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A PROSA E A POESIA DE LINDEVANIA MARTINS | Projeto 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora  8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Mergulhe na palavra sempre precisa - em prosa ou poesia - de LINDEVANIA MARTINS : NOTAS FINAIS DE UM FARSANTE No fim, ao menos no fim, devemos ser verdadeiros. É quando nada mais importa. Nem ridículos, nem rejeições, nem misérias. Então, digo, antes de sair de cena. Sempre tive medo. Da morte. Do amor. Até das palavras sentia medo. Por isso tive que escrevê-los, exorcizá-los, desgastá-los. Como a uma faca que se usa muito sem pedra que a afie. Cegá-los. Usei-os como um deus implacável exercitando sua ira. Tudo o mais foi secundário, acessório. E ninguém pode me acus

Dez autoras negras para seguir nas redes | E seus livros incríveis para ler

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Imagem de GDJ por Pixabay Dez autoras negras para seguir nas redes E seus livros incríveis para ler   * Ana Dos Santos https://www.instagram.com/ana.flordolacio/   * Cristiane Macedo https://web.facebook.com/profile.php?id=100041918079660 * Elisa Pereira  https://www.instagram.com/elisapereira1975/ * Janete Manacá https://www.instagram.com/janete_manaca/ * Juçara Naccioli https://www.instagram.com/junaccioli/ * Karine Bassi https://www.instagram.com/karinebassii/ * Lilian Rocha https://www.instagram.com/lilikamarques24/ * Lindevania Martins https://www.instagram.com/lindamartins/ * Luciene Carvalho https://www.instagram.com/luciene.carvalho.505960/ * Paty Wolff https://www.instagram.com/pa.tywolff/

O corte profundo de Lindevania Martins / Um conto

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Fotografia por Marcel Caram Voo noturno por Lindevania Martins Heraldo deu uma última baforada e jogou a bituca de cigarro em cima dos restos de comida espalhados pelo chão. Observou suas mãos ossudas e vazias, os dedos com pontos de sujeira sob as unhas. Uniu as mãos e estalou as juntas. Agora, já podia trabalhar. Levantou o braço inerte do filho, que repousava sobre seu ventre de menino, e o colocou de lado. O caminho estava livre. Pegou uma gilete meio enferrujada e a enfiou na pele da barriga magra de Tonho, na qual podiam se contar os ossos. Cuspiu sobre o amontoado de garrafas de cerveja, sobre os cacos de vidro no chão imundo, antes de murmurar: — Ele tem que sentir na pele como dói ser destruído. Antes que a destruição de fato ocorra. Estava quente e algumas moscam zuniam em volta deles. Rita, a mãe do menino de sete anos, se afastou do fogareiro onde o companheiro aquecera o crack e tomou mais um pouco da cerveja morna, bebendo do gargalo: — Você não tá

Um Conto da maranhense Lindevania Martins

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Colheita Lindevania Martins O garoto levantou o braço, apontando o revólver de novo para Josefa, que perguntou: — Vai ser agora? Ele permaneceu mudo. Era uma lágrima caindo dos olhos avermelhados? Era quase um menino. Teria quatorze, quinze, dezesseis anos? Ela reclamou: — Vai demorar? Ele subiu o outro braço até a cabeça, afastando a franja que caía na fronte. Abriu a boca e fungou: — Não tenho pressa. Uns quatro metros de canteiros intercalados entre tomate e manjericão o separavam dela. A essa distância, ele não erraria. — Meu pai diz que a gente tem que colher com os dentes para comer com a gengiva. — Alguns nunca conseguem colher – Josefa replicou. — Não é o seu caso. Ao lado dela, no chão, o cesto de palha com os tomates recém colhidos. O revólver metálico, um calibre 38 muito lustroso, tremia na mão do garoto. — Conto até cinco e você sai correndo. Talvez eu atire, talvez não. — Não consigo correr. Meus joelhos são ruins. É o reumatismo. Por is