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Mostrando postagens de julho, 2021

MulherArte Resenhas 12 | Prefácio ao livro "Chão Batido" de Juçara Naccioli - Por Cristiane Sobral

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  Prefácio ao livro Chão Batido de Juçara Naccioli  - Por Cristiane Sobral Caro leitor, escrever não é labuta fácil. O poema tem identidade, nasce, mas ainda não está pronto, percorre o caminho único da criação. Publicar no Brasil também é estrada íngreme. O convite para escrever um prefácio é algo que assombra um pouco. Sempre novo e único falar sobre autores e o processo de tornar-se poesia. Palavrear não é ato isento, as palavras curam, ferem, transformam. Desacredito em coincidências no encontro entre a autora e a prefaciadora, quiçá parteira a anunciar o corpo livro. Esse encontro é marcado considerando a intuição e a força do inconsciente coletivo. Sempre destacarei a emoção e a razão como elementos indispensáveis para a construção de um poemário singular. Chão Batido me fez tremer as pernas pela oportunidade de revelar a alta literatura e suas especificidades. Esse livro nasce como um marco, presente referencial para o universo das letras. O poema é flecha certeir...

Dois poemas e duas crônicas de Patrícia Coolian | O mundo é grande, e é pequeno também

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  Imagem de Pexels por Pixabay. Dois poemas e duas crônicas de Patrícia Coolian O mundo é grande, e é pequeno também 03/01 Fez chuva hoje, e fez um sol também. Fez um por do sol ainda mais lindo. Fez silêncio dentro de todo barulho. Cada um escuta aquilo que mais grita. Quem tem gritado todo dia é o silêncio. E foi assim que foi possível, Admirar todas as cores que o céu pintou. Deus brincou com as cores da sua palheta hoje, Será que quando Ele pinta assim, é porquê está feliz, ou por que esta em silêncio também? Só sei que é lindo e, que é impossível, não sorrir ao lembrar de todas aquelas cores no céu do céu pro seu *     Domingo, 27 de Agosto, 2017.   Acordo tarde, à noite anterior tinha sido de festa. Comemoramos o “nascimento” de uma jovem médica. Festa linda, lindos sorrisos. Tanta gente junta para desejar grandes realizações a esta nova formanda do curso de medicina. Mas a noite é longa, e o mundo é grande, e é pequeno também... A festa começou por volta das 2...

De Prosa & Arte | Do latim expectare, reagi!

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Coluna 39 Foto StockSnap by Pixabay Do latim expectare, reagi! De todas as expectativas que criei, você foi a maior decepção. Talvez, porque eu tenha idealizado no continuum mental, um alguém que nunca fora. Falseei nos meus desejos, nos mais profundos, um porvir que jamais chegou. O erro está em criá-las, em sua etimologia a palavra expectativa   vem do latim "expectare", com o sentido de "à espera de". Então passei anos da vida “à espera de um milagre ”. Hoje, costumo acumular desejos possíveis, que minhas pernas alcancem e executo a mudança a partir de mim, o outro não se fez extensão do que sou. Cada um é um. E eu agora cuido desse um - único, que sou eu mesma e minha complexidade ruidosa. Recolho, cacos miúdos que me sangram os pés, na caminhada diária pra longe da sua falta de empatia, da sua irresponsabilidade afetiva, do seu egoísmo, da sua insensibilidade frente ao mundo. Tendo a acreditar, que na forja dessa sua passagem, não lhe foi atribuída a proprieda...

Sobre as De(s)morte(s) de Nima Spigolon

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  Há o tempo de festa. Há o tempo de recolhimento, este, em que agora nos abrigamos da doença e da morte. Tempo de adiar encontros e rostos – sorrisos e esgares se perdem no luto das máscaras, sem testemunha. Nunca estivemos tão sós. Às vezes, dói respirar   De outras, Impossível ir tão fundo.   Sorvemos com dificuldade o dia que se arrasta. O ar, após este ano e o outro, se rarefaz. O vácuo é nas emoções, as minhas e as suas, transformando nossos corpos em ausência. O que somos, sem a referência do outro? O silêncio está nos seus poemas, que ora leio como um sussurro. A vida se desmancha em seus versos: é preciso dissolver-se na incerteza e na desesperança para então nos reconstruir. O fim é sempre o começo? como a inviabilidade da fruta desperta a possibilidade da semente. O ser adiado e dolorido de seus versos me desperta, e, como ele, logo torno-me (im)paciente nestas manhãs que se arrastam. En passant , aos poucos, ele e eu reunimos ânimo para des...

Seis poemas de Ana Luzia Oliveira | ProfAna

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Imagem de Alexandr Ivanov por Pixabay.     Seis poemas de Ana Luzia Oliveira ProfAna   O sagrado está presente. Rezo, peço, me oriento, pauto minhas ações no Amor que flui através de mim, na intuição que me invade, no amparo que sinto.   O profano está presente. Xingo, julgo, explodo, comporto-me inapropriadamente, na raiva que brota das entranhas, na vaidade que me assola, na beligerância que travo diariamente.   A mulher está presente. Desejo, sinto, choro, não sei o que fazer, na confusão de um coração que ora se quebra, ora se abre, no diálogo efervescente de uma mente que não cala, no corpo que se disponibiliza para servir a um propósito maior e que também deseja, repudia ou embala o outro.   Sou verdade quando sagrada. Sou verdade quando profana. Sou verdade quando mulher.   Só não seria eu, se não pudesse ser tudo. Meu Amor, a Escrita   De todas as vez...