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Ouvindo Mulheres 04 - Play List

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Ouvindo Mulheres - 04 por Cris Lira Olá, leitoras e leitores! Do calor do meu quarto, que agora também se converteu em um escritório improvisado, vejo pela janela a neve que insiste em cair em plena primavera. Para quem não sabe, sou uma brasileira que mora em uma cidadezinha no meio dos Estados Unidos, Iowa City, no estado de Iowa. Nosso inverno aqui é severo e eu estou sempre à espera de novas paisagens, novos calores. Como em tantos outros lugares do mundo, estamos em quarentena e meu cachorrinho, Ulysses, passou por uma cirurgia de emergência há exatamente uma semana. A vida parece suspensa como se, de repente, alguém tivesse apertado a tecla "pause" lá de cima, mas a neve que insiste em cair me lembra que a vida continua e a primavera, um pouco de férias, vem lenta, mas vem. Hoje, retorno com a minha coluna Ouvindo Mulheres  e pretendo voltar à periodicidade de publicá-la aos domingos e quartas-feiras. Esse meu prelúdio de quarentena, neve e escritório improvisa

A poesia espetacular de Fabíola Lacerda

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Desenho por W Patrick T O D O S  O S H O M E N S  M O R R E R A M todos os homens morreram todos ando por entre cadáveres tentando não pisar em nada apesar do cuidado pelas pontas dos pés ocorre-me de pisar num crânio ou outro num fêmur numa tíbia em pequenas falanges estou só quase sem ar mas prossigo suando sangue chorando sangue em minhas artérias circula o pus de muitos séculos prossigo intuo que talvez ainda haja vivos mulheres andando perdidas absortas tentando encontrar alguma culpa após a desforra que traga de volta o sentimento de realidade- a culpa não há o que fazer além de prosseguir encontrar alguém relatar a hecatombe lavrar obituários registrar como todas nós- inconspirantes num mesmo instante mesmo transe desferimos os golpes acumulados desde lilith mas hoje não queria falar sobre nada é preciso procurar e não encontrar é preciso deitar a mente na suspensão do pó il faut não ampliar o holoca

Antologia Ruínas, a poesia literalmente construtiva! - Chris Herrmann

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Antologia Ruínas - Ed. Patuá, 2020 Antologia Ruínas A poesia literalmente construtiva! por Chris Herrmann Hoje, 21 de Março, é o Dia Mundial da Poesia . Isso me fez lembrar da Antologia Ruínas e o quanto a poesia pode significar, mesmo quando parece para nada servir. Quando li a primeira vez sobre a ideia desta antologia em uma postagem do amigo editor Eduardo Lacerda, minha primeira reação foi a de querer participar. Porque não se trata apenas de uma coletânea de poemas como muitas outras existentes. Trata-se de um “mutirão de poetas“ para contribuir por uma bela causa: um apoio financeiro para a reforma da Livraria e Bar Patuscad a - palco de muitos eventos literários, lançamentos e encontro de amigos. Eu mesma lancei em 2018 o meu romance pela Patuá Borboleta - a menina que lia poesia no Patuscada. Foi a primeira vez que estive lá e fiquei encantada com o ambiente aconchegante e o carinho dos amigos, principalmente dos anfitriões, o editor Eduardo Lacerda e sua maravi

Lia Sena - Seis poemas publicados em livros e um a publicar.

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Fotografia por Marcelo Sena : ponderações quase certo que a oficina de risos fechará as portas às três. [o expediente será quebrado] se o senhor das lágrimas insiste em implantar seu feudo em arrolar escravos aliciar as dores o que fazer pra se manter imune dono do seu próprio reino? como bater altivo no peito e gritar bem alto - sou dono do meu latifúndio? quase certo que resistirão os fortes guardarão os bosques enfeitarão os lagos com mágicas estrelas quase certo que a fúria implacável de monstros não resistirá aos anjos. [haverá plena colheita] e se não assola a fome, os homens a festa será plena. todos os moinhos girando todas as portas abertas. até as seis. Em De foro íntimo (Penalux/2018) Desenho por W. Patrick modus operandi recomendamos um certo ar blasé. nenhuma gentileza explícita nenhum olhar condescendente. os cabelos muito bem alinhados sempre. nenhuma felicidade aparente. nenh