Uma crônica de Yvonne Miller | Sobre Mesas e Armários
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKQR0QoSe9CAE-ykz4elay_a50QeN9V4BfawEmCR96gwP-8_IX7es_69O1i2AeyyRbiB60UTkMDacFjOMKXgUJG22y8VVrb5JOdVn8r0sCwVaP_EFkp-Na0t4i7vF3rgZ661wWnubPs8EI/w400-h280/restaurant-3215228_1920.jpg)
Imagem de Dakub por Pixabay. Uma crônica de Yvonne Miller SOBRE MESAS E ARMÁRIOS É a minha primeira lembrança. Devo ter uns três, quatro anos. Restaurante, meia-luz, o tilintar de talheres ao encontro com a louça, vozes, risos, cheiro de queijo gratinado e cebola frita no ar, garçons de camisa branca e calça social se movem ágeis entre as mesas. Numa delas estão sentados meus avós, pais e tias. Enquanto esperam a comida, me deixam explorar a área, correr entre as mesas, brincar com as outras crianças. E lá está ela. Uma menina de cachos loiros e vestido vermelho. Não consigo tirar os olhos dela, como se nunca antes tivesse visto uma criatura semelhante. Ela corre até o fundo do restaurante, dando gritos de alegria, e eu corro atrás. Ela se agacha para engatinhar por debaixo de uma mesa e lá vou eu também. Ela volta correndo para o outro lado e eu a sigo. Não vejo o garçom que balança uma bandeja cheia de copos no ar — só tenho olhos para ela. Ele desvia no último momento, a ban