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Mostrando postagens com o rótulo Ilustração

A POESIA DA ILUSTRADORA E DESIGNER BIA CARDEAL | Projeto 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora  8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Conheça algumas  das múltiplas artes de BIA CARDEAL - na poesia, desenho, aquarela, ilustração, fotografia, patchwork , kokedama , etc: fotografia de Bia Cardeal   Ontem eu morri. Quarenta e uma mil, novecentas e uma vezes eu morri. Morri de queda do nono andar. Morri de bala amarga e perdida. Morri de falta de ar. Ontem eu morri. Não morria assim há muito, Nem quando as mortes que se morre são esperadas (ainda que não se queira). Ontem eu morri. Quarenta e uma mil, novecentas e uma vezes eu morri. Morri uma morte anunciada. Calculada. Ironizada. Ontem eu morri. Morr

Preta em Traje Branco | Um giro no atelier de Lelé Gomes

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Coluna 31 Um giro no atelier de Lelé Gomes A vida é de ser encontro. As múltiplas linguagens que traçam intertextos com a poética da existência. Lelé Gomes é uma multiartista. Uma criatura adorável no jeito, no trato e no fazer. É das descobertas multicolores, que imprimem versos visuais na paredes, papéis, mentes, no intangível, na virtualidade. Essa miscelânea cósmica do ser mulher e traduzir em Arte o olhar candura para o mundo. Por Guiniver  1          “Desenhando a poesia, poetizando o desenho”, 2020. Desenho em papel A4 (297x210mm) , 150 m/g², Aquarela e caneta nanquim (291x205mm) – Em meio ao isolamento social, ocasionado pela pandemia de 2020, sentir o toque da pessoa amada com o sabor do café é uma dança poética. 1.        “Nem vou citar o nome”, 2021. Desenho em papel A4 (297x210mm) , 150 m/g², canetas marcadores à base de solvente – A ilustração é um retrato @evesilva feito a partir de uma foto que postou nas redes sociais. Os dreads, óculos, a posição e o empoderamento da

Preta em Traje Branco | Um passeio no Atelier de Lelé Gomes

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Coluna 26 Um passeio no Atelier de Lelé Gomes A vida é de ser encontro. As múltiplas linguagens que traçam intertextos com a poética da existência. Lelé Gomes é uma multiartista. Uma criatura adorável no jeito, no trato e no fazer. É das descobertas multicolores, que imprimem versos visuais na paredes, papéis, mentes, no intangível, na virtualidade. Essa miscelânea cósmica do ser mulher e traduzir em Arte o olhar candura para o mundo. Conheçam essa deusa. A PTB abre espaço para seus versos mistos de aquarelas, traços, lastros de negritude e benção. Seja Bem Vinda Lelé!  Por  Guiniver “Ninguém é obrigado a concordar”, 2021. Desenho em papel A4 (297x210mm), 150 m/g², canetas marcadores à base de solvente.    A ilustração é um autorretrato que surgiu de uma conversa com a psicóloga sobre a conjuntura política atual, por não aceitar o negacionismo diante de tantas mortes no Brasil e minha adesão a greve pela vida. Lelé Gomes (...) Eu, ora artista, ora bruxa alquimista Sorvo a mistura de ca

Pôr do Sol | um conto de Vera Ione Molina

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Imagem Pinterest Pôr do sol              [ por Vera Ione Molina ] Na noite anterior fomos a uma festa. Bebi muito e, como sempre, tivemos de voltar para casa antes dos amigos. Vicente me dissera muitas vezes que não suportava mais minhas bebedeiras. Eu prometia que não beberia mais, mas odiava o jeito que aquelas alunas do meu marido o tratavam. Discutimos muito, tenho a impressão que horas a fio, mas não lembro de quase nada do que eu disse. Ele dev ia ter me dito algo terrível porque eu joguei na cara dele que ele era o homem mais feio que tinha passado pela minha cama. E, como bêbado não mede as consequências, dormi. Acordei cedo, tinha de entregar um bolo decorado para um aniversário de uma menina criada pela avó que pediu uma cobertura de chocolate e, no alto, o príncipe calçando um sapatinho na Cinderela. Vicente tinha acordado e me chamou para tomar café com ele. Falou do enorme ninho de caturritas no pátio que parecia dar movimento à casa, como se estivéssemos no campo. Fiq

A bela prosa poética de Camila Pina

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Gabriel Moreno Desmaios [por Camila Pina] A primeira vez em que o amor entrou em minha casa, ele veio cobrar uma explicação para todo o meu escárnio, quis me mostrar que eu não era imune e que eu seria patética se ele assim o quisesse. Foi o meu mais profundo desmaio, comparo-o a um coma. Não desmaiei de imediato, afinal encarei a ameaça com meu tom zombeteiro de costume. Nem mesmo reconheci o instrumento por ele utilizado para me destruir. Acreditei que racionalmente tinha escolhido uma distração para minha vida e estabelecido regras para o tempo em que faria parte da minha rotina. Não aceitaria que invadisse meu espaço e provocasse alterações indesejáveis. Diverti-me, senti-me superior até que me experimentei ligeiramente tonta. Comecei a ter pequenas perdas de consciência. Não me preocupei nem mesmo quando os desmaios se tornaram rotineiros. Desmaiar era intenso e viciante. Gradativamente fui perdendo minhas características, tudo o que me definia foi se tornando mais d

De volta a esse lugar - por Cris Lira

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I magem Pinterest De volta a esse lugar (por Cris Lira) Daqui do outro lado deste sol, meu intervalo de tempo entre o almoço e o encontro marcado faz-se quase da metade reduzido. Entre um lá e um cá, ouço sobre drinques, máscaras, viagens, faces. Eu, estanque, corpo mergulhado na banheira de água fria deste meu apartamento na vila universitária de uma cidade que não habito, reduzo-me a uma observadora. Na tela do computador, a coloração das folhas mudou de lugar pelo menos duas vezes enquanto encaro os textos que me confrontam. O tique-taque do aplicativo do celular me informa dos intervalos para viver entre uma escrita e outra ao tecer o artigo de que nem gosto, mas é necessário para que eu continue a ser a cidadã desenhada na canção de Raul Seixas, esperando, com a boca cheia de dentes, a morte chegar. Os arroubos de luzes invadindo o apartamento, neste verão americano, interrompem meu ritmo de escrita. O olhar para a esquerda observa um último sereno na criança que