A poesia tocante de Wanda Monteiro
"River" por Justina Kopania sob a liturgia do tempo um chão itinerante move-se na respiração da memória Justina Kopania I em leito outrora fecundo línguas ondas quebravam sonantes ao toque da lira no-ágora-do-outrora só há espectros mudo-surdos habitantes de um deserto seco e demente de palavras II no gargalo da garganta ergue-se um mausoléu de asas em santo sepulcro de palavras aladas III que presságios traz a mudez do flagelo verbo fugitivo de um poema em chamas ? Justina Kopania sobre a carne viva da página o talo do verbo ergue totem de sentidos jorra-lhe sem pudor seiva e sumo à espera de abrir-lhe a rosa do poema Justina Kopania tu que habitas essa ilha de memória margeando passado nessa terra de parto vida e morte olha procura por debaixo das coisas miúdas os sentidos partidos ao meio pelo tempo recusa a morte corrente-leito-de-espera do rio que já não é aceita as manhãs