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Divina Leitura | Sororidade e quebra de estereótipos em "Contos de Yõnu" de Raquel Almeida

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  Coluna 14 Sororidade e quebra de estereótipos em  Contos de Yõnu de Raquel Almeida  _ por Divanize Carbonieri   Em Contos de Yõnu (2019), Raquel Almeida apresenta uma galeria de mulheres comuns vivendo situações cotidianas em algumas cidades brasileiras. No entanto, é justamente nisso que parece residir a novidade do livro. São perfis de personagens que nem sempre encontraram expressão na literatura mainstream . A mulher comum, termo que se refere, na verdade, a milhões de indivíduos únicos que se localizam no amplo território do que se denominou de subalternidade, certamente não ocupou, na história dos estudos literários, o mesmo espaço que os homens brancos de classe média ou alta. É quase como se ela não pudesse ser vista como protagonista, como se suas histórias não tivessem interesse literário. O Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília, sob a coordenação da professora Regina Dalcastagnè, desenvolveu um estudo em que foram analisa

De Prosa e Arte | Escrevo para nos Perdoar

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Coluna 8 Escrevo para nos Perdoar Sempre falo de ti com nostalgia o que remete a ilusão de que você nem mais existe. Nunca tinha percebido isso, até que contando uma de nossas poucas histórias, alguém me perguntou:  _ Seu pai ainda é vivo? Eu, surpresa com a pergunta respondi:  _ Sim é! Mas convivemos tão pouco ultimamente que meu jeito de falar não é despedida pra quem já partiu, é só saudade. Cara , queria te contar que hoje escrevo e leio com tanta paixão por sua causa, que sempre me ensinou a buscar. Nunca me deu uma resposta pronta. E isso me fez curiosa, observadora e humana.  Porque quando tu chegava “bebaço” ainda assim pegava o livro de contos clássicos, lia pra nós Branca de Neve (era o que tinha pra aquele momento) com um sotaque alcoolizado, tropeçando nas palavras. O que podia parecer uma afronta pra mamãe, pra nós era diversão e nos levava às gargalhadas de soltar xixi nas calças.  E quando faltava energia e estávamos sob a luz de velas nos ensinou a ler as sombras produz