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Para não dizer que não falei dos cravos 11 | A poesia de JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

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  Para não dizer que não falei dos cravos (11) A poesia de  JOSÉ INÁCIO  VIEIRA DE MELO  ● Quatro poemas de "Garatujas Selvagens" capa do livro Garatujas selvagens   OFÍCIO   Cunhar abalos sísmicos, eis o meu ofício.  Mergulho no sonho e vou ao mais profundo  em busca do incriado. E como é estranho  o luminoso minério  que surge assim precipitado. Para não me cegar com a ensimesmada joia, que atravessa diamantes numa onda de amálgamas  espelhados, esfrego-a no corpo, cautério que toca na alma  espalhando brasas. E brotam versos vivos, sorrisos suados, lágrimas talhadas. (p. 21) -*- SOLUÇÃO  A solução para tantas palavras é apagar delas o sentido. E partir da intacta inocência  quando ainda tudo era nada. E sentir a poesia despertar o silêncio  até chegar ao outro, inventando nexos. O humano é demasiado e necessita inscrever no corpo do texto a textura do drama. (p. 26) -*- ROTA INFINITA  Minhas palavras estão sem sono e o silêncio grita teu nome, mar que admiro. Com os sentid

Para não dizer que não falei dos cravos 10 | Uma crônica de DIAS CAMPOS

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  Para não dizer que não falei dos cravos (10) Uma crônica de DIAS CAMPOS LARINHA AINDA NÃO FOI PARA O CÉU ​ Há quase cinco anos, meu filho ganhava o seu primeiro bichinho de estimação. Mas esse presente não veio só porque fosse insistente. Decidimos, eu e minha esposa, que ele deveria merecê-lo. Para isto, teria que passar por um longo período de prova, de fevereiro até doze de outubro. Se até o dia das crianças ele tivesse praticado mais atos meritórios do que traquinagens,  nossa família aumentaria de um pet. Imprimimos uma tabela, a prendemos com ímãs na porta da geladeira, e nela ticávamos com tinta azul ou vermelha, conforme fossem as ações positivas ou negativas. ​ Mesmo não esperando que o leitor acredite, foi só no último dia do prazo que o lado azul superou o vermelho! Uma vez cumprida aquela condição, o garoto fez jus ao prêmio. ​S e é verdade que o guri não tinha certeza sobre qual a raça que mais o agradava, se cachorro, gato ou furão, também é exato afirmar que, por m

Para não dizer que não falei dos cravos 09 | A poesia de JOSÉ DANILO RANGEL

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  Para não dizer que não falei dos cravos (09) A poesia de  JOSÉ DANILO RANGEL  O QUE PERDEMOS A capacidade de sonhar? Não perdemos. A capacidade de confiar completamente? Não perdemos. A capacidade de amar numa total entrega? Não perdemos. Ao longo da vida, às vezes, tão dura, Se perdemos algo é a capacidade de ignorar A realidade. imagem do Pinterest -*- AS MOENDAS MAIS BONITAS Organizações podem matar, sabia?  Não que possam com faca, com bala,  com pancada ou veneno. Podem matar com descaso e violência  — pouca, mas sistemática, aplicada  todo dia de trabalho.  Organizações podem matar, não que possam estrangular alguém, mas  estrangulam — não a carne, mas a outra parte viva. Organizações podem matar com os tentáculos pegajosos da sua crueldade e a falta de escrúpulos dos seus cúmplices, Suas metas inalcançáveis, seus  discursos bobos, falsos e desligados  da realidade, suas promessas  mentirosas, Seu zero interesse pela vida  que tá sendo trocada por algum trocado. Organizações