema simpatia e no qual me sensibilizei por toda a agressão sofrida em Alcolchete, assunto diário nos noticiários em maio de 2018, deixou a sua terra natal e foi recuperar-se em um clube saudita, o Al-Hilal, me causava um misto de admiração e curio

Coluna 04 | Mulherio das Letras na Lua - JAMMY SAID (Brasil)

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                                                                        Coluna 04 Divulgando autoras Lusófonas, um poema de Jammy Said Colorir a Vida Observo o quadro à minha frente com cores intensas  O Azul do Mar... O verde da Natureza... A Areia da Praia de cores indefinida. Os Prédios de MultiCores. Os Carros... Cores...Cores. Pessoas em seus apressados caminhar. Eu parada sentada em um banco no calçadão da Praia a observar. Em minha mente o quadro  com formas e cores. Desenho máscaras nos rostos. Proteção...Proteção... A Arte se faz presente. O coração pulsa e sente. Jammy Said , Niterói, Rio de Janeiro. Poeta/Escritora/Produtora Cultural/Atriz/Terapeuta Holística/Jornalista/Coordenadora do Evento Cultural Encontro Sarau & Dança. Participou como co-autora das Antologias realizadas pelo Movimento Um Brinde à Poesia de Lucília Dowslley, e também das edições do Fanzine Alfarrábios na oitava edição. Diretora de Ações Culturais do Movimento União Cultural Núcleo Niterói, Delegad

Resenha 'afetiva' do livro de poesia CICUTA E CILÍCIO, de Jeanne Araújo

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(capa do livro CICUTA E CILÍCIO ) O AMOR SAGRADO E PROFANO NA POESIA DE CICUTA E CILÍCIO  (por Nic Cardeal) Em seu novo livro  CICUTA E CILÍCIO (Penalux, 2021),  JEANNE ARAÚJO  transforma em poesia contemporânea toda a paixão e o amor revelados na obra clássica  As Cartas Portuguesas , por Mariana Vaz Alcoforado (freira portuguesa e escritora), e dirigidos ao Marquês Noel Bouton de Chamilly, Conde de Saint-Léger e oficial francês. O ‘eu lírico' de Mariana é desenhado na poética de Jeanne, que descreve lindamente o vendaval de sentimentos - às vezes brisa, às vezes tempestade - que tomou conta de Mariana, ao viver esse amor e posteriormente ser abandonada pelo amado. Tanto o amor profano quanto o sagrado, ambos se misturam nos versos de Jeanne, trazendo roupagem nova e atual para o amor proibido retratado nas clássicas cartas. A personagem tem urgência de falar sobre o amor que marcou - feito tatuagem, corte, fagulha, fantasia - a sua pele, a sua alma, a sua memória. Em todos os

De Prosa & Arte | Vanusas, Bethânias, Marias e Calcanhotos pra alçar voos.

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  Coluna 19 Fonte: pixabay.com Vanusas, Bethânias, Marias, Paulas e Calcanhotos pra alçar voos. Traçando uma linha do tempo, entre um acontecimento e outro, elas criam um marco do que foram até ali e como seguirão adiante. Trafegando dois opostos: a inconstância e a certeza, aquilo que é delas e o desconhecido. O inócuo e o nocivo, o vazio e a abundância, o sacro e o profano.  Estão em transição, oscilantes entre a expectativa e a realidade e às vezes os dois se confundem. Vão assim contrariando as estatísticas,  transgredindo as regras,  agindo fora do padrão,  porque a inércia as entedia e a rotina as enjoa.  Elas se lembram do chiado da vitrola: "Hoje vou mudar / Vasculhar minhas gavetas / jogar fora sentimentos e ressentimentos tolos / fazer limpeza no armário / retirar traças e teias / e angústias da minha mente / parar de sofrer por coisas tão pequeninas / deixar de ser menina / pra ser mulher”. (¹) Quantas coisas foram abandonando no caminhar incansável da vida. Quanto de

Coluna 05 | LIVREMO-NOS! NOJO de Divanize Carbonieri

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                                Coluna 05 A coluna LIVREMO-NOS apresenta com imensa satisfação o livro  NOJO mais uma grande obra literária da querida e gentil DIVANIZE CARBONIERI                                                É a testa, é o pelo, é a estria, é a obesidade, o cabelo, o sexo, as tatuagens. O que dá nojo em você? Este é o livro mais agressivo da autora. Nojo é repulsa. Ao outro ou a você mesmo? Carbonieri dá um soco na boca do nosso estômago, e não espera resposta: “todo mundo é iludido da mesma maneira se deixa comprar pela fachada pela aparência de uma pessoa”. Onde comprar:  Tanta Tinta Editora                                 Com a autora Saiba mais: Por Roberta Gasparotto                           Revista Pixé                           Divanize Carbonieri é doutora em Letras pela Universidade de São Paulo, atuando como professora de literaturas de língua inglesa na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). É autora dos livros de poesia “Entraves” (Carlini & Ca

Cinco poemas de Jacinaila Louriana Ferreira | "a voz que insiste em gritar"

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  Imagem de Speedy McVroom por Pixabay.   Cinco poemas de Jacinaila Louriana Ferreira "a voz que insiste em gritar"   Palavra   Ronda no pensamento como um ronronar felino que de tanto insistir é fera do destino   É a voz que insiste em gritar, nasce no poder materno de gerar...   Não é o acaso é caso pensado está pronto! insiste em sair povoar...   É o mistério do escritor que curva a alma e registra, o que não quer calar!   Sim! É como parir... A palavra está pronta, insiste em nascer... Brilhar!     Armado contra preconceitos   Meu cabelo Nunca fez mal pra ninguém E mesmo assim É considerado ruim?!   Fuá, Ninho de guacho, Grenho, Bombril, Bucha, Cabelo de nego, Cabelo de suvaco, Cocô de rolinha, Pixaim...   Triste sina a minha! Cabelo de mola, Vassoura de bruxa, Que impertinência a sua!   Esponja de aço Cabelo doido, duro Duro é aguentar Sua discriminação! Quem disse