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Mostrando postagens de novembro, 2020

Tua ikebana tem flor de banana | Marilia Kubota

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  MOSAICO Coluna 24    –   Crônica TUA IKEBANA TEM FLOR DE BANANA por Marília Kubota Escrevi, há tempos, um poema que entrelaçava ikebana e flor-de-banana. Na época, não sabia que ikebanas poderiam ser arranjadas com flores de banana. Quem me ensinou isto foi a artista e professora Élia Kitamura. Ouvi o nome  dela como uma famosa mestra em Curitiba durante anos. Eu a entrevistei por telefone uma vez, para que explicasse sobre o estilo de sua escola, a Ohara Ryu. Élia explicou que no Japão há mais de 400 escolas/estilos de ikebana. No Brasil, só conhecemos quatro.  Para a Ohara Ryu, as flores e plantas usadas no arranjo devem ser o mais naturais possível, evitando amarrações de galhos e outros contorcionismos.  Também se deve usar flores e plantas da região em que o aluno vive. A mestra aprendeu sua arte no Japão, com Teiko Itoh. Quando Teika veio ao Brasil  ficou fascinada com a espécie nativa brasileira esponja de ouro. Ciou muitas composições com a flor.  Só fui conhecera Élia pessoa

Uma crônica de Fernanda Colli | "Eu vejo você"

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  Zdeněk Tobiáš. Fonte: pixabay.com Uma crônica de Fernanda Colli Eu vejo você   O isolamento social nos causou muitas incertezas e muito medo; por outro lado nos proporcionou tempo e oportunidades de refletirmos sobre mensagens, pensamentos e até frases que utilizamos para nos expressar. Em um dia qualquer de isolamento social, aproveitei para assistir Avatar, e mais que depressa já me emocionei ao relembrar que o povo Na’vi, povo nativo de Pandora não pronunciavam “eu te amo”, mas sim “eu vejo você”, e o tempo agora me permitiu refletir sobre a verdade tão escancarada dita em uma obra que fez história no cinema. Ver o outro é a essência do que é o amor. Quando enxergamos o outro, nós o reconhecemos como nosso semelhante, vamos além da superfície, deixamos o TER de lado para embarcarmos numa viagem no SER do outro. Quando “vemos o outro”, significa algo mais que enxerga-lo fisicamente; significa ver um olhar amoroso, se conectar mesmo com as diferenças. Quando vemos o outro

UniVerso de mulheres 10 - A crônica urbana e poética de Fernanda Vieira, por Valeska Brinkmann

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UniVerso de Mulheres 10                                                                       A crônica urbana e poética de Fernanda Vieira , por Valeska Brinkmann Nada mais importa   Que me importa o que eles falam? Que me importa o que eles dizem? Deslizo meu corpo na fluidez da minha liberdade de mulher que sabe, sabe que nada mais importa. Cantarolo uma música de que não sei a letra. Eu que nem sei como pavimentei esse caminho pelo qual vou me escorregando. Vou me abrindo na confiança de ser sempre nova amanhã. E meus olhos recebem desejosos seja lá o que tocarem. Escancarei as janelas da minha alma porque perdi o medo de me machucar no escuro. Tão perto de mim que pouca coisa importa. Esbarro nas coisas e derrubo pedaços de mim por aí, descuidada. Hoje eu me abri para o infinito. E me invadiu a consciência de tudo tão violentamente que meus poros transbordam e transpiram. Transformam. E essas palavras todas que eu não vou não sei não quero não preciso dizer vão te encontrar de al

Preta Em Traje Branco | 5 poemas de Valéria Rufino

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Coluna 1 Cinco Poemas  de Valéria Rufino                                Dentro de si distúrbio                                                                                             Fora sigilo                                                                *****************************************                                                                                     Pensabundos                                          Ou se vive                                                  e se vira                                         Ou se morre                                                  e se pira                           Pirajá são pensamentos                                        Pensabundos andam os homens                         Homessa! Andança das bestas, à procura de pastos                                          Andante rei à procura de um trono                                                       Tronantes cegos, à procura de luz.        

X Tertúlia Virtual: Inquietudes Poéticas & As Múltiplas Faces de Afrodite

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  TERTÚLIAS VIRTUAIS |  04 - por Marta Cortez ão   “A humanidade é masculina e o homem define a mulher não em si mas relativamente a ele; ela não é considerada um ser autônomo. [...] A mulher determina-se e diferencia-se em relação ao homem e não este em relação a ela; a fêmea é o inessencial perante o essencial. O homem é o sujeito, o absoluto; ela é o Outro.” (Beauvoir, 1970, p.10)   O livro O segundo sexo , de Simone de Beauvoir, teve sua primeira edição em 1949. O tempo que nos separa deste evento são de exatos setenta e um anos, entretanto, há ainda a urgente necessidade de trazer estes questionamentos para o século XXI: qual é o lugar da mulher na atual sociedade? Como estamos construindo este conceito historicamente e culturalmente? Por que é importante discutir acerca do gênero? Por que dizer-se feminista provoca tantos desafetos? Sempre é tempo de despir-nos das velhas amarras da ignorância e buscar entender o real significado do Feminismo que, em poucas palavras, nada

Quatro poemas de Maria Teresa Moreira | "Seria simples ser aquele pássaro"

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  Fonte: pixabay.com Quatro poemas de Maria Teresa Moreira "Seria simples ser aquele pássaro" Posta   O céu se põe Eu me ponho Me tiro Me atiro Me encontro Me perco   Seria simples ser aquele pássaro Mas não sou Sou eu Sob o sol se pondo Eu me pondo Ponderando Quem sou Por baixo do que aparece E parece Ser eu Mas nem tanto   O sol põe-se Sob meu mais eu Hoje!     Exercício   Olhei Não com meus olhos Tomei outros, emprestados E o que vi Era tão novo Instigante e assustador Pois diferente Do que via eu Com meus próprios olhos… Aprendi toneladas!! Fonte: pixabay.com Processo   Pensava que morria Mas não era eu Eram minhas certezas... Pensava que morria Mas não era eu Eram certos sonhos... Pensava que morria Mas não era eu Era um jeito de ser eu.   Abri mão Aprendi Mais viva do que nunca!!     Encaixe   Não me encaixo. Deveria? Desejo tanto Mas não.   Impulso