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Mostrando postagens com o rótulo Literatura contemporânea

Suspense e emoção no conto de Rosângela Vieira Rocha

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Imagem da internet sem identificação de autoria Sombras tenebrosas O castelo em Edimburgo era enorme, com pesadas cortinas de veludo vinho. Havia almofadas por toda parte, de brocado dourado. As janelas davam para um parque amplo, cheio de flores vermelhas. Ela vestia uma camisola fina, branca, enfeitada de fitas. Trazia os cabelos presos no alto da cabeça, o que lhe emprestava um ar mais maduro. Caminhava pelos quartos, com seus chinelos macios, sem fazer barulho. Talvez procurasse alguém. Avistou-o. Vinha pelo parque com sua capa negra, nariz adunco e grandes entradas na testa. Passou por ela, olhou-a e subiu as escadas. Suas pernas tremiam. Mesmo no inverno, vestia-se com um tecido transparente. Os fascinantes olhos lhe faziam mal, mas não podia desviar o olhar. Gostava daquele homem, embora o temesse. Ele sobe para o quarto, onde há um grande esquife no centro. É quase de manhã e deita-se, apressado. Zilá acorda. Quase todas as noites sonha com o vampiro Barnabas Col

Um Conto e uma fotografia - por Maria Balé

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Fotografia por Maria Balé Um Abraço Preso na Garganta     O barulho da chuva que cai no metal da janela do quarto se antecipa ao despertador. Ele abre os olhos. Lentamente. Olha para o relógio. É cedo. Tem um tempo, ainda. Cede aos apelos das pálpebras superiores que, sem resistência, voltam ao estágio anterior. A noite, insone, passara arrastada. Sem saber ao certo se é cansaço ou melancolia a causa da impenetrável espessura das horas, ele decide levantar-se. Permanece mais um pouco sentado na ponta da cama e, na tentativa de aliviar o peito comprimido pela angústia, respira fundo. Incontáveis vezes. Técnica de controle de estresse que aprendera num estágio nas Forças Armadas do Canadá, nos primórdios da sua juventude. Dispensa o desjejum e prepara-se para a viagem, há semanas, planejada. Às sete, em ponto, lá está ele, Treserres, apelido de Radamés Rodrigues Rangel, o motorista da empresa de transporte contratada. Viajar, desde sempre, é uma de suas paixões

Um mergulho na Arte libertária de Cláudia Gonçalves

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Seis poemas e cinco Artes de Cláudia Gonçalves.                             epílogo                             na quase esquina                                        não há vaga                             perdeu-se o tato                             perdeu-se a valsa                             perdeu-se o enlace                             [na quase esquina_não vale]                             não vale o dote_                             não vale                             não vale a pena_                             não vale                             não vale o trote_                             não vale                             não vale o chumbo_                             não vale                             não vale o passe                             [não vale o rito do sal                             jorrado na face]                            constatação                            às vezes para romper                            o ei