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O lirismo de Patrícia Pinheiro | 7 poemas

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Monika Luniak Dou de beber ao passado e recordo que doer é finito e que viver não passa de assoprar velas coloridas de impermanência. ### Monika Luniak Eu me descuidei da matemática dos teus anos. Quando me perguntam com que idade tu viraste poeira estelar e deixaste de segurar minhas mãos assustadas e incompletas, eu tento fazer as contas e me distraio. Acho que eu fingi que os caminhos não te roubaram antes de eu estar pronta; que ainda não restariam muitas partes de mim que necessitariam do teu colo. Mas eu entendo. Eu aceito. Eu prossigo. E te abraço e te conto sobre o que eu descobri sobre o mundo quando te sonho. Só não me peças para lembrar há quantos invernos tu não respiras porque nem meus pulmões se acostumaram com estes cômodos que nunca mais estarão impregnados do cheiro do teu cigarro preferido. ### Monika Luniak Visito teu nome na a

Uma Colher de chá pra ele - Fabrício Brandão

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|Uma colher de chá pra ele 08| 'Cinco poemas e um brinde a mais por Fabrício Brandão' René Magritte CARTILHA Ensina-me outros modos que não sejam estes os de agora irrompendo em peles amanhecidas idiomas antigos que não uso mais Deixa-me assim taciturna a mente sem contar os fios que caem Posso arranhar paredes de qualquer madrugada sem que o temor se agigante nesses olhos rasos que sempre aprenderam a secar em silêncio "Gotas" Fotografia por Marcelo Sena CICLO duas gotas bastam para que tudo se dissolva e em restos petrifique as marcas gastas dessa tua passagem por aqui colhi certos frutos ignotas contas de cerzir o míope bordado eu que sempre quis estar no mundo hoje bebo do estranhamento antigo costume de repetir   Salvador Dali PÓ talvez ainda fique aqui suspenso na poeira resvalada dos saltos espalhado pelas varandas pueris de qualquer dia na medid

Zezé Freire | 4 poemas

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Imagem Pinterest VOLÁTIL...O TEMPO Segundos, minutos, horas, dias, correm... Como “trens bala” em recordes de 560km/h Voam...voam...voam... É manhã e já chega a noite É segunda e já chega o domingo É janeiro e já temina o ano... Sou criança e brinco de amarelinha Sou mocinha e namoro no portão Sou adulta e embalo os meus bebês Sou madura e o tempo ficou líquido, Ficou volátil ... Criou rodas, criou asas...virou foguete! Monika Luniak AMAR E VIVER  (SEM COMPASSOS, MÉTRICAS OU RIMAS) Tanto que lera e ouvira E, talvez... nem  aprendera! Sobre a importância das criaturas no contexto da existência E com elas, nelas e por elas, O AMOR O AMOR que se manifesta em cada olhar, abraço e gesto de presença. O AMOR que se manifesta em cada segundo, horas e dias O AMOR que prioriza a paciência, o carinho e o perdão O AMOR que se doa sem projetar recompensas, Simplesmente... AMAR! Simplesmente... VIVER! Tanto que vivera

A poesia de Vania Clares| 5 poemas

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Luciane Valença CONDIÇÃO: MULHER                            Já me perdoei. E como Lilith ainda encontro asas no espelho, ainda busco onde pousar. Já sucumbi no fogo entre as mil ardidas vivas, ainda me queima nas entranhas o estigma imposto. Já caminhei nua pelo deserto em autopunição por meus pecados. Já ofendi Atena e acabei decapitada por transformar homens em pedras. Já ofereci a face vermelha dilacerada direita e esquerda. Já subi ajoelhada as escadas do templo e continua tatuado em mim o pecado original. Já rasguei minha carne ao provar amor com dor parindo. Todos os dias apalpo a marca da perpetuação da espécie. Todos os dias lembro que sou significado e significante. Todos os dias sobrevivo sendo costela de Adão. Nem todos os dias sobrevivo.                                                                                             Quero viver!   Luciane Valença ÁRIA À