Postagens

Preciosidades Antológicas 04 - três autoras

Imagem
|  coluna 04  | Preciosidades Antológicas - três autoras Ana Cecília Romeu, Ana dos Santos e Angela Zanirato por Chris Herrmann Na coluna de hoje, destacamos o poema das três autoras acima, da  I Antologia Digital de Poesia Porque Somos Mulheres , lançada em Maio/2020 pelo selo Ser MulherArte Editorial . Foram 149 poetas selecionadas e/ou convidadas das 208 inscritas, que nos orgulharam muito pela qualidade e diversidade das obras. Desejamos a vocês boas leituras! clique na imagem para ler o e-book gratuito selo Revista Ser MulherArte, 2020

MEU PAIDEUMA FEITO DELAS: com Nívea Sabino, Simone Andrade Neves e Paula Fábrio

Imagem
[Nívea Sabino] SEM MEDIR FALA Digo que a revolução será debochada Segue comigo vai ser rimada poetizada Te apresento em versos – a maior luta armada – Negra dominando a fala e a palavra por essa eu sei Que cê não esperava (fez de mim escrava) Filha da… empregada! que procurava vaga na escola “fraca” que não era paga Vim dizer que você fraquejou no plano de oprimir a negrada Lá na minha quebrada a gente rima “favelada” com” empoderada” Sapatão é as minas que irão te mostrar que seu “liliu” na mão diante do meu “não” é uma piada Ei, macho alfa! – Sofre não! Sofre não…! Nenhuma mulher mais independente da cor ficará calada enquanto houver outras violentadas Violeta é a cor que marca a luta de resistência ao roxo que ocê deixou Preta nagô, nagôôô… Vamos dizer do tanto que Dandara lutou Cê acha mesmo que só barbado resistiu ao escracho!? Eu sangro! – Faça-me o favor! Não passará,

Resenha do livro infantojuvenil A ÚLTIMA FOLHA, de Adriana Barretta Almeida

Imagem
(Capa: ilustração de Rosangela Grafetti) PORQUE AS FOLHAS FALAM A LÍNGUA DAS COISAS MIÚDAS por Nic Cardeal A ÚLTIMA FOLHA (Curitiba: Insight, 2017) é um livro infantojuvenil escrito por ADRIANA BARRETTA ALMEIDA  e lindamente ilustrado por Rosangela Grafetti, que conta a história de uma folhinha de plátano. Essa folhinha miúda e verdinha vivia em uma grande árvore de plátano, junto com muitas outras folhinhas também verdinhas e miúdas, e a vida lá das alturas era muito divertida! Todas gostavam muito de estar sempre juntas, nos galhos da majestosa árvore que lhes dava seiva de comer, água de beber, vida de viver! Não faltava nada à folhinha dessa história, porque até "a língua das coisas miúdas" (pág. 5) ela conseguiu aprender com suas amiguinhas! Até amigos passarinhos brincavam com as lindas folhinhas em dias ensolarados! O que poderia haver de mais divertido nesse mundo tão encantado? O tempo foi passando, porque mesmo pras coisinhas miúdas o tempo semp

Uma colher de chá pra ele - Armando Liguori Júnior

Imagem
| uma colher de chá pra ele - 04 | " (...) Eu sinto e vivo com a poesia e pela poesia." Armando Liguori Junior TODO MUNDO LÊ POESIA O deputado leu um poema. Não entendeu, e ainda achou despudorado. Disse preferir os clássicos (Na certa lê Castro Alves, todas as noites, antes de dormir) O vereador leu um poema Não entendeu, e ainda achou inverossímil. O prefeito leu um poema E achou precário, mesmo sem entender lá muito bem. O juiz não leu um poema. Disse que prefere biografias Mesmo não lembrando a última que tenha lido O presidente perguntou Se esses poetas não tem coisa mais útil pra fazer Que o Brasil ganharia mais se eles trabalhassem um pouco O trabalhador não tem tempo para fazer nem para ler poemas Mas se tivesse entenderia que poesia não é coisa só de se entender. É mais. FERIDA A ferida seca confere à pele Uma camada frágil Gelo fino, vidro de sangue. A dor úmida e fresc

Fotografia 4 | Projeto Pixel Ladies + Revista Ser MulherArte - Denise Dietrich

Imagem
| fotografia 4 - Denise Dietrich | Projeto Pixel Ladies + Revista Ser MulherArte   por Bianca Velloso, Suzana Pires, Chris Herrmann e Lia Sena Pixel Ladies é um grupo de fotógrafas brasileiras com experiências de vida diversas e a Revista Ser MulherArte é um coletivo de artistas mulheres de língua portuguesa. Ambos têm o objetivo de divulgar a produção artística das mulheres. A arte é o que nos salva da dureza dos dias. Por isso a Pixel Ladies e a Revista Ser MulherArte lançaram um desafio poético durante a quarentena. A Pixel Ladies propõe a imagem em postagem no Facebook e as poetas que se sentirem tocadas escrevem um poema. A Revista Ser MulherArte seleciona e publica. A fotografia número 4 foi da Denise Dietrich Estes foram os poemas selecionados e suas autoras: Fortaleza entregue aos afetos a cada solavanco na vida uma embrutecida. Silvia Maria Ribeiro ___ Não te demores Não te demores em tuas ausências pois o tempo sem te notar a pre

O conto muito interessante de Eliana Bueno Ribeiro

Imagem
Imagem Pinterest Rosas que falam por  Eliana Bueno-Ribeiro Um dia, tia Cotinha, o mais amado membro de nossa, à época,   extensa família, pediu a meus pais que eu a acompanhasse à casa de uma amiga, em São Paulo. Queria comprar um quadro verdadeiro, um original, para sua recém-comprada e linda casa. Naquela época uma senhora não viajava sozinha.Eu nunca tinha saído de Italva e se tivesse ido à lua não teria voltado mais impressionada. A casa da amiga de minha tia,era refinadíssima ou ao menos assim me pareceu. E mais ainda a de sua irmã. Nas casas de ambas , as paredes eram cobertas por quadros : óleos, guaches, aquarelas. Miriam e Mirta nos faziam distinguir as diferentes técnicas   e, em conversas que varavam a noite, nos explicaram os critérios de valoração de cada uma. Amantes das artes plásticas, elas conheciam pessoalmente   diversos pintores e   frequentavam ateliês e exposições. Na galeria chique     a que nos dirigimos para a compra, minha tia pedia minha op

Resenha do Conto A VIDA DE OLAVO, de Ana Cardeal

Imagem
Capa: Carla Rodrigues da Cruz SOBRE O EFÊMERO DO SONHO, DA VIDA E DA MORTE por Nic Cardeal  No conto A VIDA DE OLAVO (edição da autora, setembro/2019), ANA CARDEAL  escreve sobre a efemeridade da vida, sobre o processo de morrer, de sonhar, de partir e/ou retornar, narrando a vida do personagem Olavo. Toda a trama se dá em um 'espaço' de tempo, que ora parece tão mínimo, ora se estende na amplidão do infinito, como se a Olavo tivesse sido concedida a primazia do navegar entre mundos, do real ao imaginário. Quem é Olavo? Um ser de asas, inquietante, pulsante, vibrante. Enquanto leio, às vezes penso que Olavo seja um vagalume, pois que sua existência, por si só, ilumina toda a história. Outras vezes, percebo-o como um grilo, um gafanhoto - ou seria um besouro? Outras, ainda, chego a imaginá-lo como uma libélula, que voa silenciosamente sobre as águas, das literais às metafóricas, das terrenas às metafísicas, das águas de fora às águas internas, das serena