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Mostrando postagens com o rótulo poemas

Preta em Traje Branco | Dois Gritos Aguerridos de Ana Paula de Oyá

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Coluna 23 Dois Gritos Aguerridos de Ana Paula de Oyá amazoniareal.com/ gelèdes COMO DANDARA E NZINGA   Tire a mão de mim seu moço Que aqui tu não arruma nada.   Se é força que o Senhor tem, Eu posso mostrar que também a sei usar. Pois, de onde eu venho,  a capoeira é a nossa maior arma... E a ginga se faz com Inteligência   Tire a mão seu moço, Não tire a paz do meu espírito. Não me faça atiçar minha ira, que te derrubo com uma jogada de perna  e um giro   Sou Guerreira assim Representação atual de Dandara e Nzinga Que com hombridade, negritude e beleza Nunca fugiram de uma briga   E por honra e por amor que eu te digo:  que tenho meu valor!   Tire a mão seu moço, Que aqui tu não arruma nada! *************************** DIREITO   Dizem que quando nascemos tudo o que seremos e viveremos está escrito. Escreveram que eu seria uma mulher com muitos direitos e muitas vontades. Direito a ser uma mulher negra bem resolvida, com opiniões esclar

Preta em Traje Branco | Três Tretas de Valéria Rufino

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  Coluna 22 Três Tretas de Valéria Rufino Chuva Chovendo a vida Correndo sangue abaixo, a chuva Soluços, sorrisos, gritos e abraços Evaporando sentimentos, sentindo momentos Guardados em nuvens de pensamentos... mente... menta...   Chove em cima da cabeça... chuvas caem sem cabeça. Molha o coração... que soa queda d’água Navega e retorna ao nada, nadando na amplidão Sonhando à sombra do real Sentando na macia anormalidade de um ser normal.   Fechando os olhos Que sorriem o riso dos lábios Lacrimejantes lábios Osculando a libido da meditação...   Só palavras soltas Soltando num hálito O orgasmo de um grito sangrento   Os olhos se fecham para ver E sentir as batidas Caladas pela eletricidade   Olhos fechados, sorrindo sempre Vendo tudo e sempre *****************************   Decomposição                  ação                  imã...terra                           era de DES                                               NUDO

Preta em Traje Branco | A autoestima concebida de Arleide Nascimento

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Coluna 21 A autoestima concebida de Arleide Nascimento Sou Camisa de Força   Sou vento forte Sou também ventania Sou a brisa leve Sou mormaço e também maresia   Sou o samba de roda Sou negra que samba Sou batuque e senzala Sou cajuína e cana caiana   Sou a tempestade Sou o reboliço Sou muvuca e ventania Sou a chuva de granizo   Sou sofrimento e descontentamento Sou entrega e devolução Sou amor e desejo Sou vulcão em erupção   Sou loucura e camisa de força Sou amor e sou paixão Sou intensa e maluca Pra aguentar: haja coração!  ******************* Reverso   Quando sou eu quem elogia Você tenta entender o processo Abro a porta do carro pra você É  contrário é reverso E você depois delira e faz os versos Poema do salto, alto da cinta liga Eu só tento entender o manifesto Eu quem domino ou te conduzo Eu te dou prazer e amo, confesso É estranho e diferente Você diz que é retrocesso Há quem diga que é loucura Há que

Preta em Traje Branco | Trinca de Versos de Valéria Mendonça

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Coluna 20 Trinca de Versos de Valéria Mendonça Ela chega de mansinho Abrindo caminho,  curando feridas De almas oprimidas Mentes acorrentadas Liberando dores,  antes encurraladas A poesia liberta. Pensamentos aprisionados, sentimentos sufocados Traz a tona o que estava escondido Palavra por palavra Passa a fazer sentido A poesia salva Como remédio  em doses homeopáticas A poesia ampara Vira acalento Nesses tempos sombrios Como um cobertor Em dias de frio  ***************************** Odoyá, minha mãe Minha mãe, Odoyá Minha gratidão Rainha do mar Dona do meu Ori Que me traz a luz Em meio a escuridão Seca minhas lágrimas E me faz sorrir Na beira das águas Faz uma transformação em mim Lava todo o ódio e rancor Tira tudo que é de ruim Me acolhe  e me enche de amor Odoyá, minha mãe Minha mãe,  Odoyá ***************************** Passa tempo Tempo passa E como passa Cabelos brancos, nascem Quilos aparecem O co

Preta em Traje Branco | Duo de Versos de Vanessa Kayren

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Coluna 19 Fonte: pixabay.com / geralt Duo de Versos de Vanessa Kayren TEXTO 1 É quando mergulho neste mundo eu Que me perco em dores e lamentos E viajo  até o mais profundo ser -Que sou- E quanto mais me acho Mais me perco em mim mesma. E é nessa sede saber o que não sou Que acabo por me achar perdida E desgarrada daquilo que um dia eu fui... Mágoas e ressentimentos,  fracassos, medos Me encontrando e me perdendo  a cada busca, À procura do que sou. Cavando cada vez mais fundo Como um poço dentro de mim Cavando e caindo Nesta solidão ardil que me persegue Dia após dia, noite após noite, Madrugada a dentro...     TEXTO 2 Teu olhar disparou - Me acerta – Eu sem pensar caí -Me entrego- Eu mergulho em você Te construo e reconstruo Pedaços possíveis de nós Trechos e sonhos loucos -Remonto Se me sorrir -Eu tremo Se te escutar -Derreto E volto de novo Arredia em suspiros Destemida em desejos -Despida O teu corpo no meu -Quente, nu e sem s

Preta em Traje Branco | Versos, Pão e Favela de Lu Amor Spin

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Coluna 18 Foto By @ Versos, Pão e Favela  Mulher simples, humilde, Diante das pedras no caminho Nunca se curvou, Por mais que carregasse da vida Muito rancor. Driblou a fome, a miséria, Cravou sua marca, Em escritos feitos no papel, jornal, Era o que aliviava Viver no barraco de pau. Era chuva, era sol, adoecer nem pensar, Tinha bocas para alimentar, Seguia sua rotina, para garantir o pão, Nas andanças pelas ruas Deu rasteira na humilhação. Um dia sem esperar, A sorte foi lhe encontrar, Sua jornada viria a mudar, Os escritos de Bitita, Começariam a voar. Fez história no Canindé, O sonho que parecia impossível realizou, O pobre também pode, Carolina nos mostrou.     Bitita seguiu viagem, Hoje se inspira em outro lugar, Sem preocupar-se com uma casa para morar, Ou vizinhos para implicar. Seu legado continua, Versos, favela, fome, miséria, Escrita potente, feito rocha, Permanece atual. O corre no dia a dia do pobre Pra co