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Para não dizer que não falei dos cravos 06 |Uma Crônica e um Conto de MÜLLER BARONE

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  Para não dizer que não falei dos cravos (06) Uma Crônica e um Conto de   MÜLLER BARONE  HOMEM NÃO CHORA "Corram livres as lágrimas que choro, estas lágrimas, sim, que não desonram." (I-Juca Pirama - Gonçalves Dias) Sem qualquer inspiração, lancei o tema, quase como um desafio a mim mesmo, a este marasmo que nasceu de olhar em volta, de esperar em vão do céu, do inferno e dos homens.  Tenho andado retraído, desconfiado, com uma estranha sensação de desamparo, seco, não reajo ao amor, nem ao ódio e nem mesmo à indiferença. Olho em volta, vejo, escuto, sinceramente presto atenção, mas não relevo. Falta-me coração, creio, para ir adiante da mera função prática dos sentidos, sobra-me nada para aceitar, sobra esta desilusão que estanca as lágrimas. Sinto-ne quase um Teseu sem Ariadne, sem linha, quase no centro do labirinto, já percebendo o cheiro assustador do Minotauro. Sempre estive esta estranha mania de esperar que as pessoas sejam mais do que acreditam ser. Antes julgava qu

Para não dizer que não falei dos cravos 05 | Dez Poemas de TITO LEITE

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  Para não dizer que não falei dos cravos (05) Dez poemas de  TITO LEITE, em: "AURORA DE CEDRO" CONFLITOS Eu habitava comigo vomo se a sonoridade do meu nome fosse um origami na aurora de cedro. Eu me perdera de mim como se a queda fosse de mármore  e no bem que ganhara perdesse a direção.  A curva, o baque, o presságio  de uma ilusão.  Era de granizo a procela que feriu  e depois partiu. Era poético  o corpo que suportou e depois metaforizou. Era um sabre no bolso a vontade de qualquer estrada que desapontasse as evidências, como se na letargia dos céticos, pudesse acordar sem acreditar na fealdade dos porões bestiais. (pp. 21-22) -*- CIRCULAR O poeta do caos urbano salta no circular atravessando as ruas que mordem o seu drama. No absurdo da vida, nem sempre bela, a lua passa de pés descalços. Eu, que não  tenho moeda, ofereço meu chapéu, como quem acena: evoé, poeta! (p. 27) -*- FUGACIDADE Não perco  o poder de fogo com as estrelas que me são indiferentes.  Mesmo que o vent

A ESCRITA MÚLTIPLA DE LUNNA GUEDES | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora  8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Mergulhe e reflita na palavra sempre instigante  - em crônicas, contos ou romances - de LUNNA GUEDES : NÃO ESTAMOS TODOS NUS Convidados para uma vernissage no coração da metrópole mais contraditória da América... se acotovelavam... equilibravam-se ao redor do homem-artista em performance circense, quase mambembe. Muda e atenta... prestava atenção à cor da pele - branca -, à força dos músculos e nervos, aos movimentos certamente ensaiados... e tentava não me dispersar da proposta, tampouco me distrair com o som dos flashes, risos e comentários - alguns impróprios. A

A POESIA MARCANTE DE MÔ RIBEIRO | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora  8M Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Hoje é dia de mergulhar na poesia marcante de MÔ RIBEIRO : Eu vim ao mundo como figurante , mas capricho tanto que influencio no enredo e saio de cena sem ser notada.  A figurante perfeita. (* poema extraído da Revista Mallarmargens , de 27/01/2018) imagem do Pinterest  -*- Eu chovi mas já passou. Ainda não atingi o índice pluviométrico do descanso mental. (* poema extraído da Revista Mallarmargens , de 27/01/2018) imagem do Pinterest  -*- O que ela foi Ficou carimbado: Sombra móvel No chão do tempo. Há ventania agora. O balanço Porém Tornou-se imóvel: Estátua de sal Ous