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Um poema épico - por Eva Potiguar

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Imagem Pinterest *Liberdade antes que tardia* Ele preferiu sonhar num mundo real sem opressão... Poderia ter ficado na janela vendo corpos levados em cadeias. Mas ele olhou de semblante endurecido o flagelo de homens e mulheres retalhados e ficou arquitetando uma reviravolta social por heróis sem capas coloridas. Era um idealista? Um romântico sonhador? Talvez um louco por escolher lutar ao invés de se calar, de se aquietar na sua janela colonial e se conformar com a sua sorte de ser homem, branco, livre, ter seu sustento e uma casa para pousar... Porem, ele não se sentia livre. Estava preso e amarrado aos seus ardentes desejos por liberdade e justiça. Não havia para ele outro caminho... Não havia o que esperar... A decisão era lutar ou morrer lutando... Saiu da janela, desceu as escadas, se desfez de suas economias e de mantimentos valiosos que juntara com muito ardor. As sacas de farinhas, de café e de açúcar... eram outras espécies de ouro também... serviriam para compr

de vez em quando um conto - Lia Sena

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De meninos e meninas por Lia Sena Eliana adorava andar de skate; muito bem escondida, aprendeu com os colegas do colégio. Seus pais ultra conservadores, jamais aprovariam. Com isso ela ganhou uma legião de amigos; muito mais meninos que meninas, o que acabou deixando a mãe, don a Balbina, de cabelo em pé. Conversava sobre as suas preocupações com as amigas.  - Como é difícil criar menina, Yolanda; menino a gente solta, fica despreocupada, mas "filha mulher", é um inferno e a minha agora, inventou de andar com um monte de menino. Já proibi, fico de olho, o pai resmunga o tempo todo, mas volta e meia aparece um por lá, rodeando, querendo sair com ela... Já viu? Já gastei todos os castigos; nem sei mais o que fazer! Eliana aproveitava todos os momentos que conseguia escapar, pra andar de skate, estar com os amigos. Todos a chamavam de Ely; amigos, colegas e até o pessoal de casa Ela adorava e até achava estranho, quando alguém a chamava de Eliana. Com m

Daniella Guimarães - poesia preciosa

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Fotografia por Marcelo Sena P atriarcado     conheci o ferro de passar roupas da maria ant ônia   desses de ferro mesmo onde se colocava brasa dentro pesava dois quilos e meio maria ant ô nia tornava tudo impec á vel len çóis brancos de puro algodã o interminá veis coleções de linho   os guardanapos de pano as cortinas   babados e vincos precisava ter punhos de ferro   pra satisfazer a patroa   pra satisfação do patrã o coitada da maria ant ônia   que vivia com medo de errar. Desenho por W. Patrick Das pedras nasci t ão branca e de olhos verdes que nem o bisav ô genov ê s mas sonhei  ter nascido com pele preta no cabelo um ninho de guaxe  um lá bio forte um seio robusto aprendi tamb é m coisas feias com a tradicional fam í lia mineira coisas que não ouso contar minha terra com ruas de paralelep í pedos ensinou propriedade, religião, fam í lia tudo pedra e pedra e pedra tudo bruto as horas suaves eram f