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Minha Lavra do teu Livro 08 | "A BRANCA DE LEITE", de CHRISTIANE NÓBREGA, por Nic Cardeal

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  Minha Lavra do teu Livro 08 - resenhas afetivas - A BRANCA   QUE NÃO ERA  DE NEVE  E  NEM DE LEITE A BRANCA DE LEITE (Brasília/DF: C de Coisas, 2017) é um livro infantojuvenil escrito por CHRISTIANE NÓBREGA e lindamente ilustrado por Juliana Verlangieri, que conta a história de uma menina chamada Branca. Conta Christiane que Branca nasceu com cabelinhos muito, muito pretos e lisos, tão lisos que até espetavam. Era uma menina tão branca, tão branca, que "(...) dava para ver suas veias. Era quase transparente (...)" (p. 7). Branca também tinha um pequeno (ou grande?) probleminha: tinha alergia a alguns alimentos! Por isso, precisava de muitos cuidados. Sua mãe era seu melhor anjo da guarda, e de tudo fazia pra proteger a menina! O pai? Ah... o pai nem ligava, "(...) era daqueles que achava que era obrigação da mãe criar e cuidar dos filhos (...)" (p. 11). Sim, isso infelizmente era verdade... Aos cinco anos de Branca, para tristeza daquela criança,  sua mãe ficou

A POESIA E A PROSA DE JEOVÂNIA PINHEIRO | Projeto 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Viaje na palavra múltipla - em prosa ou em verso -  de  JEOVÂNIA PINHEIRO : O AMOR DA MINHA VIDA O amor da minha vida não é verde É negro O amor da minha vida é a solidão  Uma solidão negra Quente como o mar negro Incapaz de deixar misturar Esperança ou dinheiro  Compra e venda de amor O amor da minha vida é forte Como a resistência aos troncos e chibatas É originário  Do Eu em si Do princípio dos homens Vem lá da África  Firme na certeza de ser o que é  O amor da minha vida (* poema do livro A-M-O-R , p. 27) capa do livro A-M-O-R   -*- A OUTRA PARTE Eu não te chame

A INCRÍVEL POESIA DE DEISE ASSUMPÇÃO | Projeto 8M

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  fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Mergulhe na incrível poesia de DEISE ASSUMPÇÃO : NÓ VITAL No oco o voo sem cruz de uma asa Consciência  em metade finita da outra metade infinita em duas metades (o antes e o depois) A folha que cai pra lá de madura entrecorta o diálogo polêmico  de mito e ciência  E a filosofia? (* poema do livro Cofre , p. 12) imagem do Pinterest   -*- ASSALTO   No cristal impermeável do espelho do meu quarto, olhei brincos e batom, tom de vestido e sapatos, cheiro de gotas de almíscar, dobras da seda da gola. No espelho transparente do vidro do meu carro, colou-se um prato de f

Minha Lavra do teu Livro 07 | "TEMPO DO TEMPO SER", de SONIA REGINA BISCHAIN, por Nic Cardeal

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  Minha Lavra do teu Livro 07 - resenhas afetivas - "TEMPO DO  TEMPO SER": ENTRE LEMBRANÇAS, REFLEXÕES E TRANSBORDAMENTOS DO TEMPO E DO SER TEMPO DO TEMPO SER é o primeiro livro de crônicas da escritora SONIA REGINA BISCHAIN (São Paulo/SP: Edição da autora, 2022), onde a narrativa é permeada de lembranças de tempos idos, mas também de reflexões sobre o presente, e é justamente na palavra “tempo” que ela se agarra, “com unhas e dentes”, para manter-se sã e suportar os dias cada vez mais obscuros e difíceis, diante da realidade do país. Na crônica Rio das Pedras , por exemplo, Sonia recorda-se criança e, observando as mudanças pelas ruas –  paralelepípedos trocados pelo asfalto, as casas substituídas por barracos, a fumaça, as mudanças nas pessoas, a loucura desses tempos, o rancor, o ódio, as distâncias humanas –  ela se pergunta, aflita: “Que mundo haverá depois de nós?” (p. 17). A crônica intitulada Sobrevivendo demonstra que as memórias prosseguem no coração de Sonia,

Minha Lavra do teu Livro 06 | "O LUTO DA BALEIA", de SOLANGE CIANNI, por Nic Cardeal

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Minha Lavra do teu Livro 06 - resenhas afetivas - "O LUTO DA BALEIA": PORQUE VIVER  TAMBÉM É DAS ÁGUAS  Porque viver tem dessas coisas: é preciso esperar que passem as águas  - todas as águas:  rasas ou fundas  revoltas ou inconclusas mal paradas ou moribundas - [ou entender que nunca] porque viver tem dessa coisa: é preciso voltar a ser a água  do oceano do templo - sem tempo -                                              é preciso morrer por fora  para sobrar por dentro (Nic Cardeal, Viver) Um livro [azul] em minhas mãos. Um azul atravessando abismos tão profundos, indo dar [em braçadas exaustivas] em outros azuis - céus que sonham pássaros em voo. Abro o azul. Encontro mães humanas, mães baleias, mães de todas as naturezas. Encontro vazio de filho - uma ausência resultante de inesperada [e tão prematura] partida. Leio o azul -  O LUTO DA BALEIA ( SOLANGE CIANNI , Brasília/DF: Maria Cobogó Coletivo Editorial, 2022). A apresentação, de João Paulo Oliveira, é um alerta - qu