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Mostrando postagens com o rótulo Reflexões

Preta em Traje Branco | Sonhos e Voos Interrompidos por Lu Amor Spin

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Coluna 29 Orange Fox by Pixabay Sonhos Como pássaros voaram sem destino O vento os levou para bem longe Talvez... ficaram perdidos no tempo,  em algum lugar, esperando o momento certo para voltar. Imersos,  em meio a correntezas nas ondas do mar. Renovando-se nas cachoeiras,  aguardando para voltar. Um novo mundo, uma nova vida. Um novo começo, um recomeço. Ressurgido das cinzas,  o sangue volta a pulsar. O vento que o levou, o trouxe de volta. As águas que o afundaram,  o fizeram emergir, voltou com mais força. O que estava morto ressuscitou, agora reluz. Sonhos. ****************************** Giani Pralea by Pixabay Voos Interrompidos   Vidas interrompidas Por uma bala perdida. Perdida não, genocida. Atrocidades silenciadas Vidas ceifadas. Sonhos interrompidos, enterrados. Pelo braço armado do estado. Trajetórias atravessadas pela morte. 1, 2, 3,4 tiros para o alto, não é um assalto. Atitude suspeita, frase perfeita, agem na espreita. Mais um voo interrompid

De Prosa & Arte | Se o amor acaba antes do fim, lavou tá novo?

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Coluna 34 congerdesign por Pixabay Se o amor acaba antes do fim, lavou tá novo? Era só um dia comum, como tantos outros, as roupas na máquina, o cheiro do amaciante. Um dia como outros, sem muita perspectiva. Vinha sendo assim há tempos. Desde que desencontrei o amor-par. Agora era só autoamor, ânsia de reinício, sem vício.  Era só mais um dia comum, como tantos outros. Nos pratos, o resto do jantar de ontem, as taças por lavar, o dia amanhecendo pela janela descortinada da varanda . Era eu recolhendo as roupas que se espalharam pelo chão da sala na noite anterior. Era você no banho, tecendo seus hábitos matutinos sem se apegar muito à minha presença. Era a porta se fechando atrás de nós, o barulho do motor do carro, a volta para casa, meu choro interno e confesso: mais uma frustração dos meus devaneios. Era mais um dia comum, como tantos outros. Era sua chegada, sua presença. Éramos nós, nos perdoando corpo a corpo sobre os lençóis e depois de satisfeitos, travando mais uma batalha e

Preta em Traje Branco | A plástica poética de Arleide Nascimento

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   Coluna 28 Free-Photos by Pixabay A plástica poética de Arleide Nascimento Depressão   Ouvi demais que era frescura Mas o tratamento foi feito A minha dor só eu sentia Frescura foi sua falta de respeito   Quantas vezes surtei Achando que iria morrer Precisava de um diazepam Um rivotril para sobreviver   Eu não queria ver ninguém O negócio foi bem sério Era tanta dor em mim Eu quis acabar com o flagelo   Sem resposta para o sofrimento Encontrei uma saída Tentei cortar os pulsos Para me livrar da agonia   Não tinha vontade de mais nada Nada mais tinha sabor O meu dia era todo sofrimento E a minha noite era terror   Eu não sentia mais nada Nem frio e nem calor Ficava deitada embrulhada De baixo de um cobertor   E o que eu ouvia era bem triste Era para eu deixar de manha Que depressão é doença de rico Para eu levantar daquela cama   O sofrimento para mim só crescia Doía, doía e doía Meu Deus que desespero!!! Quan

Preta em Traje Branco | Giro Noroeste de Valéria Mendonça

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Coluna 27 Fonte aentrudeiranaescola.blogspot.com Giro Noroeste de Valéria Mendonça Em tempos de pandemia O que fazer em casa sem companhia? Talvez arrumar os armários? Limpar em cima da geladeira? Jogar as tuppeware sem tampa fora? Tirar o pó dos livros Talvez até ler aquele romance Que você comprou a mais de uma década E ainda não teve tempo de ler Andar pelo o quintal Mexer naquele vaso Plantar uma rosa Lavar os cabelos , depilar as pernas Pintar as unhas...ufa Tudo isso sem culpa Sem pressa Parar na janela olhar a lua Olhar no espelho E ter orgulho do que está vendo Pois a mudança Vem de dentro   ************************** O mais difícil desse Distanciamento social E saber que não terá COLETIVO NÓS DA VIELA Crianças correndo Nem som montado no quintal No SAMBA DO CONGO não terá ENCONTRO DE COMPOSITORES onde celebramos juntos dos amigos Com sambas autorais e muitos sorrisos Nem LUZ NASCIMENTO preparando a feijoada Enquanto rola a batucada Meus

De Prosa e Arte | Conto Crônica de Intenção - Final

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Coluna 32 Conto Crônica de Intenção Final Outra vez, ouso entrar na seara dos contos pra finalizar um sopro que deixei em suspenso. Podem ver como surgiu na coluna do dia 26/04/21. Eu ainda não estou certa de ser realmente boa com isso, mas hoje Marina voltou pra me contar da alegria de ser e estar com seu corpo. E que suas aventuras e desventuras não precisam dos bloqueios, freios ou juízos de imposição masculina. Então, deixei que me ditasse sua  liberdade . "Marina sentiu que seu corpo era carregado às pressas. Sentia um chacoalhar incômodo. A cabeça pendia e ouvia ruídos de vozes ininteligíveis.  De repente sentiu seu corpo repousar num leito firme e o estado de torpor se acentuou. Os seus sentidos apagaram-se. Caminhando sob a neblina "manhecedora", sentindo o orvalho molhar os pés descalços Maria semi cerrava os olhos aos primeiros raios solares. Ali logo adiante o viu sentado em uma esteira colorida dedilhando a harpa. Sorriu. Apressou o passo para encontrá-lo. Di

Preta em Traje Branco | Um passeio no Atelier de Lelé Gomes

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Coluna 26 Um passeio no Atelier de Lelé Gomes A vida é de ser encontro. As múltiplas linguagens que traçam intertextos com a poética da existência. Lelé Gomes é uma multiartista. Uma criatura adorável no jeito, no trato e no fazer. É das descobertas multicolores, que imprimem versos visuais na paredes, papéis, mentes, no intangível, na virtualidade. Essa miscelânea cósmica do ser mulher e traduzir em Arte o olhar candura para o mundo. Conheçam essa deusa. A PTB abre espaço para seus versos mistos de aquarelas, traços, lastros de negritude e benção. Seja Bem Vinda Lelé!  Por  Guiniver “Ninguém é obrigado a concordar”, 2021. Desenho em papel A4 (297x210mm), 150 m/g², canetas marcadores à base de solvente.    A ilustração é um autorretrato que surgiu de uma conversa com a psicóloga sobre a conjuntura política atual, por não aceitar o negacionismo diante de tantas mortes no Brasil e minha adesão a greve pela vida. Lelé Gomes (...) Eu, ora artista, ora bruxa alquimista Sorvo a mistura de ca

De Prosa & Arte | Despertei em versos pra te poetizar na Aurora

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Coluna 31 Despertei em versos pra te poetizar na Aurora Outra vez, ouso entrar nas linhas e entrelinhas dessa relação sem rótulo e sem título, p ra lhe dizer que ontem despertei em versos na claridade visível da janela do sexto andar. Despertei em versos na Aurora Boreal pra te dizer que essa ousadia de te poetizar, talvez esteja na mania de refletir afetos: coisa recorrente na minha breve andança pelas estradas escritas de música e poema. Ao me deitar, escolho corpos-poemas para penetrar as paisagens oníricas do meu universo paralelo, para acalentar meus sonhos, iluminar o céu  do meu inconsciente c om cores que variam entre o cor-de-rosa e o laranja. A s minhas brumas. T alvez seja saudade, e ssa loucura de te olhar em fotos, d e te mirar de longe e s orrir sozinha. Ou quem sabe ainda deixar salgar a estrada-pele do meu rosto, com medo de lhe esquecer o gosto. A melhor parte de despertar esses versos, é poder ter no alcance duma manhã que se desenha, um voo lúdico-poético no