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Mostrando postagens com o rótulo Literatura feita por mulheres

Resenha do livro 'Encontros Desconcertantes', de Priscila Prado

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(capa do livro Encontros desconcertantes ) PORQUE VIVER 'É POESIA QUE SE DESCONCERTA' por Nic Cardeal  Na obra ENCONTROS DESCONCERTANTES  (Curitiba: Insight, 2018), a poeta PRISCILA PRADO faz  poesia com palavras e imagens, numa mistura incrivelmente deliciosa de ver - e ler! Como muito bem dito na quarta capa, "encontros desconcertantes é palavra e imagem. É poesia que se desconcerta quando encontra o olhar, a escuta, a alma do leitor. Desconcerta-se e segue. Aberta" . O livro todo mergulha nesse recorte mágico entre imagem e palavra e, sendo assim, o que a palavra não alcança, a imagem que a circunda dá conta de o fazer, e vice-versa (ou vice-verso?), num encantador jeito de fazer acontecer o encontro com o 'mundo', com o 'outro', com o 'limite', o encontro com o 'tempo', com a 'poesia', com a 'natureza', para, ao final, reverberar tudo isso bem fundo, no encontro 'consigo' mesma. Na busca da poética do encont

UniVerso de mulheres 10 - A crônica urbana e poética de Fernanda Vieira, por Valeska Brinkmann

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UniVerso de Mulheres 10                                                                       A crônica urbana e poética de Fernanda Vieira , por Valeska Brinkmann Nada mais importa   Que me importa o que eles falam? Que me importa o que eles dizem? Deslizo meu corpo na fluidez da minha liberdade de mulher que sabe, sabe que nada mais importa. Cantarolo uma música de que não sei a letra. Eu que nem sei como pavimentei esse caminho pelo qual vou me escorregando. Vou me abrindo na confiança de ser sempre nova amanhã. E meus olhos recebem desejosos seja lá o que tocarem. Escancarei as janelas da minha alma porque perdi o medo de me machucar no escuro. Tão perto de mim que pouca coisa importa. Esbarro nas coisas e derrubo pedaços de mim por aí, descuidada. Hoje eu me abri para o infinito. E me invadiu a consciência de tudo tão violentamente que meus poros transbordam e transpiram. Transformam. E essas palavras todas que eu não vou não sei não quero não preciso dizer vão te encontrar de al

IX Tertúlia Virtual | Vozes e Olhares de uma Poética do Feminino

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  TERTÚLIAS VIRTUAIS |  03 - por Marta Cortez ão “Quem poderá calcular o calor e a violência de um coração de poeta quando preso no corpo de uma mulher?” (Virgínia Woolf) Segundo Woolf, esta pergunta poderia ser feita tanto para as mulheres de seu tempo quanto para as do tempo de Shakespeare. Entretanto, esta pergunta, infelizmente, ainda cai, vergonhosamente, como uma luva, para os nossos tempos t ão desajustados da  contemporaneidade; basta ler a literatura produzida por mulheres para sentir, de parte a parte, este calor e esta violência que brotam desses corações poetas. Esta voz feminina na poesia que, assumindo-se sujeito pelo poder da palavra, (re)inventa sua (re)existência quando diz sobre os outros e as outras presentes no ambiente a sua volta e/ou  ainda em espaços, cujos olhares e cujas vozes esgueiram-se por alcançar. Além de escancarar seu mundo interior, esses corações poetas sangram aquele grito que reverbera com ousadia e ainda revela as tantas vozes silenciosas e silenc