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Lançamento | Coletânea Mulherio das Letras para Elas

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  Mulherio das Letras lança e-book gratuito em prol das mulheres do Afeganistão     O Mulherio das Letras lança, em   10 de outubro, às 18h ,  na página do movimento, a Coletânea Mulherio por Elas, poemas e prosas para as meninas e mulheres afegãs. A obra em formato e-book é um apelo para chamar a atenção das autoridades para apoiar a luta pelo espaço para a mulher no Afeganistão.      A organização é da escritora e editora Vanessa Ratton, com apresentação da Jornalista Adriana Carranca e da escritora Maria Valéria Rezende, e mediação de Chris Herrmann.    A obra tem 120 páginas, 56 coautoras e estará disponível gratuitamente no site da Editora  amarelivros. com. br, no site sermulherarte. com e do issuu. Capa, artes e diagramação de Chris Herrmann. Link para ler e/ou baixar gratuitamente: http://bit.ly/mulheriodasletrasparaelas A Edição é da Amare em parceria com o selo Ser MulherArte Editorial .    O movimentação Mulherio das Letras reúne mais de 7 mil mulheres escritoras. Tem art

Para não dizer que não falei dos cravos | Seis poemas de Jansen Hinkel

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  Coluna 26 Seis poemas de Jansen Hinkel  cera   (paragrafias, p. 57).   vespas medonhas em conjunto de ponta cabeça na madeira podre.   de pedaço em pedaço na trajetória do ar de uma árvore qualquer para o canto da calha.   abelhas-cupins direcionadas a um trabalho formal de cera.   uma colônia de escuras asas e um plano ancestral para o deus-hexágono.   nós, quase tal elas, com a segurança, antinatural, de também organizar o tudo em formatos.   e alienígenas sem asas de inflamadas conjuntivas nos prendemos em lados centros e túnicas de futuros que não serão.     uma bruxa (paragrafias, p. 130).   Compostos venenos, bem arrumados na tábua pregada a servir de estante. Emplastros e líquidos com cheiro de fruta podre. Uns ramos amarrados com palha. Um gato magro e orelhudo, a espiar panelas. Alinhadas cartas de tarô de Sevilha e os incensos. Era o fim de uma tarde azul e a luz invadi

Pés Descalços 02 | Uma página para cada coisa

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                        Uma página para cada coisa Um dia uma colega me contou, espantada, que havia lido no jornal que “mais da metade da população da Índia não tinha condição de comprar papel higiênico”. Aquilo me fez lembrar da época de escola, na infância, quando morava em uma casa em uma rua que era o coração do bairro. Naquela rua havia uma escola, uma creche e a igreja católica com a única pracinha do bairro. Nos arredores ainda se observava a sorveteria, o supermercado, o campo de futebol, a lojinha de roupas e a de sapatos. A igreja evangélica, o centro comunitário, o verdurão, bares e farmácia. Mas havia também, e resgato da memória, os comícios, em tempos de eleição, as feiras de domingo e, os ensaios de Carnaval. Embora, na maioria desses lugares, só passássemos em frente. E nos ensaios de carnaval e comícios, mamãe dizia que não era para meninas; nos proibindo de ir. Observava os movimentos, pela rachadura da porta da frente de casa.   A escola era impossível de não se

A Face da Divícia | Um Náutilo

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  Coluna 03 Um Náutilo - Por Divanize Carbonieri Quando ele surgiu do éter, eu já estava conformada com a minha situação. Tinha desistido de espernear e gritar por socorro. Ninguém iria me ajudar mesmo. Talvez fosse a palermice depois de tanta picada. O fato é que não me assustei com a sua carranca esverdeada boiando no ar. Afinal, não deixava de ser uma bela cor, igualzinha àquela do gramado em frente. Só achei insana a recomendação que me prescreveu. Mas quem era eu para julgar? É mister que Vossa Senhoria ingira quarenta copos de água a cada rada do dia. Primeira vez que se dirigem a mim com tal reverência, e o que vem a ser rada , meu Deus do céu? Isso nem falei em voz alta, mas ele já foi logo respondendo porque o danado ouvia pensamentos. Vinte e quatro são as horas de um intervalo diário, que, divididas por quatro, contabilizam seis. Cada um desses conjuntos constitui um rada . Hum, são dez copos por hora, não? Perfeitamente! Bastante coisa, e quando eu estiver dormindo? Adorme

Cinco poemas de Valéria Paz | "Era vida e se quebrou"

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  Imagem de David Zydd por Pixabay.   Cinco poemas de Valéria Paz Era vida e se quebrou Agulhas às vezes um demiurgo encontra uma veia de bom calibre e tira um pouco de poesia pra meu uso pessoal de outras, apenas me fura e me anestesia da dor das palavras Homo inhabilis não quero aprender nada de novo nem ioga, nem krav maga nem dança de salão nem esporte radical nem fotografia, nem jardinagem nem fazer pão ou cerveja nem customizar minha roupa nem postar vídeo no youtube nem falar mandarim não vou acumular outras inabilidades ao que já não sei ao que já me escapa ao que já me basta de ignorâncias inacabadas e são muitas e são profundas mas como não têm nada de novas me cabem e me confortam nesse momento de espanto em que me perdi de mim Imagem de Gerd Altmann por Pixabay. Ouroboros tem um vazio todo dia me devorando pelas beiradas quando chega no âmago no centro do nada me vomita num jorro e começa de novo como aquela cobra infinita maldita com um furo no meio ciclo da vida uma ova p