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Uma Prosa Poética - por Roberta Gasparotto

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Desenho por W Patrick mulher-peixe Por Roberta Gasparotto  Lugar marginal. Meu lugar aqui nesse planeta sempre foi marginal. Olhar de estranheza. Olhar de cansaço. Olhar de inadaptação. Completamente inadaptada em espaços de exibição. Em lugares onde imperam a cacofonia de ideias. De pensamentos. Expressões por vezes caricatas, porque não genuínas. Socorro! Tem alguém para me dar uma carona para Marte? Repousar em um lugar quentinho e confortável. Ou nem precisa ser tão confortável assim. Aliás, nem precisa ser confortável. Só um lugar onde as pessoas tenham o desejo sincero de se mostrar. Mostro tanto meu rosto para você, querido leitor, na esperança de você me mostrar o seu também. Vejo tantas máscaras e tão poucos rostos de pessoas. Isso me dói. Sei que ninguém faz isso por mal. Não é maldade, é defesa.  Defesa afasta. E eu quero proximidades. Enquanto isso não acontece, ou pelo menos não acontece com a frequência que eu gostaria, vou me virand

A poesia espetacular de Fabíola Lacerda

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Desenho por W Patrick T O D O S  O S H O M E N S  M O R R E R A M todos os homens morreram todos ando por entre cadáveres tentando não pisar em nada apesar do cuidado pelas pontas dos pés ocorre-me de pisar num crânio ou outro num fêmur numa tíbia em pequenas falanges estou só quase sem ar mas prossigo suando sangue chorando sangue em minhas artérias circula o pus de muitos séculos prossigo intuo que talvez ainda haja vivos mulheres andando perdidas absortas tentando encontrar alguma culpa após a desforra que traga de volta o sentimento de realidade- a culpa não há o que fazer além de prosseguir encontrar alguém relatar a hecatombe lavrar obituários registrar como todas nós- inconspirantes num mesmo instante mesmo transe desferimos os golpes acumulados desde lilith mas hoje não queria falar sobre nada é preciso procurar e não encontrar é preciso deitar a mente na suspensão do pó il faut não ampliar o holoca