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Mostrando postagens com o rótulo Literatura negra feminina

Preta em Traje Branco | Cordel reconta: Antonieta de Barros de Joyce Dias

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  Coluna 25 Fonte: Acervo Familiar. Reprodução/Maruim.Org/PISMEL, Matheus Lobo.   Cordel reconta: Antonieta de Barros Viva Antonieta Mulher Preta de luta Criou essa festança Lembrem a heroína De vida não contada Urge essa mudança   Hoje é dia do mentor Daquele que nos guia Trabalho duro, senhor! Que faz seu ofício Ensina e aprende Sempre com muito primor   Respeita esse povo Que luta, leciona... Busca valorização Mas sem nunca esquecer Que bem nesse trabalho Está sua grande missão   Ninguém nasce sabendo Nessa vida de buscas Sempre há o Professor O que nos movimenta Pessoa que incentiva Esse é educador!   Saúdo com carinho Quem as vidas transformam, Rompe dificuldades, Sempre firme e em pé Com toda maestria Muda sociedades Minha singela homenagem aos professores-educadores desse nosso país e, sobretudo, a nossa heroína Antonieta de Barros, primeira mulher negra eleita no Brasil, cuja bandeira era o poder revolucionário d

De Prosa & Arte | Pelo Centenário de Paulo Freire

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  Coluna 30  Pelo Centenário de Paulo Freire Hoje me ocorreu contar de uma experiência pedagógica que tive em terras mineiras (minha terra natal ancestral), precisamente em Belo Horizonte, adentrando o ambiente Universitário da UFMG:  "Seguimos num grupo de docentes congressistas para ouvir palavras de aprendizado e acalanto da nossa alma educadora, trocar vivências pedagógicas e nos afinizar com as ideias de Paulo.   Nessa ocasião, tive oportunidade de reconhecer a força motriz dos povos nativos, nossos irmãos indígenas, caboclos, curadores, da força primaz do verde e da terra-mãe num lindo Toré. Eram Pataxós Hã hã hãe, Guaranis Mbya, Maxacalis e Xacriabás. Naquele rito circular sob manifestações indígenas de liberdade a presos políticos, se via a intenção de manter a resistência contra a opressão que limita o povo da terra, os origi nários. Num dos líderes indígenas, relembrei um tio, já falecido, do qual não pude beber a passagem-morte. Tudo nele lembrava seu jeito. Como mover

Preta em Traje Branco | Poética em Maiúsculas de Susana Malu Cordoba

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Coluna 24 Estética em Maiúsculas de Susana Malu Cordoba pixabay.com christoph_mschrd  Não se pede poesia como quem compra meia dúzia de pães na padaria Embora até o ato de comprar pães para quem saboreia a insignificância de existir, é poesia Não se pede poesia com a simplicidade de quem apaga as luzes A escuridão tem seus mistérios, seus perigos e carrega poesia Não se pede poesia como quem entra em um avião e dorme no trajeto Para voar, se faz necessário abrir o relicário da infância, só assim é poesia Não se pede poesia como quem compra um saco de terra na floricultura Para se tocar a terra, é preciso estar livre, recolhido em suas miudezas e entender que a terra de onde viemos é sagrada, tem sangue, glória e somos todos pequenas sementes de poesia. ******************** Intenções   São as intenções, que dilaceram as palavras que saem de minha boca. Foi a intenção e seu liquido corrosivo, que derreteu as vogais do seu nome. Todas as vezes que seu nome abriga minha boca

De Prosa & Arte | CartografArte - Um flerte com a Geografia de Milton Santos

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  Coluna 29 CartografArte -  - Um flerte com a Geografia de Milton Santos Imagem de  piviso  por  Pixabay Dias desses, em resenha virtual com estudantes do Cursinho e alguns amigos professores, fizemos uma conversa sobre a perspectiva Geográfica de Milton Santos, dissecando um texto intitulado  Elogio da lentidão. Enquanto ouvíamos Geógrafos, Físicos e Sociólogos me ocorreu uma reflexão poética que vem a seguir: Territórios, espaço habitat e o trânsito dos tambores Uma imensa metrópole  estendida nos membros que me sustentam No íntimo um ambiente rural Cheirando a capim molhado Capim limão na chaleira. Quais são os limites Que me imponho  Enquanto pessoa urbana?  Quais são os sonhos  Que nutrem natureza viva  Do meu chão de terra interno? Espaço é o que me circunda fora E a expansão que me toma dentro Que preencho de saberes empíricos  Ou ideário acadêmico. Que circunda margens alagadas de sonhos poluídos Tempo é um elo dimensional Que o urbano não domina na essência. Se criado a ser

Preta em Traje Branco | Dois Gritos Aguerridos de Ana Paula de Oyá

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Coluna 23 Dois Gritos Aguerridos de Ana Paula de Oyá amazoniareal.com/ gelèdes COMO DANDARA E NZINGA   Tire a mão de mim seu moço Que aqui tu não arruma nada.   Se é força que o Senhor tem, Eu posso mostrar que também a sei usar. Pois, de onde eu venho,  a capoeira é a nossa maior arma... E a ginga se faz com Inteligência   Tire a mão seu moço, Não tire a paz do meu espírito. Não me faça atiçar minha ira, que te derrubo com uma jogada de perna  e um giro   Sou Guerreira assim Representação atual de Dandara e Nzinga Que com hombridade, negritude e beleza Nunca fugiram de uma briga   E por honra e por amor que eu te digo:  que tenho meu valor!   Tire a mão seu moço, Que aqui tu não arruma nada! *************************** DIREITO   Dizem que quando nascemos tudo o que seremos e viveremos está escrito. Escreveram que eu seria uma mulher com muitos direitos e muitas vontades. Direito a ser uma mulher negra bem resolvida, com opiniões esclar

De Prosa & Arte | Maternagem Real

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Coluna 29 Foto By Guiga Preta 2012 Maternagem Real Às vezes me pergunto onde cresce essa potência, que antes não estava ali, quando éramos sozinhas, antes de “rebentar”. Este poder de abrandar, acalmar, aconchegar, fazer seguir, encorajar, estimular.  Toda a preocupação, o zelo, a força nos momentos mais difíceis, um trabalho de tempo integral, que requer que se esqueça das próprias necessidades em prol de seu coração batendo fora do peito, doendo cada joelho ralado, noite insone, constipação, medo, pesadelos, falta de apetite e nota baixa no boletim.  Eu, que sempre me vi tão rebelde quando filha, queria contrapor, me indispor com regras, maneirismos, convenções, valores e crenças da minha matriarca. Ainda assim, sonhava ter meus filhos/companheiros, pra sorrir dias de sol, me aboletar sob as cobertas em dias nublados, comendo pipoca ou qualquer besteirice . Eu não me lembro de ter um desejo mais visceral do que ser mãe, mesmo que ali no fundo eu me dissesse que seria totalmente difer