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Mostrando postagens com o rótulo Dias Campos

Para não dizer que não falei dos cravos 10 | Uma crônica de DIAS CAMPOS

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  Para não dizer que não falei dos cravos (10) Uma crônica de DIAS CAMPOS LARINHA AINDA NÃO FOI PARA O CÉU ​ Há quase cinco anos, meu filho ganhava o seu primeiro bichinho de estimação. Mas esse presente não veio só porque fosse insistente. Decidimos, eu e minha esposa, que ele deveria merecê-lo. Para isto, teria que passar por um longo período de prova, de fevereiro até doze de outubro. Se até o dia das crianças ele tivesse praticado mais atos meritórios do que traquinagens,  nossa família aumentaria de um pet. Imprimimos uma tabela, a prendemos com ímãs na porta da geladeira, e nela ticávamos com tinta azul ou vermelha, conforme fossem as ações positivas ou negativas. ​ Mesmo não esperando que o leitor acredite, foi só no último dia do prazo que o lado azul superou o vermelho! Uma vez cumprida aquela condição, o garoto fez jus ao prêmio. ​S e é verdade que o guri não tinha certeza sobre qual a raça que mais o agradava, se cachorro, gato ou furão, também é exato afirmar que, por m

Para não dizer que não falei dos cravos 03 | "PALMAS PARA A URSINHA MARROM", um conto infantil de DIAS CAMPOS

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P ara não dizer que não falei dos cravos (03) "PALMAS PARA A  URSINHA MARROM" Um conto infantil de  DIAS CAMPOS  "Ursinha Marrom acordou bem disposta e com muita fome. Mamãe Ursa tinha acabado de colocar um montão de comida na mesa. Ela tomou leite, comeu cereal, e se lambuzou de mel. Mamãe Ursa ficou satisfeita. Em seguida, Ursinha Marrom pediu para ir brincar no bosque. Mamãe Ursa deixou, mas pediu que ela não fosse muito longe. E Ursinha Marrom saiu cantando e saltando. Depois de alguns minutos passeando, ela começou a ouvir uma doce canção. Era tão suave, tão agradável, que Ursinha Marrom parou e ficou só ouvindo. Ela estava encantada com aquela música! Mas não conseguia saber de onde vinha. Fuça daqui, fuça dali, e ela percebeu que a canção vinha detrás de uns arbustos. Ursinha Marrom era curiosa. E foi se aproximando, se aproximando... Até que viu uma linda menininha sentada no chão, vestida de camponesa. E enquanto brincava com suas bonecas, cantava como se fosse

Para não dizer que não falei dos cravos | Duas crônicas de Dias Campos

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  Coluna 19 Duas crônicas de Dias Campos Quanta responsabilidade!* No dia a dia é comum confrontarem-se opiniões absolutamente antagônicas sobre um mesmo assunto. Aliás, nas lides forenses isso é corriqueiro. Como consequência, é natural que um dos lados prevaleça, seja porque é o mais forte, seja porque está protegido pelo direito. Sendo assim, jurava que nenhuma outra hipótese seria suficiente para me deixar impressionado ou descontente. No entanto, ontem à noite, quando assistia à televisão, acabei mordendo a língua... Era um documentário sobre o posicionamento de vários escritores, atuais e do passado, acerca da esperança. Dois deles me chamaram a atenção, visto que bem poderiam ser escolhidos os representantes daquele antagonismo. Por mais paradoxal que seja, apesar do seu Amor de perdição e de ter sucumbido às tentações do suicídio, o extremo positivo era encabeçado por Camilo Castelo Branco, que proclamou “Bendita seja a esperança, filha dos céus, eterno cântico dos anjos.” No p

Para não dizer que não falei dos cravos | Uma crônica de Dias Campos

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  Coluna 06 Uma crônica de Dias Campos E a porta se abriu   Se tivermos um sonho, devemos persegui-lo, pois o máximo que poderá acontecer... Será dar certo! Essa frase, de minha autoria, representa a filosofia por que sempre me guiei. Por força disso, hoje tenho o privilégio de compartilhar com todos um fato ímpar que me aconteceu. Desde a adolescência percebi que o escrever e eu seríamos um só. Restava-me, no entanto, decidir entre duas lindas primas. A poesia, loira sensível, fazia-me devanear a cada vez que lhe escutava a voz melíflua. A prosa, morena fogosa, levava-me à ebulição tão só lhe fixava as curvas enigmáticas. Ó dúvida lancinante!... Resolvi, então, pedir ajuda a um dos meus preferidos, e fui me consultar com Voltaire. O iluminista, que lá do Empíreo já pressentira o meu dilema, não precisou de nenhuma anamnese para me nortear a escolha. Com a habitual perspicácia, pegou do seu conto A princesa da Babilônia e relembrou-me que a verdadeira poesia é natural e harmo