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Mostrando postagens com o rótulo Lu Valença

Um passeio poético com Helena da Rosa - Cinco poemas

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"Romance" -Luciane Valença QUANDO NASCE O POEMA Dão-se as linhas às mãos, os poemas: um vício Sôfregos lábios palavras a dizerem-se mistérios Damo-nos à perdição e o amor é esse poema urgente sempre querendo nascer. "Amor não é palavra" - Luciane Valença DE AMORES E GIRASSÓIS Em algum lugar dormia o Tempo: sangrava no olhar o peso das penas Giraram sóis: olhares e palavras alinharam-se no horizonte Pétala a pétala Palavra a palavra sob asas leves aninhou-se o poema Girando-nos dentro o súbito desejo de voar ao sol. "Reconstrução" - Luciane Valença TEMPLO Alma e mãos feridas (a)dentro o Templo sagrado de mim Procuro em cada prece o motivo: o início o meio o fim (?) Mãos e alma (ex) postas rezo a vida. POESIA Atravessa-me assim a Palavra: ave migratória em busca do melhor Tempo do melhor caminho tornando sondáveis os Mistérios

Um Conto forte e terno - por Henriette Effenberger

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Aquarela - Luciane Valença “Rola-me na cabeça o cérebro oco. Porventura, meu Deus, estarei louco ?”.   Augusto dos Anjos Louquinha - Lelé por Henriette Effenberger Diagnóstico fácil: Psicose por drogas. Camisa de força química para substituir a tradicional; a ambulância deslizando pelas avenidas; os portões abrindo-se após a identificação, o quarto frio, as grades, o abandono... Abandono tão seu conhecido que já nem se importava com ele. Era íntima também da solidão, do desprezo, da indiferença. Conhecia-os desde que nascera: do barraco onde viveu com a mãe embriagada, das ruas onde se abrigou das surras que levava em casa e dos orfanatos e instituições para menores carentes e infratores, os quais frequentou com assiduidade e rebeldia. Refugiava-se daqueles sentimentos na cola, esmaltes e solventes. Mais velha, descobriu o álcool e o crack. Ao mesmo tempo iniciou-se nos pequenos furtos e na prostituição, onde também aprendeu a defender-se com estiletes

A poesia imensa de Adriane Garcia

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"Passeio com Vincent" de LucianeValença Oftalmológico Um céu tão amplo O mar este vasto O mundo grande A perder de vista De repente céu Para além da ponta Dos edifícios Miopia é vício De só enxergar De perto. "Céu" de Luciane Valença Poema para um sábado Luz amena O céu coberto de Manta de algodão Experimenta a preguiça (como são deliciosos os pecados capitais) Manda uma chuva Fininha Para nos distrair Do atraso do Sol A água Lânguida Lambe plantas E pedras O dia é um gato Se enroscando Nas pernas.  "Portal" de Luciane Valença Os vivos Da não agressão Da inveja nula Da cobrança reduzida a Zero Da aceitação sem nome e do Silêncio Do livre transitar sem Julgamento: Gosto mais dos mortos.  *** Morrer A beleza pousa na ampulheta Ruflar asinhas ninguém escuta A vida e a morte no pé de murta

A poesia "diva" de Líria Porto - seis poemas

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Luciane Valença bardo tal qual um menino procura brinquedos lá vai o poeta a tinta as letras tal qual passarinho no uso das asas lá vai o poeta o voo as palavras tal qual a canoa por cima do rio lá vai o poeta o remo a rima tal qual marinheiro no rumo do mar lá vai o poeta a bússola a poesia tal qual lavra_dor na lida da terra lá vai o poeta : lavai o sangue Aquarela sobre papel de Luciane Valença uno eu não sou eu sou nosotros formamos um coletivo lutamos todos por todos por semelhantes motivos tua fome é minha fome teus medos meus calafrios somos homens somos bichos nasceu de ti é meu filho (couro pele pena escama precisamos proteger-nos dos terríveis predadores de todo e qualquer perigo)                     "Amor não é palavra" de Luciane Valença deliriar de manhã fazer um verso à tarde com_por um n_ovo à noite haver-se in_verso a aninhar-se em alcova

Um Conto de Eliana Bueno Ribeiro

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Luciane Valença Moema por   Eliana Bueno Ribeiro Fui eu quem o viu primeiro, trazido pelo mar. Caído lá,mais morto que vivo. Afogado? Corremos todas, ele deu um suspiro e olhou pra mim. Juro, ele olhou primeiro pra mim, depois pra ela, depois pras outras que o cercavam. Logo depois fechou os olhos como se tivesse morrido. Como se tivesse dormido. Elas ficaram ali rindo e falando e ele imóvel como um peixe grande encalhado na praia. A cara encostada na areia, cheia de cabelos pretos misturados com as algas e peixes miúdos que se debatiam como numa rede. Um branco vestido como um branco, cheirando como um branco. Joelhos no peito, abraçava um osso escuro ou galho de árvore que lhe ia quase aos pés. Quando os homens chegaram ele se esticou num pulo, como uma cobra.No meio de todos eu abria caminho para que ele me visse, empurrando as outras. Apertei seu braço para que ele não tivesse medo, eu estava ali, eu sempre saberia do que ele precisasse. Eu e ela.Nós duas cuidamos

A belíssima poesia de Érica Azevedo - seis poemas

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Carmen Luna Esquinas Entre passos e paisagens os dias atravessam mares e planos. Entre becos e caos a lama e a grama seguem sem fronteira. Há uma rua nos olhos de minha esperança: Paredes, becos e tempos em branco. Há uma esquina em minha estrada que margeia palavras e escapa lucidez. Luciane Valença   Partituras Laços e sonhos emaranhados no peito. A veia rasgada de esperança alimenta os nós do desejo: partituras de verbos e sentimentos. A marca apagada no papel rasgado -Aborto de verso- declaração e silêncio. imagem pinterest -borboleta abstrata Desajuste Uma borboleta intrusiva insiste entrar no casulo. O experimento do mundo fora demasiado doloroso. Carmen Luna Instantes Uma bala perpassa meu peito bem devagarzinho... E sigo cheio de morte pela vida.