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Mostrando postagens com o rótulo Literatura contemporânea

Coluna 04 | Fala aí... Terezinha Malaquias (Alemanha)

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                                                  | coluna 04 | Banzo por Terezinha Malaquias                                                       (autora convidada) Acordei-me hoje bem mais cedo do que eu gostaria. Perdi o sono em algum lugar e não consegui encontrá-lo no sofá da sala, onde sentei-me para rezar e meditar. Esse é o meu ritual diário há muitos anos, mas principalmente na pandemia.   Depois fiz abdominais, e dancei um pouco sem música. Queria mesmo era acordar o meu corpo para o novo dia que amanheceu para mim. Fui para a cozinha e fiz bolachinhas de polvilho inspirada na receita que  minha avó materna  fazia e ensinou para a minha mãe.   Mamãe não me ensinou porque eu não quis aprender a fazê-las. Nunca me interessei antes porque prefiro comer salgados do que doces.   Mas nesse ano atípico, eu fiz pela segunda vez essa receita que passa pelo ao menos por  três gerações de mulheres da minha família materna. Coloquei-as no forno para assá-las e rapidamente o perfume  bom

Coluna 01 | Fala aí... - Apresentação, por Adriana Mayrinck

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| coluna 01 | Apresentação da nova coluna Fala Aí A coluna Fala aí... (nome da autora) foi criada para você, que apoia as iniciativas da In-Finita e/ou do Mulherio das Letras Portugal , para expor as suas opiniões sobre qualquer tema, sob a ótica do universo feminino. A intenção é fortalecer a literatura contemporânea, divulgar a escrita e ações das autoras lusófonas ou que escrevem em língua portuguesa. Conhecer um pouco mais sobre o que pensa, em prosa, crônica, conto, opinião. Pode também falar sobre seus projetos, eventos ou livros. Peço que evite poesia, pois temos o grupo Mulherio das Letras Portugal, Mulherio das Letras União Europa ou Mulherio das Letras na Lua e também, as coletâneas e colecções organizadas pela In-Finita ou parceiras para essa finalidade. Divulgue-se! Seja Bem-Vinda!   Um abraço Adriana Mayrinck   Para participar: Requisito: Fazer parte do Mulherio das Letras Portugal ou participar de uma das iniciativas da In-Finita (livros individuais, assessor

Coluna 01 - In-Confidências - Apresentação, por Adriana Mayrinck

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| coluna 01 | Estreando minha coluna na Revista! por Adriana Mayrinck As árvores balançam suavemente nesse final de tarde, através da janela acompanho a vida que passa pelas ruas desertas, em mais um estado de emergência e confinamento em Portugal. Mas com outro olhar, outra percepção do que aconteceu em março de 2020. Atravessei todas as situações e emoções, sentidas e vividas através da janela, do ecrã, dos livros, filmes ou lives, nesse tempo. Em março vai fazer um ano, em qua as únicas pessoas que tenho contato físico são os que moram comigo (família), ou desconhecidos em supermercados, fármácia, médicos, dentista ou correios. Quase um ano sem encontrar amigos, parceiros, autores, leitores. No início, ainda almocei com dois amigos e tomei um café com outro. No mais, aprendi a conviver entre o distânciamento físico, mas tão perto virtualmente ou por telefone e a vontade de desconectar e dar um tempo das redes sociais. Aprendi a superar antigos paradigmas, despertar os meus sentidos,

PodPapo 04 | entrevista com a professora e escritora Divanize Carbonieri

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|  PodPapo 04  | PodPapo - Entrevista com a professora e escritora Divanize Carbonieri por Chris Herrmann A quarta edição  da nossa coluna de entrevistas em formato de áudio é com a escritora Divanize Carbonieri . Foram 24 minutos de uma conversa deliciosa sobre a produção literária da autora desde o seu início e outros assuntos ligados às suas atividades profissionais e culturais. A entrevista foi realizada na data de hoje, via WhatsApp. Para ouvir clique na seta abaixo do nosso Podcast: Divanize Carbonieri é paulista, residente em Cuiabá/Mato Grosso. É autora dos livros de poesia Entraves (2017), agraciado com o Prêmio Mato Grosso de Literatura, Grande depósito de bugigangas (2018), selecionado pelo Edital de Fomento à Cultura de Cuiabá/2017, A ossatura do rinoceronte (2020) e Furagem (2020), além da coletânea de contos Passagem estreita (2019), selecionada pelo Edital Fundo 2019/Cuiabá 300 anos. No Prêmio Off Flip, foi segunda colocada na categor

Uma colher de chá pra ele - Gilucci Augusto

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| uma colher de chá pra ele - 07 | Poemas da obra ainda  no prelo:   QUINTAL: DIÁRIO PARA VAGA-LUMES EM DIAS DE CHUVA Foto de  pilipoff  em  flickr Tinha um jardim no meio do meu quintal No meio do meu quintal tinha um jardim Tinha um mangue no meio do jardim do meu quintal No meio do jardim do meu quintal tinha um manguezal Tinham homens sangrando acorrentados no meio do mangue do jardim do meu quintal No meio do mangue do jardim do meu quintal tinham homens sangrando acorrentados Tem óleo preto nos mangues e jardins dos nossos quintais O óleo subiu a praia Subiu o morro Manchou a rosa do povo Destruiu Jardins Manguezais Agora No meio do asfalto ardente Se esforça a rosa doente A brotar A crescer Imagem Pinterest Que tristeza não ter um pequenino riacho No quintal. Poder sentir e ver a lua deitar-se Leitosa como a nata do leite que Vó deixava descansar Após ferver sem derramar, Logo cedo quando

A magia do conto de Luciane Monteiro

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Imagem Pinterest A caixa e o sonho por Luciane Monteiro Como é lindo, disse ela ao olhar o seu silêncio que resplandecia em sorrisos. Ninguém via, mas ela apenas sentia que crescia e se tornava esplêndido o seu mais doce mistério. Talvez devesse revelar, mas o que via era tão bonito que, egoísta, não quis dividir. Guardou numa caixinha e escondeu embaixo de um sonho amanhecido. Aquele sonho já estava bem desbotado e, por isso, ninguém o percebia mais. Correu, então, furtiva por debaixo de suas encostas. Atracou-se com um desejo ardente sob a penumbra da sala. Os pés tocavam descalços o tapete macio; sentiu prazer. Queria voltar, mas não conseguia deixar de pensar na caixa guardada debaixo do sonho adormecido. Conteve-se ao ouvir o barulho no telhado e ficou atenta, porém somente o gato miou. Sentiu pelo corpo um arrepio gélido e quis miar também, mas apenas ronronou baixinho e riu sozinha um riso tão cheio de cores que luzes foram acesas na vizinhança. Fez silêncio

Uma Prosa Poética - por Roberta Gasparotto

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Desenho por W Patrick mulher-peixe Por Roberta Gasparotto  Lugar marginal. Meu lugar aqui nesse planeta sempre foi marginal. Olhar de estranheza. Olhar de cansaço. Olhar de inadaptação. Completamente inadaptada em espaços de exibição. Em lugares onde imperam a cacofonia de ideias. De pensamentos. Expressões por vezes caricatas, porque não genuínas. Socorro! Tem alguém para me dar uma carona para Marte? Repousar em um lugar quentinho e confortável. Ou nem precisa ser tão confortável assim. Aliás, nem precisa ser confortável. Só um lugar onde as pessoas tenham o desejo sincero de se mostrar. Mostro tanto meu rosto para você, querido leitor, na esperança de você me mostrar o seu também. Vejo tantas máscaras e tão poucos rostos de pessoas. Isso me dói. Sei que ninguém faz isso por mal. Não é maldade, é defesa.  Defesa afasta. E eu quero proximidades. Enquanto isso não acontece, ou pelo menos não acontece com a frequência que eu gostaria, vou me virand

A poesia espetacular de Fabíola Lacerda

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Desenho por W Patrick T O D O S  O S H O M E N S  M O R R E R A M todos os homens morreram todos ando por entre cadáveres tentando não pisar em nada apesar do cuidado pelas pontas dos pés ocorre-me de pisar num crânio ou outro num fêmur numa tíbia em pequenas falanges estou só quase sem ar mas prossigo suando sangue chorando sangue em minhas artérias circula o pus de muitos séculos prossigo intuo que talvez ainda haja vivos mulheres andando perdidas absortas tentando encontrar alguma culpa após a desforra que traga de volta o sentimento de realidade- a culpa não há o que fazer além de prosseguir encontrar alguém relatar a hecatombe lavrar obituários registrar como todas nós- inconspirantes num mesmo instante mesmo transe desferimos os golpes acumulados desde lilith mas hoje não queria falar sobre nada é preciso procurar e não encontrar é preciso deitar a mente na suspensão do pó il faut não ampliar o holoca