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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO "O MAR DE VIDRO", DE GABRIELA LAGES VELOSO | por SÍLVIA MOTA LOPES

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 capa do livro O mar de vidro  O MAR DE VIDRO :   POESIA, OFÍCIO  E  FONTE DE VIDA   por Sílvia Mota Lopes Recebi o livro de poesia O mar de vidro (2023), de Gabriela Lages Veloso. Foi um prazer deliciar-me com os seus versos. É preciso ler demoradamente para melhor interpretar e compreender. Sentir a poesia na sua plenitude. Numa primeira instância, para a usufruir naturalmente, sem muitas preocupações éticas, estéticas, nem formais, e posteriormente, no sentido de lhe dar mais relevo para poder escrever um pouco sobre ele. O livro aborda temas pertinentes como a terra representada pela deusa Gaia , aliás, o livro inicia com um poema com esse título. Gaia é a representação da mulher, da mãe, da terra, do ventre, da geradora e testemunha do tempo. Gaia também simboliza as estações e a vida como uma longa estrada percorrida (e que ainda temos muito a percorrer). No segundo poema, intitulado A origem , a autora sente a preocupação de explicar e justificar por que escreve, ou se

DOIS CONTOS DE ANA MARIA LEÔNIDAS MOURA

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  fotografia do arquivo pessoal da autora  Dois contos de  ANA MARIA LEÔNIDAS MOURA   IMPULSO  As mãos desgastadas de sabão e água cheia. Ela lembra que o cheiro de sabão é tão característico como Maria havia dito. Mas, diferente do líquido desejoso e límpido da pia, da qual os dedos se aterram. Que gelado! Há um frescor ao gesticular entre ele, a movimentação e o choque causado pela força das águas. Ela é filha do povo das águas, escuta seu clamor, vem de tambores e cantigas nunca ouvidas. Limite, há um limite, é pouco. É muito pouco... O corpo seco, agitado, clama pela corrente que abraçava as suas mãos. É possível essa sensação de nudez?  Os dedos esguios estão eriçados até o cotovelo, aguardando pelo beijo molhado. Não havia como ser devidamente beijada com essa profundidade, ela não a tem por inteiro... desdobra-se até endurecer à procura de algo... veja! Eternidade naquilo que é desconhecido e vantajoso pela natureza. No entanto, o buraco da pia apontava para o alcançável. Não co

SEIS POEMAS DE RENATA DALMORA | DO LIVRO "UM ELEFANTE CAMINHA PELA CIDADE"

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fotografia do arquivo pessoal da autora  Seis poemas de Renata  Dalmora do livro  UM ELEFANTE  CAMINHA PELA  CIDADE capa do livro  Um elefante caminha pela cidade  O FILME DA MULHER GIGANTE  O homem fez uma jaula de ouro pra mulher. Fez uma jaula porque tem medo. Da mulher gigante igual no filme. A mulher no sonho do homem era uma mulher gigante feita de tetas e lábios. A mulher sem cabeça, o folclore do homem. O homem fez uma jaula bonita, toda enfeitada de palavras vazias. A mulher dentro da jaula não pode. Fica irritada, destrói a jaula nos dentes. imagem do Pinterest  -*- PARA QUE EU FIQUE COMIGO Dá-me tempo. Mais um pouco. Dá-me todo o tempo. Para que eu fique comigo. Para que eu me apresente. Hoje passou muito tempo. Hoje passaram-se anos e estou mudada. Reparei-me de novo, assim, sem mágoas nenhumas. Assim, sem saber de nada, Depois de tantas certezas. imagem do Pinterest   -*- A SOMBRA   Fugiste de mim por toda a vida Mas não sumo. Me olhe nos olhos, Eu sou toda olhos, Eu sou u