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Cinco poemas de Paula Valéria Andrade | A Pandemia da Invisibilidade do Ser

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Tela de Lu Valença Cinco poemas de Paula Valéria Andrade  A Pandemia da Invisibilidade do Ser Espelho Re Verso   A imagem distorcida no espelho Vislumbra noutro, O outro que não trago dentro Imagem insana Ótica e fluxo do meu pensamento   Bruxas, monstros, lobos e sapos Medusas, medeias e lagartos Lágrimas e venenos invisíveis   Visão elucidada das coisas Alegoria que resiste e insiste Ilusão nas dobras do tempo Loucura de projeção Não-conexa, se revela avessa Ao pulso do coração   Enlameada lona da emoção   Viagens cavernosas Estradas perigosas Percursos da imensidão Do mar que habita dentro e secreto   Discursos em devaneios Alinham imagens distorcidas Buscam caminhos sem partida Ou fins que tenham meios Limbo onírico do delírio e da utopia Languido amor que se esvazia Douradas cavernas e mitos da fantasia, Faz um bloco inteiro sair, E cantar sem carnaval Fica na lenda o espelho quebrado Maldição de amor mal-amado Imagens da covardia e distopia   Farelos de sonhos e utopias Desmanche

Resenha do livro de poesia A QUALQUER MOMENTO AGORA, de Priscila Prado

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(Capa do livro A Qualquer Momento Agora ) A PALAVRA MORA NO MOMENTO DO AGORA             por Nic Cardeal   A QUALQUER MOMENTO AGORA (Curitiba: Edição da autora, 2005) é um livro escrito por PRISCILA PRADO , que traz às bordas da temporalidade diversos poemas sobre o instante. Um longo e demorado instante sorvido até a última gota, no 'agora' que se demora entre a dor e o seu apaziguador - o Método Rességuier - método terapêutico que procura harmonizar o corpo sensível, em busca da restauração de um estado de atenção no fluxo interno-externo das sensações. Logo de início a autora faz questão de lembrar Clarice Lispector: "Agora é o tempo inchado até os limites" (in: A Paixão Segundo G.H.). Priscila usa a poesia como forma de se agarrar àquele instante tão longo, em um período de vida em que se vê envolvida com a fibromialgia a lhe atacar o organismo e a busca de mecanismos de cura e de alívio da dor. Vê-se, portanto, nesse 'inchado agora', b

Para não dizer que não falei dos cravos | Quatro poemas de Wesley Correia

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Coluna 01 Quatro poemas de Wesley Correia Teu homem                         Teu homem não virá. A melodia que, há pouco, semeaste pelos sulcos de tua pele, enquanto, aflito, tentavas te limpar                                          de ti mesmo,                                          não brotará,                                          mas restará, seca,     no fundo das mãos vazias, quedará num canto do cômodo rarefeito, e a partitura, então ininteligível,                                        se executará                             no adverso da regência.                         Teu homem não virá. Do desejo que imprimiste às ervas aromáticas, do amor-quase-morte com que, devotamente, temperaste   o peixe para o jantar, permanecerá, tão somente,   o espasmo de uma premeditação,      o sintoma de uma precipitação,             a réstia de uma palpitação,                     uma deletéria ilusão,                            e uma excitação,     que nunca tarda em dissipar-se.