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Para não dizer que não falei dos cravos 08 | A poesia, a composição musical e as ilustrações de WADO

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  Para não dizer que não falei dos cravos (08) A poesia,  a composição musical  e as ilustrações de  WADO,  em "ÁGUA DO MAR  NOS OLHOS" A GAIOLA DO SOM Escrever é amarrar a palavra no passado  E a palavra escrita é a gaiola do som Ler é libertar a palavra Que estava enclausurada no papel Palavras gostam de voar E ecoar o eco de seu pleno sentido Sonoro (* Wado, com Alvinho Cabral, Eduardo Bahia e Juca, do livro Água do mar nos olhos , p. 16 / canção no álbum cinema auditivo ) capa do álbum Cinema auditivo  -*- ilustração de Wado , do livro Água do mar nos olhos , p. 50 -*- AMOR E RESTOS HUMANOS Amor e restos humanos  Depois do fim, A construção já estremeceu Maldade se faz assim, Ou pior: restos de amor de um lado só  Sinto não sentir Mais que um abismo entre nós  O grande jogo de escolhas, a vida Poderia se chamar: vida Certas verdades saltam da boca, Certas maldades não têm fim Sinto não sentir  Mais que um abismo entre nós  (* Wado, com Adriano Siri, do livro  Água do mar

Para não dizer que não falei dos cravos 07 | A poesia de BERNARDO ALMEIDA

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Para não dizer que não falei dos cravos (07) A poesia   de  BERNARDO ALMEIDA, em "A UTOPIA DO CARNAVAL  SEM FIM " I Quantas almas em revoada Na escalada sem tino ou prumo Ao cimo desconhecido da alvorada   Rediviva frustração iluminada Na recomposição do ocaso Na dissimulação do caos   Mas não há fronteiras na eternidade Nem picos na solidão do infinito Inconsciência a quedar nos cantos aflitos Pulverizando a ilusão na razão da humanidade   Fúlgido conflito a derramar saudade No contraturno da esperança   A morte nos alcança Festa e dança Nem todos querem viver -*- REMOTO       O som do mar   a ricochetear   nas fronteiras             invisíveis da inóspita imensidão   Chão em desintegração       queda, apupo, alienação   E o oceano, em derrisão, impassível - a compor a canção da criação do infinito   Íntima transformação no ínfimo átimo universal -*- II Estranhos eram Até que fizeram Sexo e dois filhos Desconhecidos Viram familiares Até que acordam Arrependidos Entreolham-se

Para não dizer que não falei dos cravos 06 |Uma Crônica e um Conto de MÜLLER BARONE

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  Para não dizer que não falei dos cravos (06) Uma Crônica e um Conto de   MÜLLER BARONE  HOMEM NÃO CHORA "Corram livres as lágrimas que choro, estas lágrimas, sim, que não desonram." (I-Juca Pirama - Gonçalves Dias) Sem qualquer inspiração, lancei o tema, quase como um desafio a mim mesmo, a este marasmo que nasceu de olhar em volta, de esperar em vão do céu, do inferno e dos homens.  Tenho andado retraído, desconfiado, com uma estranha sensação de desamparo, seco, não reajo ao amor, nem ao ódio e nem mesmo à indiferença. Olho em volta, vejo, escuto, sinceramente presto atenção, mas não relevo. Falta-me coração, creio, para ir adiante da mera função prática dos sentidos, sobra-me nada para aceitar, sobra esta desilusão que estanca as lágrimas. Sinto-ne quase um Teseu sem Ariadne, sem linha, quase no centro do labirinto, já percebendo o cheiro assustador do Minotauro. Sempre estive esta estranha mania de esperar que as pessoas sejam mais do que acreditam ser. Antes julgava qu