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SETE POEMAS DE MELISSA VASCONCELOS | DO LIVRO "FLORES MORTAS DO SERTÃO"

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fotografia do arquivo pessoal da autora   Sete poemas de  Melissa Vasconcelos  do livro  "Flores Mortas do Sertão" O mundo morria e a doçura das flores imperava longe em cima das grandes e desconhecidas vegetações. Santo Deus permitisse que assim continuasse. Tudo de bonito e uterino terminava acabado nas mãos  de quem fazia obra de cimento. O quarto está escuro, as cabanas estão fechadas. É hora de cortar o que estava remendado. O terço longo e desgastado sobre a mesa. O chão sujo, velho, não pavimentado. O menino que rala o joelho na estrada. A avó que prepara um chá e o entrega dizendo "tome,  meu filho! Que nenhum mal há de te assolar." Deus há de querer-te vivo, Deus não desampara nenhuma criança sem sorte. Vejo cactos, e não me atormentam. Ando descalça, e não me machuco. Ando de ferro. Ferro que a vida ornamentou na estrada. Tiro amor da seca. Me batem no inferno por assim ser. Tilinta a cabeça, é o delírio da dor. Suando como quem é espremida. Sangrando como

A PALAVRA SURPREENDENTE DE SOLANGE CIANNI | Projeto 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidad e. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Navegue na palavra surpreendente - em verso ou em prosa - de SOLANGE CIANNI : LAGARTA Está Lagarta, totalmente Lagarta... Comendo sem parar, como se todo o sentido da vida Fosse armazenar alimento para o tempo de hibernar. Tudo culpa do outono! Em breve estará casulo, Ruminando saliva e solitude na escuridão. Mergulho inadiável nas próprias entranhas, Para ver se um dia, (Quem sabe na próxima primavera?) Esteja borboleta. (* poema publicado na  Antologia de Poesias Mulherio das Letras ) imagem do Pinterest  -*- TPM Ela é que não conseguia compreender os homens, por

A POESIA ENVOLVENTE DE DIANA PILATTI | Projeto 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Navegue na poesia envolvente de DIANA PILATTI : POESIA DIÁRIA   enquanto o poeta grita sob águas serenas e sangra tempo liquefeito a poesia dissimula  empapada de rotinas uma poesia cronometrada                    escancionada               a s q u e r o s a e s í n i c a no enleio diário  das bocas salivando mentiras enquanto o poeta afunda e grita borbulha versos mudos como as lágrimas puras das crianças violadas (* poema do livro Palavras avulsas ) capa do livro Palavras avulsas  -*- ENCONTRO MARCADO         Hoje à noite    ali no terceiro verso vista sua melhor rima

A INCRÍVEL POESIA DE CLELIA PFEIFER | Projeto 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora  8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Surpreenda-se com a incrível poesia de CLELIA PFEIFER : POR UM FIO Preciso escrever, muito, sem parar, até calar toda a palavra Preencher estes hiatos falsos, obtusos, Preciso gritar Ousar achar um fio Um fio que me conduza para o avesso de tudo isto que roubaste de minhas janelas. Preciso achar uma poética que reinvente esta realidade sem céu, Sem chão. Preciso saltar este abismo, Quebrar os cristais das utopias que sonhei, Arrancar as promessas traídas, Aninhadas em minhas frestas, meus cantos. Preciso gritar que estou por um fio, Que em teu ato absoluto me fizeste