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Mostrando postagens com o rótulo Para não dizer que não falei dos cravos

Para não dizer que não falei dos cravos 05 | Dez Poemas de TITO LEITE

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  Para não dizer que não falei dos cravos (05) Dez poemas de  TITO LEITE, em: "AURORA DE CEDRO" CONFLITOS Eu habitava comigo vomo se a sonoridade do meu nome fosse um origami na aurora de cedro. Eu me perdera de mim como se a queda fosse de mármore  e no bem que ganhara perdesse a direção.  A curva, o baque, o presságio  de uma ilusão.  Era de granizo a procela que feriu  e depois partiu. Era poético  o corpo que suportou e depois metaforizou. Era um sabre no bolso a vontade de qualquer estrada que desapontasse as evidências, como se na letargia dos céticos, pudesse acordar sem acreditar na fealdade dos porões bestiais. (pp. 21-22) -*- CIRCULAR O poeta do caos urbano salta no circular atravessando as ruas que mordem o seu drama. No absurdo da vida, nem sempre bela, a lua passa de pés descalços. Eu, que não  tenho moeda, ofereço meu chapéu, como quem acena: evoé, poeta! (p. 27) -*- FUGACIDADE Não perco  o poder de fogo com as estrelas que me são indiferentes.  Mesmo que o vent

Para não dizer que não falei dos cravos 04 | Oito Poemas de LUÍS AUGUSTO CASSAS

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  Para não dizer que não falei dos cravos (04) Oito poemas de LUÍS AUGUSTO CASSAS, em: "PARALELO 17" O MESTRE DO NÃO FAZER (p. 19) jamais construí caminhos filosóficos jardins de pedra casas de tijolos amarelos institutos de sabedoria nuvens descalças nem adestrei pumas para reverenciar cerejeiras mas o vento em sua dança de sopro e arrebentação  lançou palavras e fragmentos de letras que arrumei nas páginas em branco com a ajuda das varetas de caule de milefólio de I Ching concluído estava o não trabalho e falaram as estações: não tema ficar só e retirar-se  do mundo  e quanto eu menos fazia mais o vento soprava e os poemas se desenhavam -*- VARIAÇÕES 33 (pp. 29-30) A vida inteira  fui feliz secretamente feliz sem que traísse o segredo aos que me proclamavam  incapaz para a proeza A felicidade foi um barco que naveguei calado descrente de bússolas  e cartas de bordo confiante nas estrelas e nos sinais das gaivotas As variações 33 do demasiado humano riscaram a carne da água 

Para não dizer que não falei dos cravos 03 | "PALMAS PARA A URSINHA MARROM", um conto infantil de DIAS CAMPOS

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P ara não dizer que não falei dos cravos (03) "PALMAS PARA A  URSINHA MARROM" Um conto infantil de  DIAS CAMPOS  "Ursinha Marrom acordou bem disposta e com muita fome. Mamãe Ursa tinha acabado de colocar um montão de comida na mesa. Ela tomou leite, comeu cereal, e se lambuzou de mel. Mamãe Ursa ficou satisfeita. Em seguida, Ursinha Marrom pediu para ir brincar no bosque. Mamãe Ursa deixou, mas pediu que ela não fosse muito longe. E Ursinha Marrom saiu cantando e saltando. Depois de alguns minutos passeando, ela começou a ouvir uma doce canção. Era tão suave, tão agradável, que Ursinha Marrom parou e ficou só ouvindo. Ela estava encantada com aquela música! Mas não conseguia saber de onde vinha. Fuça daqui, fuça dali, e ela percebeu que a canção vinha detrás de uns arbustos. Ursinha Marrom era curiosa. E foi se aproximando, se aproximando... Até que viu uma linda menininha sentada no chão, vestida de camponesa. E enquanto brincava com suas bonecas, cantava como se fosse

Para não dizer que não falei dos cravos 02 | "PEDRA", livro infantil de FILIPE MACEDO

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  Para não dizer que não falei dos cravos...(02) ... eu falo sobre o livro infantil  PEDRA de FILIPE MACEDO   A MENINA QUE SE CHAMA PEDRA E QUE CONVERSA COM PASSARINHOS PEDRA (Ciranda Cultural/2020) é um livro infantil escrito por FILIPE MACEDO e lindamente ilustrado por Luci Sacoleira. Nessa obra tão bela e rara, o escritor Filipe Macedo conta a história de uma menina muito diferente. Sabem por que ela é diferente? Só porque ela tem um nome que não é comum! Sim, isso mesmo, ela se chama Pedra! Pedra é uma menina que nasceu em uma cidade chamada Mar Vermelho. Quando ela nasceu, seu pai a achou tão linda, mas tão linda, que deve ter pensado: '- puxa vida, minha filhinha é tão linda que parece uma pedra preciosa!' Por isso mesmo resolveu batizá-la de Pedra, 'a mais bonita e preciosa de todo o mundo' , pensou o pai, todo encantado! A mãe acabou concordando com o nome da filhinha e, então, estava resolvido! Enquanto era pequenina, Pedra era feliz da vida, brincava pe

Para não dizer que não falei dos cravos 01 | Sete poemas de SEH M. PEREIRA

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  Para não dizer que não falei dos cravos (01) Sete poemas de  SEH M. PEREIRA , em:  "DISTANTE  COMO  OS DEUSES SURDOS" AÇUDE  (pp. 5-6) severina atravessava o rio com a vista. e via o velejo partindo                                            a perder de vista se pudesse                       construiria uma barreira no rio, com as pedras do caminho ninguém consegue manter a guarda levantada, de suas lembranças, por muito tempo  severina atravessava o rio com a vista e ia, pérola                        até onde a vista alcança. via: o veleiro, o pescador, o aceno o longe                  e vesgava o joelho em sinal de reza. e sem escudos: ou atiro-me no rio e despeço do veleiro ou não peço ajuda e  jogo fora os remos. concha da concha do mar                                                 e que não se perdeu. severina. ou recuso a minha própria ajuda e jogo fora os remos ou despedaço as esperas e finjo paciência; mas viver à deriva, isso eu não consigo -*-  fotografia do arq