Araceli Otamendi e Miriam Maria Santucci: Natal Internacional
![]() |
| Fotografia de Isabel Furini |
Os poemas das poetas Araceli Otamendi, da Argentina, e Miriam Maria Santucci, da Itália, fazem o nosso Natal Internacional. Parabéns, Araceli e Miriam.
Araceli Otamendi (poema em espanhol e sua tradução ao português).
Espera en Navidad
Cómo árboles añosos y erguidos
en una esquina del Sur esperan
el alimento que guardarán en su tupper,
mientras suena la voz ronca de Sinatra:
A mi manera.
Conversan, ríen. La espera no es larga
bajo este cielo azul. Han perdido hasta las hojas,
en los ojos conservan un brillo de esperanza.
Al caer la noche, los iluminará
la Estrella que nunca se apaga.
© Araceli Otamendi - Ciudad de Buenos Aires
Escritora y periodista argentina. Directora de las revistas de cultura Archivos del Sur y Barco de papel.
Espera no Natal
Como árvores idosas e verticais
em uma esquina do sul eles esperam
o alimento que vão guardar em seus tupperwares,
enquanto soa a voz rouca de Sinatra:
“Do meu jeito”
Eles falam, eles riem. A espera não é longa
sob este céu azul. Até perderam as folhas,
Nos seus olhos conservam um brilho de esperança.
Quando a noite cair, serão iluminados
pela estrela que nunca se apaga.
© Araceli Otamendi - Cidade de Buenos Aires
Escritora e jornalista argentina. Diretora das revistas de cultura Archivos del Sur e Barco de papel.
![]() |
| Fotografia de Isabel Furini |
Poema de Miriam Maria Santucci em italiano e sua tradução ao português.
QUEL NATALE LONTANO
Scrivevamo letterine.
Ogni parola, un dono.
Sull’albero:
caramelle, mandarini,
batuffoli di cotone.
Il vischio alla porta,
il presepe di muschio e cartone.
Quel Natale
profumava di attesa,
di mani che si cercavano,
di stelle di carta.
E bastava un abbraccio,
una voce lieve,
per sentirsi amati,
senza niente di più.
Oggi restano luci,
regali, illusioni.
Ma senza quella magia
che ormai si è perduta per sempre…
AQUELE NATAL DISTANTE
Miriam Maria Santucci
Escrevíamos cartinhas.
Cada palavra, um presente.
Na árvore:
balas, tangerinas,
bolinhas de algodão.
O visco na porta,
o presépio de musgo e papelão.
Aquele Natal
cheirava a espera,
a mãos que se buscavam,
a estrelas de papel.
Bastava um abraço,
uma voz suave,
para sentir-se amados,
sem mais nada.
Hoje restam luzes,
presentes, ilusões.
Mas sem aquela magia
que já se perdeu para sempre...


Comentários
Postar um comentário