Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Lu Valença

Quatro Vezes Amor - quatro poetas- quatro poemas

Imagem
Aquarela de Luciane Valença Antes que termine o dia... Chris Herrmann, Kátia Borges, Lia Sena, Mara Magaña *** O amor aparece nos momentos mais distraídos. Uma porta se abre. Os pesos se vão.  As levezas entram por ele. (Chris Herrmann) *** certeiro o amor é bicho desembestado mesmo quando sangra e manca não perde o passo não erra o galope o amor não deita na rede pega avião a jato. não mede esforços não vê empecilho o amor não é de papo não é de prosa é de poesia o amor é de fato a cada dia, o que importa o amor não fica à beira da porta não faz arrodeio, não mede distância o amor adentra e faz bem feito cresce no peito e pulsa na veia é de parelha: corpo e sensação o amor é mais que pão é mesa farta, banquete. se esparrama pela casa inteira brinca no tapete da sala acende a lareira molha as plantas no quintal o amor nunca é meia boca é boca cheia de arrebatamento é o melhor intento e a maior satisfação é explosão

Poetas que li nessa manhã / Por Lia Sena

Imagem
Luciane Valença As poetas - Daniella Guimarães de Araújo, Adriane Garcia, Dalila Teles Veras, Bianca Grassi, Elke Lubitz, Lázara Papandrea, Ivy Menon, Mariana de Almeida .   Sentido Nenhum céu protege mais que essa casa interna em que habito nada que eu possa fazer fora captura a paz desse sentido por isso rego as minhas flores e amasso o pão, separo os utensílios, limpo os espelhos quando turvam tenho para mim que o amor é de longa fermentação tenho para mim que atravessar desertos e celebrações é não mais que atravessar desertos e celebrações por isso não dependo tanto dos utensílios e dos seres úteis mas aguardo a poética revelação das coisas no tempo do resguardo pois aprendi com os campos a primazia das sementes a vida real e quente das coisas que palpitam é o coração de um pássaro palpável e próximo da minha mão o real faz maravilhas que nem se contam tenho para mim que meus amores descansam do fado e dos fatos em minha companhia por isso eu uso

Caderno de Arte 02 | Das ruas para nossas casas, por Lu Valença

Imagem
|  Caderno de Arte 02  | Das ruas para nossas casas por Lu Valença Ela está representada nos muros das grandes metrópoles, em algumas ocasiões de forma mais sofisticada, em outras de forma bem simples e quase imperceptível. A técnica do Stencil Art foi desenvolvida nos anos 30, pelos artistas da Ècole de Paris. Procedimento de impressão utilizado pelos grandes pintores, inclusive no renascimento. Stop and Search - Banksy  Nos idos dos anos 70 a técnica foi adaptada para as artes plásticas contemporâneas por Alex Vallauri, abrindo assim caminho para outros artistas. Alex Vallauri Stencil Art, a principio não usava as telas convencionais, mas sim as paredes urbanas para expressar a sensibilidade, protestos bem humorados, críticas ao sistema, ou pelo simples fato de ser uma arte. Uma arte que não se dobra a qualquer conformismo social ou econômico. Livre de diretrizes e da comercialização em outros tempos... A dupla de artistas italianos Sten e Lex

Caderno de Arte 01 | O Iluminismo Contemporâneo, por Lu Valença

Imagem
| Caderno de Arte - 01 | O Iluminismo Contemporâneo por Luciane Valença A identidade é uma característica fundamental da experiência humana, pois possibilita ao ser humano a sua constituição como sujeito no mundo social. A arte nos convida a refletir sobre a forma como nos enxergamos e a aceitação do outro independente de status social, livre de imposições e estereótipos. Aceita múltiplos discursos sobre a universalidade das relações, identidades e diversidade na cultura da sociedade atual. O reconhecimento e a valorização dos sujeitos, a promoção da igualdade  e do respeito à diversidade  são imprescindíveis para a concretização de uma sociedade mais justa. O artista contribui para a desconstrução e desnaturalização de  preconceitos , afirmando que todos nós temos direito às diferentes possibilidades de expressão e vivência. Ao fim de toda pandemia, a humanidade fez um movimento natural de valorização das várias expressões da arte. A corrente começa a correr em s

De vez em quando um conto - Os Casais - por Lia Sena

Imagem
Os casais por Lia Sena Depois de três anos, o casamento não ia nada bem. Pequenos rancores acumulados no dia a dia, por coisas bem ínfimas,  os afastava cada vez mais. Foram morar na Espanha, logo no início do casamento devido a uma oportunidade de trabalho para ele. Ela estava muito apaixonada e o acompanhou alegremente, abandonando no Brasil, uma carreira de próspera advogada. Tímida, meiga, mas muito competente no trabalho, parecia transformar-se quando estava diante de um cliente, de um juiz ou de qualquer autoridade a quem precisasse dirigir-se, em função do seu trabalho. Ele se encantou, especialmente por isso. Admirava a excelente performance  dela  no trabalho. Conheceram-se justamente porque, algum tempo atrás, precisara dos seus serviços como advogada. Ficou muito satisfeito com o resultado e começaram uma amizade que logo se transformou em namoro. Como ela conseguia ser tão meiga e carinhosa, fora do trabalho?  Ele pensava. Doutor em física, com a perspectiva

A ternura poética de Nic Cardeal - 5 poemas

Imagem
" L'amour" Luciane Valença FAÇA DE CONTA que hoje é domingo, que amanhã é domingo, depois, domingo! Esqueça que um dia tivemos semanas, que os meses foram estendidos em calendários insanos, e os anos, um a um, passantes despercebidos da nossa pressa vertiginosa! Domingos são dias de soprar esperanças, faz-se necessária a alegria inundando a casa inteira, brinca-se de olhar à janela e observar as nuvens, estende-se a rede na varanda, no quintal, na sacada, ou mesmo na sala, e se você quiser, é permitido o balanço! Pode-se dançar aos domingos, olhar ao espelho, esquecendo as rugas, os brancos, os ranços, é permitido os olhos no espelho, como se adentrassem aos olhos do espelho, até sumir de vista a face, até adentrar à casa da alma! Decretem-se todos os domingos felizes, com um cochilo depois das doze, pode-se até pedir aos deuses o melhor dos sonhos, escolhe-se a música, sente-se o vento, o sopro, as flores, um café da tarde na imensidão tão bonita! Faç