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Mostrando postagens de março, 2021

Três poemas e um conto de TAİ | "DIAMANTEMENTE NO CÉU"

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  Imagem de WikiImages por Pixabay.   Três poemas e um conto de TAİ  "DIAMANTEMENTE NO CÉU" DOR DE EMOÇÃO ACUMULADA SEM VEZ DE SER TROCADA E TOCADA É DOR INCAUCULADA. * OS OLHOS TE VÊM A VOZ TE CHAMA O PENSAMENTO TE PENSA A EMOÇÃO TE PAQUERA MAS…. O CORAÇÃO NUNCA TE TOCA. * DE TANTO OUVIR, SENTIR E VER O MUNDO. DEUS TONTO E MUDO EXPLODIU! ESTILHAÇOU-SE EM ZIL PEDAÇOS QUE NO AGORA BRILHAM DIAMANTEMENTE NO CÉU. BELAS VELAS ACESAS NO VENTO DO TEMPO SOMOS TODOS! ESTRELAS À PROCURA DE DEUS. Imagem de David Mark por Pixabay.   A DESPEDIDA   Ninguém viu Quando o poeta desistiu e partiu. Assim sem pressa. Apenas um alguém...o viu. O menino. O poeta partido partiu. Só o menino viu. No mesmo lugar os dois a se ligar. Ao sabor do vento num ritmo lento e profundo, sem saber ele ia...ia.... até o fim. Neste instante! ... Um rompante explode dentro do peito do menino. O menino sente pela primeira vez o pulsar e o acordar do se

Preta em Traje Branco | Versos, Pão e Favela de Lu Amor Spin

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Coluna 18 Foto By @ Versos, Pão e Favela  Mulher simples, humilde, Diante das pedras no caminho Nunca se curvou, Por mais que carregasse da vida Muito rancor. Driblou a fome, a miséria, Cravou sua marca, Em escritos feitos no papel, jornal, Era o que aliviava Viver no barraco de pau. Era chuva, era sol, adoecer nem pensar, Tinha bocas para alimentar, Seguia sua rotina, para garantir o pão, Nas andanças pelas ruas Deu rasteira na humilhação. Um dia sem esperar, A sorte foi lhe encontrar, Sua jornada viria a mudar, Os escritos de Bitita, Começariam a voar. Fez história no Canindé, O sonho que parecia impossível realizou, O pobre também pode, Carolina nos mostrou.     Bitita seguiu viagem, Hoje se inspira em outro lugar, Sem preocupar-se com uma casa para morar, Ou vizinhos para implicar. Seu legado continua, Versos, favela, fome, miséria, Escrita potente, feito rocha, Permanece atual. O corre no dia a dia do pobre Pra co

Entrevista com a poeta Alexandra Vieira de Almeida | Por Fernando Andrade

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  Imagem de Tiberius Drumond. Entrevista com a poeta Alexandra Vieira de Almeida - Por Fernando Andrade Fernando Andrade (F.A.):  O corpo continua sendo seu lugar de pouso e destino em sua poética. Mas não um corpo utilitário, depósito de nomes, mas sim, um corpo-escrita, onde a imanência é tão forte com relação a verbos como ser, estar, permanecer. Como se faz esse corpo-escrita? Alexandra Vieira de Almeida (A.V.A.): O título representa um simbolismo místico, mítico e literário da solidão e da comunhão necessárias ao poeta para que o processo inventivo da poesia se dê. O pássaro é o próprio poeta que cria com originalidade e inventividade o texto literário. Procurei, a partir de meus poemas, despertar a libertação do corpo do ser do poeta da imaginação para o campo da realidade. Deve se criar um movimento em que o cenário do mundo todo seja inserido no seu ser-corpo para que sua relação com os outros e a realidade circundante tragam a ele os voos da criação poética. Como dizia o gra

UniVerso de Mulheres 13 - A memória e o erotismo na poesia de Anastasia Candre, 3 poemas traduzidos por Valeska Brinkmann

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UniVerso de Mulheres 13                                                                                                             arte  ©Eliana Muchachasoy A memória e o erotismo na poesia de Anastasia Candre 3 poemas traduzidos por Valeska Brinkmann        A chagra   Avó da abundância Avó dona da dança de frutas Ela planta as sementes E delas cuida com amor maternal Pau de yuca, yuca brava, yuca doce, yuca para beber Vovó eu quero ir para a chagra Semear tubérculos, inhame, banana da terra, milho, abacaxi Replanto muitas árvores que foram derrubadas Cipós que foram cortados e sangram A terra que queimaram Vem meu irmão  E que venha a abundância Na chagra se ensina os conselhos  Na chagra foi onde me ensinaram Na chagra, a avó transmite seus saberes A seus filhos e filhas, netos e netas * Chagra é uma pequena área de terra cultivada, de aproximadamente um hectare, geralmente localizada a no máximo dois quilômetros de distância da aldeia indígena. É considerado um espaço de fecundidad

De Prosa & Arte | Maresia e saudade

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Coluna 24 Foto By @guigapreta  Maresia e saudade "Me visto de maresia e o tempo nem corre, anda calmaria à beira mar. O quente asfalto corta a paisagem molhada: o verde, o cheiro, a brisa, o nde pequenos se distraem com conchas e pedrinhas. O sol anunciando a partida, tímido aquecendo sorrisos numa preguiça cheia de areia e calor. O tempo se veste de sal e ruído de arrebentação. E de tombo em tombo, brota vida beliscando e lambendo nossos pés, esmaecendo com seu cântico na areia. Nostalgia. Aqui no meu Templo silêncio flutuam mil pensamentos, corre denso líquido das grutas dos meus olhos tão salgado quanto o espelho que enfeita a miragem. Nessa hora eu sou quase mar, sem divisão entre o tempo e o destino. Nessa hora eu sou toda mar, sou maré…" Guiga Preta Todas as vezes que me botei na estrada depois de adulta, não pude deixar de conduzir meu olhar para as bonitezas das aventuras e desventuras de minhas migrações temporárias ao litoral. Sempre me lembrava de garantir que na b

Cinco poemas de Marta Valéria Aires F. Rosa | "Respiro lentamente o prazer da criação"

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  Imagem de Herbstrose por Pixabay . Cinco poemas de Marta Valéria Aires F. Rosa  "Respiro lentamente o prazer da criação" SUBMERSÃO   de olhos fechados sinto o calor do sol invadir primeiro os meus olhos depois boca corpo   o vermelho toma conta de mim assim como o silêncio os meus ouvidos pele sangue coração   vejo o azul entre nuvens brancas de paz a água que molifica o meu coração e me faz esquecer o morno líquido transporta-me ao útero materno de braços abertos consigo tocar a leveza do meu ser   respiro lentamente o prazer da criação a vida alternada entre rajadas de vento a paz suavizada pela imensidão do céu na boca o sabor de viver e estar viva no corpo o gozo da submersão. SULFERINO   Adoro o frescor volátil de cortinas de voal ao vento A brisa que embala a dança das folhas dentro do vaso de barro A simplicidade infantil de telhas aparentes sarapintadas de terracota queimada Duas pombas que brincam de b