Sobre as De(s)morte(s) de Nima Spigolon
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Há o tempo de festa. Há o tempo de recolhimento, este, em que agora nos abrigamos da doença e da morte. Tempo de adiar encontros e rostos – sorrisos e esgares se perdem no luto das máscaras, sem testemunha. Nunca estivemos tão sós. Às vezes, dói respirar De outras, Impossível ir tão fundo. Sorvemos com dificuldade o dia que se arrasta. O ar, após este ano e o outro, se rarefaz. O vácuo é nas emoções, as minhas e as suas, transformando nossos corpos em ausência. O que somos, sem a referência do outro? O silêncio está nos seus poemas, que ora leio como um sussurro. A vida se desmancha em seus versos: é preciso dissolver-se na incerteza e na desesperança para então nos reconstruir. O fim é sempre o começo? como a inviabilidade da fruta desperta a possibilidade da semente. O ser adiado e dolorido de seus versos me desperta, e, como ele, logo torno-me (im)paciente nestas manhãs que se arrastam. En passant , aos poucos, ele e eu reunimos ânimo para desafiar nosso de