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SEIS POEMAS DE MAR WOLKERS

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fotografia do arquivo pessoal da autora  ESCRITORA   Eu não deixei de escrever, só porque não escrevo mais, aqui fora Porque há mil mãos invisíveis que escrevem no meu dentro à tempo inteiro E eu só não liberei os muros de mim grafitados de poesia de rua, porque não o quis Todo dia um muro com versos é erguido nas minhas ruínas E eu não me afobo em mostrar do meu abstrato, todos estes meus concretos repletos de sonhos Vou construindo a minha cidade... Cidadezinha esta, bem do meu interior: Pacata, comezinha, simples e paradoxalmente, Faiscante e fantástica  Eu não deixei de escrever. Escrevo enquanto trinco a maçã, estendo a roupa, troco fraldas, faço sexo, comida, arrumações  durmo,  atendo o telefone escrevo sobretudo, sem a atuação e o exercício das mãos. escrevo na mente com o meu coração e vice e verso e a poesia vai beirando o penhasco da filosofia, da fisiologia urino escrevendo dias à dentro a sede faz-me beber a água e ela desce escrevendo na garganta Peito rabiscado No meu tó