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Mostrando postagens com o rótulo Fotografias

Vozes Negras importam - e brilham

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Tiago Moura Januário Poetas Contemporâneas Panfleto para Pirilampos e Magnólias Há um aneurisma no cérebro do País Esperando o tempo da explosão. Pirilampos apagados Buscam faróis na noite da Baía, No mistério do dique, das docas. Celebro manifestos insurrectos Onde a Poesia cataclisma, Hekatomba. Estampo relâmpagos nos muros. Uma hemorragia inunda De sangue o oxigênio das horas. O sangue pletora utopias, risos e chamas. Apesar da grande noite que se abate sobre o País, O combate permanece no silêncio das tumbas, Na obscuridade dos pesadelos, Nas vontades recolhidas por Blimunda. O horror retumba sobre as casas. Enquanto engenho palavras E lavro novos âmagos. Na Colômbia, Há Ceibas na estrada para Córdoba, E suas raízes guardam segredos De viajantes, de plantadoras de café, De homens que bebem a noite E sorvem nossas magnólias (Magnólias brancas de Billie). Mulheres que mascam tristezas, fumos. Ceibas mulheres que sustentam o céu, E acolhem a

Bianca Grassi e sua poesia contundente&dolorida /cinco poemas

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Katty Monsmert  Apenas um homem a mão dele descansando sobre o meu útero tem o peso das mãos de gerações de homens que, como ele, sempre tiveram as mãos sobre úteros de mulheres todas as noites ele dorme tranquilo com uma das mãos pesadas sobre meu ventre e a outra me tapando a boca e me pergunta por que ando tendo insônia quando ele acorda me pede café e faço ovos mexidos com bacon em grandes porções, para saciar sua eterna fome, e planejo minha vingança de estômago vazio ele tem dentes pequenos, sorriso amarelado e seu hálito fede a todas as obrigações que me impuseram ele diz que quer um filho pra propagar seu nome mas que se for filha vai amar tanto quanto me ama e eu tenho medo que seja verdade e eu não consigo escapar dos oito braços que ele tem e se eu corro as doze pernas dele correm mais e se eu choro as suas três cabeças me pedem pra sorrir e se fico quieta as suas mil bocas me engolem e minha vingança nunca se concretiza mas eu sei que ele não é um mons

A beleza poética de Ana Maria Másala - Poemas&Frases

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Fotografia por Marcelo Sena Quatro poemas I Salvo apenas o súbito impulso de afiar o aço e apunhalar o tempo covardemente pelas costas (para não ferir o presente). Salvo apenas este desejo súbito de negociar com a morte a possibilidade de um voo ímpar flutuando na beleza de um futuro                  [que se inventa este tempo atravessa corrosivo meus delírios de alguma permanência Fotografia por Marcelo Sena II Agora, um pássaro pousa leve: um afago breve que arrepia a flor. Neste instante o mundo todo é pássaro… Eu, a flor Fotografia por Marcelo Sena III Bem sabes, não há quietude nas pedras. Não ouves o murmúrio do universo desenhando seus contornos? Fluxo que nunca cessa, também nas pedras a vida dança. Fotografia por Marcelo Sena IV Não sei se me resguardo Não sei se te enfrento Não sei que nome dar a este tempo ****** Frases de um tempo recent

Divulgação - AMORES VIRADOS PRA CÁ - Helena Lima e Isabelle Borges

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O "Amores Virados Pra Cá" é o primeiro livro do selo adulto da Lago de Histórias, o Lago Baikal. AMORES VIRADOS PRA CÁ Era uma vez um lago, transbordando de histórias. Mergulhado nele, uma pedagoga cheia de sonhos e coragem. Helena Lahis abriu mão das salas de aula, onde esteve por 20 anos, para se aventurar e vencer no mercado editorial. 13 livros, entre eles títulos reconhecidos e premiados nacional e internacionalmente, e três anos depois, a Editora Lago de Histórias, especializada em infanto juvenis, mergulha mais fundo e inaugura, em 2019, seu selo adulto: o Lago Baikal. - A escrita é uma arte sem idade, gênero, fronteira, limite. O voo de um escritor é infinito demais para caber em direcionamentos de públicos-alvo, explica Helena sobre o novo selo. O título de estreia é Amores virados pra cá, da fundadora e editora da Lago, em parceria com a escritora e amiga Isabelle Borges. - Quem escreve, não o faz para acertar alvos, mas para tocar a sensibilidad

Em tempos de pandemia e confinamento, o lirismo de Kátia Borges / uma crônica

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Fotografia por Marcelo Sena Desde que começamos a contar os mortos  por Kátia Borges Nesses dias de distanciamento, tenho notado a ausência dos pássaros. Chego à varanda do apartamento e nenhum deles aparece para a saudação costumeira. Antes que começasse a pandemia, pousavam em bando no parapeito, como se quisessem puxar assunto. Vem de lá que te conto, parecia gritar uma dessas cambacicas impacientes. Mal aproximava o ouvido e ela mergulhava em queda livre. Disse-que-disse de passarinhos só pode ser canto, pontificam os ornitólogos. “Essa manhã sobrevoei o Oceano”, talvez zombem de mim em uníssono. A varanda do apartamento tem sido o limite do meu contato com a natureza nesses dias de distanciamento. Poderia argumentar com eles sobre a plasticidade da aerodinâmica, caso me dessem a palavra. Mas as aves têm mais com que se ocupar. Os sabiás-laranjeira, por exemplo, andam insones há muito tempo. Desde 2013, trocam o dia pela noite. De madrugada, nas grandes cidades,