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DOZE POEMAS DE ANA VALÉRIA FINK | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora  8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. 'Dias mulheres virão',  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal)  Viaje na poesia marcante de ANA VALÉRIA FINK : A ÁGUA DA PIA a água da pia, em círculo vai pelo ralo. e eu não tenho a tampa... assim, a vida. passando, correndo, voando, escoando depressa, sem que nada a detenha. a vida, líquida, escoando pelo ralo. e eu não tenho a tampa... (* publicado no livro Mosaico ) capa do livro Mosaico -*- FRAGMENTOS  meu coração bate em peitos outros e o líquido das veias, já extremamente fluido, é água destilada. vou me diluindo pelo mundo. não sei me guardar, o turbilhão de afeições me arrasta, e vou inteira. não tenho nada, m

Uma crônica bem atual de Ana Valéria Fink

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Imagem Pinterest BARBARIDADE *Ana Valéria Fink Bah! Eu bem poderia iniciar esta crônica com outra interjeição, mais próxima de minha “bolha”, como Oxe, já que estou morando na Bahia, ou Putz, tão popular no Paraná, mas só cabe Bah!, mesmo. Porque é uma barbaridade o que a humanidade vem passando. Consequências... da barbárie humana. Eu, que já sou, por natureza, afetuosa, depois que me “abaianei”, desaprendi totalmente a economizar demonstrações de carinho. Um “xêro”, aqui, que sempre fluía desenfreado, agora tem de ser, a pulso, reprimido. E isso tem causado muita tristeza nestes dias. A impossibilidade de externar os afetos fisicamente sinto como uma couraça que me afasta de meus iguais, me abster de tocar os por quem tenho carinho me melindra. Enquanto ainda não estava praticando idealmente o confinamento, me deparei, na rua, com seu Geraldo, um idoso de meu agrado. Nossos encontros, que foram sempre celebrados com abraços calorosos, resumiu-se a um acenar de

Um Conto (inteiro) e um Poema de Ana Valéria Fink

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Aquarela de Luciane Valença MEIO A MEIO                                                                  Não sei muito bem como contar. Porque não sei muito bem como começar. Porque não sei muito bem como devo referir-me a eles – penso que desconheço a moderna nomenclatura para os pares. Até onde estou inteirada, se isso ainda voga, se dois se relacionam sem nenhum tipo de compromisso, seriam ficantes ; se admitirem uma constância, passariam a namorados; se cometerem a promessa de compromisso, mais adiante, mas ainda vivem cada qual no seu local, noivos; se oficializam a parceria, via lei dos homens ou divina, esposos, ou marido e mulher. Mas, e quando se envolvem, não oficialmente, e vivem sob o mesmo teto? Mais: sob o mesmo forro, que é o mesmo abrigo, mas visto de dentro, o que conota muito mais intimidade?  Ou seja, partilham o mesmo dormitório, mas não se limitam a usá-lo somente para o que a denominação sugere? Decididamente, os termos pejorativos (concubinos, amásios)