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Afeto e melancolia, em uma belíssima crônica poética de Juliêta Almeida

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Arte de Willian H. Snape A Cadeira e o Olhar                     por Juliêta Almeida O  olhar de uma pessoa reflete a alma! E existem almas para todos os gostos! Há os que olham para uma cadeira e veem apenas uma cadeira, outros veem uma história. Uma vida! Vou contar-lhes sobre o que vi, ao revisitar as gavetas da memória. A primeira e principal delas é a figura do meu pai/avô, Chico Maria, sentado na tal cadeira que, hoje,  ultrapassa um século de existência... meu avó, Chico Maria, a me contar histórias e a me fazer lembrar também de uma frase do escritor Ivan Martins: “o tempo pode ser adiado por fora, mas por dentro ele se instala”, dai… Era um dia de sábado. Dia de tensão! A cadeira de balanço não balançava! Nela, um senhor de aspecto severo e circunspecto contava as cédulas, enquanto o suor lhe escorria pelo rosto. Havia chegado da feira livre, há poucos minutos, e o balaieiro (homem que carregava em um balaio as compras dos fregueses) ainda esperava pelo seu paga