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Mostrando postagens com o rótulo Poesia feita por mulheres

A intensa e desafiadora Poética de Tereza Duzai

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Quatro Poemas de Tereza Du'Zai Apenas mais um caso de feminicídio Ele a silenciou com intimidações, Disfarçou suas lágrimas com sarcasmos, Inibiu seus desejos com deboches e sadismos. Ninguém mais ouviu o eco dos seus gritos abafados por paredes de aço, Naquela casa, onde ela descobriu os diversos sentidos da solidão, Onde seus gemidos cessaram pouco a pouco, Onde um último sussurro, brutal e incompreensível, Mostrou-lhe um jeito inesperado de morrer. Por quê?... Quanta perplexidade havia em seus olhos! Seria ela de volta, a fim de salvar-se no momento final? Não, não havia sinais ou códigos que a conduzissem a um possível retorno. Ela parecia forte, cimentada pelo sangue de seu corpo. Alguém disse: "Deus fará justiça!". Alguém disse: "Foi a vontade de Deus"! Alguém disse: "Ele precisa ser encontrado para pedir perdão a Deus, antes que faça uma besteira com a própria vida". Alguém gritou: "Dane-se,

A questionadora e inquieta Poética da mineira Lázara Papandrea

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Cinco Poemas de Lázara Papandrea A luz. O túnel . O fim. O lugar. O ligar O lúgubre Ao feto. O afeto Ao filho Alheio. O seio De ontem Na boca Do agora. O veio Que escorre Ouro e sal O são Que ancora, Em sangue, Sobre as Cumeeiras antigas. Um poema espera, Ainda íntegro Das minhas descalabrosas mãos, Ainda íntegro De meus olhos infames, Ainda imenso Dos meus ossos, Preso aos ardis dos lírios Amarelos. Um poema espera que eu abra A caixa de Pandora e pague Pelos pecados concebidos No jardim de eros.                            O dia corta sem dó                            o seu nome.                            pó de café no fundo da                            saudade                            é também xícara.                            o que vem desavisa.                            fica o nó na divisa            

A Poesia-espelho de Silvana Conterno: cinco Poemas

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imagem sem anotação de autoria Sina Quando criança entrei na fila pra receber meu anjo da guarda era um dia de muito movimento lembro-me, era setembro uma porta levava a um espelho nos conheceríamos em instantes meu coração descompassava. vi uma criatura frágil, estrábica e insegura fiquei na dúvida, estava em busca de proteção uma voz imperiosa disse: É o que temos! este ser tomou conta de mim por toda minha infância! imagem  sem autoria anotada Presença da falta Guardo palavras que não me foram ditas nasceriam do calor de um momento que já passou tecerei um colar de contas entremeado pela falta que me fazem usarei até o eco do luto abrandar e o silêncio for só silêncio! Arte: Alexandre Cabanel Mutantes Há tempo os homens pombos perderam a graça transitam por praças acreditam e engolem tudo sem discernimento tornaram-se nocivos se quisermos nos livrar desses pombos não basta mais espa