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Mostrando postagens com o rótulo Nic Cardeal

Minha Lavra do teu Livro 19 | "FÓSFORO", de PRISCILA PRADO, por Nic Cardeal

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Minha Lavra do teu Livro 19 - resenhas afetivas - "FÓSFORO" A POESIA " FIAT LUX "! Fiat lux! (faça-se a luz!): como num átimo de  'inspiração tridimensional',  PRISCILA PRADO acende seu  FÓSFORO  no mundo das formas - um livro publicado pela Editora Donizela (Curitiba, 2024), em dimensões que parecem idênticas a uma grande caixa de fósforos e que, no lugar dos palitos longos, traz poemas que aquecem, apaixonam, incendeiam, quase queimam, reverberando pelo corpo até alcançar seus limites com a alma! Impossível não indagar: de que 'fogo imaginativo' se serviu a escritora para mergulhar nessa brilhante ideia? Seus poemas são rápidos, instantâneos, quase fugazes, mas que riscam (inclusive) a pele da alma: são feitos para serem ditos de um só fôlego - porque precisam ter a velocidade da luz, o calor do momento, a volatilidade das chamas. Porque quem é Poeta sabe quando está por um fio (de inspiração) na corda quase sempre bamba da realidade, por isso s...

Minha Lavra do teu Livro 18 | "OLHOS DE MANDRÁGORA", de IVY MENON, por Nic Cardeal

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Minha Lavra do teu Livro 18 - resenhas afetivas - "OLHOS DE MANDRÁGORA" UMA POESIA DE  DENSIDADE E DESASSOSSEGO    "Tirésias, contudo, já havia predito  ao belo Narciso que ele viveria  apenas  enquanto  a si mesmo não se visse...  Sim, são para se ter medo, os espelhos ." (João Guimarães Rosa, in: "Nenhum espelho  reflete seu rosto", Rosângela Vieira Rocha,  p. 19) Em OLHOS DE MANDRÁGORA (São Paulo: Patuá, 2024), IVY MENON escreve 72 poemas cujo tema central é o narcisismo cínico, um assunto tão difícil quanto perturbador.  Seus versos nos atravessam quase sem fôlego, como se nos alertassem de que é necessário estarmos - principalmente nós, mulheres - sempre (e muito) atentos(as), para não cairmos na tentação da 'maçã do diabo' (assim chamado o fruto da mandrágora). Já disse, quando convidada por Ivy a escrever a orelha do livro, e repito aqui: "Não por acaso (e estou quase certa disso) que na maioria dos poemas a autora optou po...

Para não dizer que não falei dos cravos 13 | UMA CRÔNICA DE DIAS CAMPOS

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Para não dizer que não falei dos cravos (13) Uma crônica de Dias Campos   " PARA O TÉDIO,  O TREINO" Às vezes me pergunto por que tantas pessoas se entregam ao tédio? Como se o dia não lhes oferecesse diversas oportunidades para reconhecerem o quanto a vida é pulsante.  Pois demonstrarei que em um simples passeio, mesmo que curto, muitos eventos, bons e ruins, estão aí, pululando, ávidos por serem percebidos. Para isto, contudo, será preciso que mudemos o nosso hábito, de ver para enxergar. Neste sentido, por levar uma vida sedentária, o meu médico determinou que caminhasse pelo menos uma vez por dia. Posteriormente, quando já tivesse adquirido certa resistência, deveria escolher algum esporte; e que, por óbvio, não poderia ser o levantamento de garfo. Como não quero pegar o carro para ir ao parque, o que implicaria perda de tempo e gasto de combustível, escolhi o percurso de um quarteirão ao redor do meu prédio – O quanto deveria andar não foi especificado pelo referido ...

"8 DE MARÇO" EM POESIA E PROSA| NIC CARDEAL

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fotografia do arquivo pessoal da autora   NÃO HÁ O QUE TEMER  'Bela, recatada e do lar'. Bela, sim. Faço questão.  De resto, não.  Destacada da tua ilusão.  Muito longe das tuas mãos.  Os recatos, sou eu quem escolhe. Dentre eles, me resguardo  das tuas maldades, me acautelo dos teus conceitos, tenho cuidado com teu machismo. O comportamento decente? Esse, com certeza, tu nem sentes! Sim, sou singela, modesta, contente, mas não me vejas incoerente. Sou ética, inteligente, há quem diga que tenho talentos, até na coragem guardo meus medos, sou honesta, sensível e  até tolerante.  Podes crer: não me disfarço,  nem me escondo em mulher commodity (na triste faceta  do teu nada político machismo). Mea culpa é corrente: sinto vergonha, rubor, até pudor, mas também tenho minhas vaidades: prefiro verdades sem receios, conchavos, conluios ou artifícios. Quanto ao lar? Tenho sim, não abro mão. Graças ao trabalho: o meu ganha-pão (esse, por ce...

A POESIA INTENSA DE MALU BAUMGARTEN | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. "Dias mulheres virão",  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Mergulhe na poesia intensa, indignada, questionadora e profunda de MALU BAUMGARTEN : FLORESTA Guardo segredos de raiz e lama poças d'água, sol no chão  verde e fresco o ar da rama dentro de vivas folhas o botão.  Boreal, sozinha, levo em mim o tempo que passou e está por vir, o círculo que nesta vida assim, é sempre um eterno repetir. Aqui na escuridão, sou começar e adentro meu tempo é espiral, mas se os pássaros cessam o cantar não celebram um novo roseiral Sou a fonte e a curva deste sim e quando mais não for será o fim. (p. 19) imagem ...