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Minha Lavra do teu Livro 03 | "INVISÍVEIS OLHOS VIOLETA", de ROSÂNGELA VIEIRA ROCHA, por Nic Cardeal

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  Minha Lavra do teu Livro 03 - resenhas afetivas -   A INVISIBILIDADE  FEMININA NA VELHICE  Na realidade, não faz diferença, jovem, velha, quem se lembra, lá bem fundo, lá no alto, faz tempo que me tenho por inteiro. Reflexos? Só no espelho. Deixem-me ficar velha.   (Nic Cardeal, in: Reflexos, ‘Sede de céu’)   Em INVISÍVEIS OLHOS VIOLETA (Rio de Janeiro/RJ: Ventania Editorial, 2022), ROSÂNGELA VIEIRA ROCHA trata de um tema muito importante nesses tempos de relações tão líquidas, ou já quase gasosas: em um romance realista, traz à pauta a necessidade de refletirmos não somente sobre as verdadeiras  razões das dificuldades amorosas enfrentadas pelas mulheres da terceira idade, como também sobre meios de modificar, ou mesmo aceitar, de maneira  mais tranquila, essa realidade. De acordo com a escritora, “a partir dos 50 as mulheres vão ficando invisíveis e eu quis explorar esse assunto” (em artigo de Letícia Perdição, para a coluna ‘Entretenimento’, do site ‘Met

UM TRECHO DE PREMIADO ROMANCE DE ROSÂNGELA VIEIRA ROCHA | VÉSPERA DE LUA | Projeto 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora 8M Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal)   Hoje é dia de homenagear a grande romancista Rosângela Vieira Rocha, com o primeiro capítulo de seu livro Véspera de Lua :  I Se pudesse destruir todas as pontes e dizer ah, estou aqui, eu vim, vim para o amor, todas essas frases cinematográficas e baratas, ou não tão baratas, as frases que selecionava de seus poetas prediletos e que escrevia nas primeiras páginas dos livros, nos cadernos, há anos, muitos. Pudesse dizer isso sem culpas e agir solta, um bicho. Entregar-se uma única vez a um grande impulso e esquecer a idade que tem, os anos, tantos, que peso, e quer a le

Comentário afetivo (resenha) sobre o romance O CORAÇÃO PENSA CONSTANTEMENTE, de Rosângela Vieira Rocha

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(capa do livro O CORAÇÃO PENSA CONSTANTEMENTE ) POR QUE CONSTANTEMENTE O CORAÇÃO PENSA E SENTE O AMOR por Nic Cardeal  “Esta nossa existência é transitória como as nuvens do outono. Ver o nascimento e a morte dos seres é como olhar os movimentos de uma dança. Uma vida é como o clarão de um relâmpago no céu,  rápida como uma torrente que se precipita montanha abaixo”.  (Buda) Desde que ROSÂNGELA VIEIRA ROCHA iniciou a divulgação do lançamento de seu novo livro, O CORAÇÃO PENSA CONSTANTEMENTE (Cajazeiras: Arribaçã, 2020), fiquei curiosíssima sobre sua narrativa. Por duas razões principais: a primeira, porque eu já tinha uma breve noção de que o tema seria importantíssimo, principalmente nesses tempos em que os laços afetivos, ainda que de modo virtual em sua maioria, são alento fundamental para resistirmos ao isolamento e às tristezas cotidianas da pandemia que assola o mundo. A segunda, porque o título de um livro invariavelmente me atrai como um ímã – e com esse não foi diferent

MulherArte Resenhas 03 | Escrever o luto: "O indizível sentido do amor" (2017) e "O coração pensa constantemente" (2020), de Rosângela Vieira Rocha

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  Escrever o luto: O indizível sentido do amor (2017)  e  O coração pensa constantemente (2020),   de Rosângela Vieira Rocha - por Eurídice Figueiredo Rosângela Vieira Rocha escreveu dois romances autobiográficos nos quais elabora o luto: em O indizível sentido do amor (2017) trata-se da morte de seu marido, chamado simplesmente de José, e em O coração pensa constantemente (2020), o foco recai sobre a irmã mais velha, que no livro recebe o nome fictício de Rubi, porque era uma verdadeira pedra preciosa. Em cada um dos romances, ao se colocar diante da morte, a autora rememora os últimos momentos, a doença, a vida pregressa daquelas pessoas que foram tão íntimas durante anos e agora jazem mortas. Apesar de saber vagamente da militância do marido durante a ditadura,   tem pouca informação porque ele não gostava de falar sobre o passado. Assim, já no primeiro capítulo de O indizível sentido do amor a narradora conta que viajou a Portugal para encontrar Alípio Cristiano de Freitas,

MulherArte Resenhas 02 | "Uma falha, uma falta, uma fissura"

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“Uma falha, uma falta, uma fissura” - por  Luiz Renato de Souza Pinto “O coração pensa constantemente” [1] , esta imagem me surge de modo epifânico no início do segundo ano desse pandemônio. Rosângela Vieira Rocha é de arribaçã, pois que vem das Minas Gerais para a capital federal, como Juscelino e muitos mineiros da gema: “Nos cursos de gemologia que fizemos juntas, no universo das pedras que tanto amamos, o rubi sempre foi a mais preciosa, a mais cara, a mais perfeita das gemas” (ROCHA, 2020, p. 194). Dentre as epígrafes encantatórias que fatiam a obra, destaco a última, de Adriane Garcia, “A tristeza é um sentimento que danifica os pulmões”. E a viagem, para mim, se inicia com a presença de Clarice, como uma dedicatória inserida a título de devolutiva amorosa, plena: “Quero que receba de novo o sopro de vida com que foi concebida” (ROCHA, 2020, p. 14). Clarice, como Luísa, sabia que “Nenhuma perda se parece com a outra” (ROCHA, 2020, p. 16). Narrando o aniversário de vinte ano