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A POESIA DE ADRIANE GARCIA | Projeto 8M

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(fotografia do arquivo pessoal da autora) 8M Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Hoje é dia de maravilhas poéticas da fantástica escritora  ADRIANE GARCIA : 1) UM DEUS NOS ACUDA Quando a gente precisa E o outro também precisa É um deus nos acuda Um corre pra cá um corre pra lá Uma fila de formiga (no meio) quando uma folha cai. (* poema publicado no livro 'O nome do mundo') (capa do livro O nome do mundo ) -*-*-*- 2) DE MEU ÂNGULO  Estou de cabeça para baixo Todos estão, mas só eu percebo O céu embaixo de minha cabeça  Se olho para cima só vejo Terra E acima de mim é pura superfície  O difícil é essa posição incômoda  O mar não é profundo  P

MulherArte Resenhas 19 | “Do jeito da gente”, de Terezinha Malaquias, por Elen Arcangelo

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  MulherArte Resenhas 19 | “Do jeito da gente”, de Terezinha Malaquias, por Elen Arcangelo   “ Do jeito da gente ” , de Terezinha Malaquias, é a perfeita junção de uma obra infantil, lúdica e também consciente. A história é narrada em primeira pessoa por Alice, uma adorável garota de dez anos que vive em São Paulo com seus pais e sua irmãzinha Thaís. Alice nos conta um pouco do seu cotidiano: seu dia-a-dia na escola, seus passeios favoritos e a convivência com a sua família. Por ter uma criança como narradora, o livro ganha um nível de personalidade muito forte e aumenta a conexão público infantil com a obra, como se tivessem ganhado uma nova amiga, ao mesmo tempo, a linguagem simples e descontraída torna a leitura agradável e acessível para todos(as). Num complemento perfeito e acrescentando charme e delicadeza, a obra é permeada por lindas ilustrações aquareladas de Sandra Sampaio Rodrigues.   O ponto mais interessante do livro são as análises e percepções da Alice so

Preta em Traje Branco | Falsa Liberdade por Lu Amor Spin

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Coluna 36 https://pixabay.com/pt/users/fietzfotos-6795508/ Falsa Liberdade Dia treze de maio de oitenta e oito É mentira o que dizem para o povo. Negros não foram libertados, Continuaram escravizados. Milhares pelas ruas, sem emprego, Sem ter onde morar e o que comer Se desdobrando pra sobreviver, Que liberdade é essa que falam Se os negros continuaram marginalizados. Resistindo dia a dia, Lutando pra não ver sua cultura morrer. Há séculos tentam nos tornar invisíveis, Jongos, congadas, capoeira, proibir, Mas não podem apagar de nós a história, E a memória do grande guerreiro Zumbi. O negro tão bem construiu as riquezas do nosso Brasil, Mas nas capas dos livros, alguém já viu? E não me venha dizer que o Pedro descobriu o Brasil, A história não é contada da maneira como deve ser Nossos meninos e meninas precisam se reconhecer Walt Disney, contos de fadas, Cadê os príncipes e princesas pretas Para representar a criançada. Antes de persistir com o seu discurso sobre laicidade, Procure sab

A POESIA DE ROSANA CHRISPIM | Projeto 8M

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(fotografia do arquivo pessoal da autora ) 8M Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Hoje é dia de mergulhar na incrível e intensa poesia de ROSANA CHRISPIM : (capa do livro 'Entretempo') 1) NAU confia ainda que há portos nas cartas dessa ímpar navegação céu mar embarcação desfavoráveis mas há portos prontos a receber as passageiras amarras para restauro do casco cuidado da máquina retomada do leme ao navegador (in)certeza e travessia aos portos o quinhão da espera. (* poema do livro 'Entretempo') -*-*-*- 2) SOBRE VOO eles que já não  tinham asas quando nasciam as minhas aparavam para que ao usá-las mantivesse os pés no chão  entendi o

De Prosa & Arte | O caos como inspiração

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  Coluna 42 Acervo pessoal O caos como inspiração "O vento que venta lá venta cá..." Ataulfo Alves É certo que nos meus deságues rotineiros, nas chuvas de letrinhas dos meus devaneios literários, tem um bom punhado de dissonâncias e mazelas que vivencio rotineiramente. Ouvi dizer, durante a devolutiva da equipe editorial no evento da publicação do meu primeiro livro, que meus escritos denunciavam meu caos interno. Achei lírica e poética essa observação. Nunca tinha compreendido meus versos dessa maneira. Então, decidi encarar de frente meu caos interior. É dele que ecoam os pensamentos, é do caos que emerge minha veia literária. Digo isso, porque esse caótico movimento sempre foi deflorado pelos amores desfeitos, a animosidades entre pessoas de convívio e é dessa vivência que brotam minhas reflexões e catarses. É dali que surge o espantoso ato de escrever. Não sei se por efeito da pandemia, ou se por efeito de um desenlace complexo e dolorido, sofri um bloqueio lite

Pés Descalços 06 | NATUREZA

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                                                                          NATUREZA Caminho pelo parque Tia Nair, enquanto o vento me enche de lembranças. A ilha vai se enchendo de cantoria e do brincar. Nas bordas do lago, um arco íris atua em forma de passarela. O cenário de agora é outro. Jardim Itália, Alphaville, Renascer, Avenida das Torres. Meus pais sempre falaram: “adquirir uma casa traz dignidade para a família!”. Dentre as lembranças da infância, uma me acompanha até hoje, a de uma tia que não tinha casa e vivia de alugar os fundos de outras residências. Muitas famílias vinham da zona rural para a cidade em busca de melhorar de vida. Gostava de brincar com as primas, filhas dessa tia. Brincávamos de casinha, bonecas, lutas marciais, inventávamos e impúnhamos as próprias regras. Em um determinado dia as brincadeiras foram interrompidas pelo movimento na rua principal do bairro, bem a frente de onde eu morava. As pessoas seguiam para o lado sul, próximo das terras do “dotor”, c