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Quatro Vezes Amor - quatro poetas- quatro poemas

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Aquarela de Luciane Valença Antes que termine o dia... Chris Herrmann, Kátia Borges, Lia Sena, Mara Magaña *** O amor aparece nos momentos mais distraídos. Uma porta se abre. Os pesos se vão.  As levezas entram por ele. (Chris Herrmann) *** certeiro o amor é bicho desembestado mesmo quando sangra e manca não perde o passo não erra o galope o amor não deita na rede pega avião a jato. não mede esforços não vê empecilho o amor não é de papo não é de prosa é de poesia o amor é de fato a cada dia, o que importa o amor não fica à beira da porta não faz arrodeio, não mede distância o amor adentra e faz bem feito cresce no peito e pulsa na veia é de parelha: corpo e sensação o amor é mais que pão é mesa farta, banquete. se esparrama pela casa inteira brinca no tapete da sala acende a lareira molha as plantas no quintal o amor nunca é meia boca é boca cheia de arrebatamento é o melhor intento e a maior satisfação é explosão

Um conto forte e tocante - por Mara Magaña

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Imagem Pinterest Sonhos de Porcelana por Mara Magaña               Isadora concebia filhos de um marido monótono. As crianças cresciam pela casa, entrechocavam-se nos corredores, choravam por nada. Isadora desdobrava-se para conservar os miúdos limpos, mas sem paixão pela faina. À tarde servia o jantar para o marido, lavava a louça, tomava uma xícara de café antes de dormir e deitava-se sem nenhum enlevo. Mesmo assim, sonhava com porcelanas chinesas, seu grande desafio. Do dinheiro do leite dos pequenos, sempre dava para tirar algum para a caixinha, que ficava atrás do bule na cristaleira. Um dia iria pé ante pé até a loja de Dona Izildinha e compraria o jogo de chá. Podia ser simples, sem as colherinhas de prata, que também a encantavam, mas nem tanto. Um dia.               De manhã acordava com o primeiro que lhe pedia uma mamadeira aos berros. Removia fraldas, fervia o leite, varria o chão e aí é que chamava o marido. Punha a mesa para ele, esquentava o pão, pa