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Um conto sensível e interessante de Giovana Proença

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Imagem Pinterest                                                              Trapézios por Giovana Proença Desviou de um motorista desatento ao atravessar a rua. O coração mal palpitou a adrenalina do quase atropelamento, ocupado com a inquietação maior. Não havia espaços para o ‘quase’ quando saiu do encontro, o pacote na bolsa carregava o peso de todas as esperas. No anseio de prolongar a sua própria, vagou sem rumo pelas ruas da cidade. Levava o olhar baixo, registrando os padrões das calçadas. Poucos transeuntes tomavam as vias, se perguntou se todos levavam uma corrente tão pesada como a que estava prestes a se libertar. Caminhou pela avenida larga, sentindo vez ou outra o fustigar de uma folha solta, que seca, desprende-se em derradeiro resvalo ao definhar, caída das árvores que ladeiam o pavimento. Sente-se atraída por um terreno baldio, marcado pela placa ‘Não jogue lixo’. Afaga o muro em tentativa de fundir-se ao concreto, registrando a textura áspera e