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UniVerso de Mulheres 16 : A Performance "Avó do Mundo " de Rosi Waikhon, por Valeska Brinkmann e Rosi Waikhon

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UniVerso de Mulheres 16 : A Performance "Avó do Mundo " de Rosi Waikhon,  por Valeska Brinkmann e Rosi Waikhon  A Coluna Uni-Versos de Mulheres, cede a fala esse mês a Rosi Waikhon, que nos conta da performance "Avó do Mundo",  realizada em 12 de junho de 2022 Projeto  Avó do Mundo  por Rosi Waihkon Por décadas ouvimos que nossas terras eram lugares inabitados, geograficamente sem ocupações humanas. Nos bancos escolares, os livros didáticos também afirmavam isso, deixando nossas mentes um tanto confusas. Até que decidimos recorrer à memória de nossos antepassados, nossos Avós - como costumamos dizer, pois eram elas e eles quem nos narravam sobre a criação da humanidade e dos lugares, as Casas Ancestrais, onde vivem os seres que não enxergamos com os olhos (mas que sempre estão observando nossos passos). Então nos chega a seguinte questão: Como pensar na desconstrução dessas teorias reducionistas e discriminatórias construídas há décadas? Decidimos promover pequenas

Minha Lavra do teu Livro 01 | "ASSIM NÃO VALE", de NOÉLIA RIBEIRO, por Nic Cardeal

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Minha Lavra do teu Livro 01  – resenhas afetivas  –   "ASSIM NÃO VALE":  A MAIS VALIA DA POESIA! ASSIM NÃO VALE , o novo livro da poeta NOÉLIA RIBEIRO  (Editora Arribaçã/2022) chega-me às mãos como uma rajada intensa de realidade interpretada com enorme perspicácia - mesmo quando o imaginário a pincela lá e cá das tinturas próprias do 'fazer poético' - de forma que não há como ficarmos alheios aos sentidos, sentimentos e emoções que ultrapassam para as entrelinhas da palavra. Não há como negar: ao lermos Noélia, Gaston Bachelard ecoa: "a linguagem poética, quando traduz imagens materiais, é um verdadeiro encantamento de energia" ! Noélia nasceu para a Poesia (sim, maiúscula!), porque possui nas mãos - tanto as que seguram o lápis, a caneta, ou percorrem o teclado; quanto aquelas 'mãos da alma', que procuram no imaginário [e encontram] os exatos sentidos das diversas dimensões poéticas - aquelas inerentes aos melhores operadores da palavra!  Sim. Ela

SEIS POEMAS DE MAR WOLKERS

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fotografia do arquivo pessoal da autora  ESCRITORA   Eu não deixei de escrever, só porque não escrevo mais, aqui fora Porque há mil mãos invisíveis que escrevem no meu dentro à tempo inteiro E eu só não liberei os muros de mim grafitados de poesia de rua, porque não o quis Todo dia um muro com versos é erguido nas minhas ruínas E eu não me afobo em mostrar do meu abstrato, todos estes meus concretos repletos de sonhos Vou construindo a minha cidade... Cidadezinha esta, bem do meu interior: Pacata, comezinha, simples e paradoxalmente, Faiscante e fantástica  Eu não deixei de escrever. Escrevo enquanto trinco a maçã, estendo a roupa, troco fraldas, faço sexo, comida, arrumações  durmo,  atendo o telefone escrevo sobretudo, sem a atuação e o exercício das mãos. escrevo na mente com o meu coração e vice e verso e a poesia vai beirando o penhasco da filosofia, da fisiologia urino escrevendo dias à dentro a sede faz-me beber a água e ela desce escrevendo na garganta Peito rabiscado No meu tó

UM TRECHO DE INCRÍVEL ROMANCE DE HENRIETTE EFFENBERGER | QUASE NADA DE AZUL SOBRE OS OLHOS

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  fotografia do arquivo pessoal da autora   Hoje é dia de homenagear a grande escritora HENRIETTE EFFENBERGER , com o primeiro capítulo de seu romance  Quase nada de azul sobre os olhos :  Capítulo 1 Não fosse pela repercussão que o ato poderia causar, bateria as solas dos sapatos, uma na outra, para não levar consigo nem mesmo a poeira desse lugar. Mas repetir Carlota Joaquin, quase duzentos depois, não era uma opção. Tudo que ela não precisava naquele momento era chamar a atenção das pessoas sobre si. Só lamentava é que não estaria presente para ver as reações daqueles que tripudiaram sobre os seus sentimentos. Quando desceu as escadas, o barulho dos saltos altos que ressoou pelos degraus de madeira foram os últimos sons de sua presença naquele local. Abriu a porta que levava à rua e também a trancou atrás de si, do mesmo modo como faria um pouco mais adiante com o portãozinho de ferro de grades torneadas à maneira antiga, presos por duas muretas, típicos das casas da década de 1950.

CINCO POEMAS DE PATRÍCIA MEIRELES

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fotografia do arquivo pessoal da autora  A VIDA SÓ FAZ SENTIDO Uma vida sentida  é o amor que partilhamos, os seres que vamos encontrando  ao longo dos anos. Sou um ser afortunado,  apesar de todos os danos:  traições, abandono... Mas a vida só faz sentido  quando percebemos  que quem  perdemos foi uma vitória.  Quem permanece na história  é quem deixa saudade. Tu foste um ser que eu conheci  em poucos minutos,  ou talvez horas,  mas foi uma empatia tão grande,  que me apeteceu agradecer-te com palavras.  Um grande ser humano, uma menina mulher. Põe-me sorrisos estampados no rosto  de forma fácil pela pureza,  genuidade e grande coração que possuis.  Desejo-te um percurso risonho,  igual à alma que te pertence.   Anseio conhecer-te e apaixonar-me  todos os dias da minha vida.  Eu gosto de ti e quero-te de forma tão intensa  e genuína como nunca quis ninguém. -*- imagem do Pinterest   CARTAS QUE TE ESCREVO Todos os dias penso,  perdi-me com a tua partida,  mas fito-te:  olho para o céu